Militares americanos participam das buscas com equipamentos de última geração.
Héctor Alejandro é capitão da Marinha dos Estados Unidos, da qual faz parte há oito anos. Em sua carreira militar ele participou de diversas operações, mas esta missão é, do ponto de vista humano, uma das mais difíceis, disse ele. A notícia sobre a possível explosão do submarino argentino atingiu com força o ânimo dos soldados americanos que trabalham no porto de Comodoro Rivadavia, na Patagônia de onde estão saindo as equipes de busca do submarino argentino desaparecido desde quarta-feira (15). Mas o trabalho deles não mudou: não há descanso e durante as 24 horas do dia continuam adaptando o navio que transportará a cápsula de resgate quando o submarino ARA San Juan for localizado.
Além disso, o navio Skandi Patagonia, também da Marinha americana, chegou na zona de busca e começou a operar. Ele leva quatro veículos não tripulados de alta tecnologia. Um deles chega a 1.500 metros de profundidade e os outros três a 260 metros. Não são submarinos de resgate, como o que está à espera em Comodoro Rivadavia. São veículos de reconhecimento, mas um deles pode resgatar até seis pessoas.
Em Comodoro Rivadavia, na quarta-feira (22), começaram a trabalhar cerca de 40 soldadores, que foram divididos em dois grupos. A metade trabalhará de dia e a outra metade à noite. Eles vão “abrir” o navio norueguês Sophie Siem para poder encaixar a cápsula de resgate, uma espécie de minissubmarino que, em caso de o ARA San Juan ser encontrado, poderia resgatar 16 pessoas de cada vez. O que os soldadores fazem é, literalmente, cortar o navio na parte de trás. Uma espécie de “porta” para que o minissubmarino possa sair do navio e entrar no mar com facilidade.
Os guindastes não param, os caminhões entram e saem do porto Antonio Morán desde que o exército dos Estados Unidos chegou há quatro dias e revolucionou a cidade patagônica. A informação, que fala sobre uma possível explosão no fundo do mar relacionada com o submarino argentino, não modificou os planos da marinha norte-americana, que continua a trabalhar contra o relógio.
Todas essas operações não são fáceis e levam tempo. De maneira oficial ninguém confirma quando o navio ficaria pronto para poder partir rumo ao lugar exato onde os microfones subaquáticos detectaram a explosão. No entanto, em off, dizem que poderia estar pronto no sábado e que chegaria à zona na segunda ou na terça-feira.
Nós trabalhamos como no primeiro dia e assim continuaremos porque o nosso objetivo é encontrar os tripulantes argentinos”, afirma Alejandro, nascido em Puerto Rico. O capitão desta missão explica que este minissubmarino pode descer até 600 metros de profundidade. “O que acontece se eles estiverem a maior profundidade? Não sabemos, primeiro temos que localizá-los”, diz.
Esta tecnologia – acrescenta Alejandro – é a melhor que a Marinha americana tem para realizar resgates de submarinos. “Não há nada que se compare”, diz ele enquanto caminha pelo porto e coordena os movimentos da equipe. Ele lamenta a informação oficial sobre a possível situação crítica dos submarinistas argentinos e afirma que, do ponto de vista humano, essa é uma das missões mais difíceis que participou. “Eles são meus irmãos latinos”.
O minissubmarino que o barco norueguês transportará à zona de busca levará dois tripulantes, geralmente médicos, e é dirigido por controle remoto no navio. Esta cápsula tem a capacidade de se acoplar ao submarino selando sua escotilha, possibilitando que os tripulantes do submarino entrem na câmara.
FONTE: Clarin
parabéns pelo trabalho de todos! união e empatia por nossos semelhantes que se foram e pelos familiares que ficaram no luto.