Por Igor Gielow
A aposentadoria do único porta-aviões do Hemisfério Sul, o brasileiro São Paulo, é um exemplo das ambições e dos limites dos planejadores militares do país.
Comprado em 2000 da França a preço simbólico de US$ 12 milhões (pouco menos de R$ 24 milhões no câmbio da época), o navio já tinha 37 anos de uso.
Segundo a Marinha, 17 anos depois o São Paulo consumiu R$ 287 milhões em operação e reparos. Incêndios a bordo deixaram quatro mortos e diversos feridos. O navio ficou cinco anos parado por ter chegado com seu eixo empenado, e mal saiu do estaleiro nesta década.
A Força defende a energia despendida. “Esse investimento permitiu que o navio cumprisse bem sua missão, possibilitando à Marinha adquirir a capacitação para operar aeronaves de alta performance embarcadas, realizando 566 lançamentos e ganchos [pousos] de aeronaves”, disse o Centro de Comunicação Social da Marinha.
Até 2000, aeronaves navais eram operadas pela FAB no antigo Minas Gerais, garantindo aos pilotos embarcados o nada elogioso apelido de “praga azul”, referência à cor de seus uniformes.
Comprado em 1956, o Minas já era problemático, tendo recebido um pouso apenas nove anos depois. A partir do São Paulo, a Marinha passou a pilotar seus aviões, adquirindo uma frota de caças de segunda mão.
Apenas seis países, Brasil incluído, operam porta-aviões capazes de lançar e receber aparelhos de asa fixa, além de helicópteros. Os EUA são líderes incontestes, com dez supernavios nucleares e nove modelos menores.
Com eles, o país pode projetar poder e agressão a vários pontos do mundo, apoiados por uma esquadra. O Brasil precisava disso?
A resposta é ambígua. O Brasil nunca teve a pretensão de fazer tal projeção. Seu objetivo era o de se capacitar para esse tipo de operação, o que condiz com a tradição de buscar o máximo de autossuficiência em tecnologias militares. E havia, dissimulada, a questão do status.
Mas o custo da operação, que demandaria investimentos de até R$ 1 bilhão para manter o barco no mar, e a inviabilidade de construir um novo modelo, algo na casa dos R$ 3 bilhões, forçaram a opção racional pelo descomissionamento do navio.
A Força aposta tudo em outra arma ofensiva, o submarino nuclear, e uma frota de modelos convencionais mais adequados para a defesa da costa e das áreas do pré-sal.
Para críticos, o modelo nuclear é uma obsessão análoga à que manteve um porta-aviões tentando navegar.
O domínio da tecnologia, sustenta o argumento favorável ao investimento, é uma garantia contra eventuais ameaças hoje inexistentes. “Elas surgem”, diz o ministro Raul Jungmann (Defesa).
Sem porta-aviões, segue o programa de modernização dos caças navais Skyhawk, que nunca estiveram aptos a combate, ao custo aproximado de R$ 430 milhões. A frota de 12 unidades é baseada em São Pedro da Aldeia (RJ).
O porta-aviões já está no Rio, e, em junho, começará o processo de três anos para realocar seus 1.920 tripulantes e sistemas de bordo reaproveitáveis. Depois deverá virar sucata.
FONTE: Folha de SP
FOTOS: Ilustrativas
Esta semana, aqui em Natal os AF1 rasgam o nosso dinheiro, pois agora nem para doutrina servem mais visto a aposentadoria do Nae São Paulo. Sem um armamento confiável e apenas com bombas burras e sidewinders vencidos. servem para quê agora?
E verdade Dalton, é uma urucubaca sem tamanho ! Grande abraço !
Desculpa André, mas “mídia marxista” da Folha de São Paulo????
Será se você já ouviu falar alguma vez em neoliberalismo? Estado mínimo? Enxugar gastos (leia-se: investimentos)? Hegemonia do capital financeiro sobre o industrial e o comercial? Câmbio flutuante e juros altos como paradigma de gestão da economia nacional? Fim das fronteiras nacionais? Acorda meu irmão! A grande mídia e a finança transnacional estão do mesmo lado. É só ver que qualquer tentativa nacionalista que procura defender os interesses autóctones é logo defenestrado pelos jornais. Esse é o nosso problema, não sabemos nem quem são nossos inimigos! Acorda Brasil!!!!
Cesar…
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durante 5 anos o NAeSP cumpriu seu papel…mas…creio que a situação da corveta “Barroso” que teve sua construção
praticamente suspensa entre 2003 e 2005 e o atraso na modernização de apenas 12 A-4s dos 18 que tinham condições de serem modernizados, até agora apenas 3 foram entregues e um perdido em acidente, mostraram uma nova realidade para
à marinha e daí para diante as coisas só pioraram com “PMGs” cada vez mais demorados como ocorreu com o “Ceará” por
exemplo iniciado em 2007 e depois de mais de 7 anos deu no que deu !
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abraços
É legal ter um porta aviões, dá uma sensação gostosa de ser um pouco top, mas sem um strack grupo esse barco não sai da baia da Guanabara. Nós já fomos a quarta maior marinha do planeta, pense nisso…
Para mim a prioridade são submarinos nucleares, elétrico/convencionais, fragatas e corvetas.
Estas ações , como a baixa do Nae SP demonstram que o pensamento, mesmo que de forma lenta está mudando na MB, depois do grande estrago feito pela administração anterior, o Comandante LEAL está de forma lenta e gradual trazendo a MB para o mundo real, aonde dois mais é igual a quatro.O estrago foi grande e o concerto vai demorar, mas dar baix no SP já foi um grande ato de coragem, bem como encarar de frente a dura realidade de que vários navios não seria economicamente viáveis recuperar.
G abraço
Sempre fui muito criticado por comentar que o A12 foi uma aquisição errada e desnecessária desde o começo, assim como os A-4 e posteriormente os Tracker/Trader, a essa altura nem imagino como anda sua modernização e o que será feito deles sem um NAe. A falta de foco dos comandantes da Marinha causou nos últimos 20 anos prejuízos quase irrecuperáveis. Os autores da END/PND fora da realidade foram piores ainda. O atual Comandante me parece bastante sensato em descomissionar as sucatas, proporciona um fôlego para reequipar a Esquadra com meios que ela realmente necessita para as missões de defesa do mar territorial e plataforma continental.
Se não houve treta,meu caro Dalton sobrou incompetência, ô vistoria lambona ! O navio tinha 37 anos e estava com o eixo empenado!
Novamente a culpa é do porta aviões e não, dos governante que nunca repassaram os roylties do petróleo para a MB, do contingenciamento para cobrir a falta de dinheiro causada pelas falcatruas dos nosso governantes e políticos e da definição de uma percentagem do orçamento para a defesa entre outras.
Abraços
Cesar…
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não houve nenhuma “treta” na minha opinião. O “Foch” saiu barato pois não foi solicitado aos franceses que fizessem uma revitalização nele o que teria acrescentado uns bons 100 milhões de dólares, que provavelmente o Brasil não dispunha na época para gastar com ele e assim ao menos garantiu-se a compra já que se continuasse em mãos francesas haveria uma maior degradação do navio já que o mesmo não iria para a reserva e sim seria encostado com uma equipe a bordo apenas para preservar o navio contra incêndios e inundações.
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Esperava-se que uma revitalização seria feita alguns anos após a compra, feita no Brasil e com recursos devidamente previstos e adequados, mas, os recursos adequados não apareceram e provavelmente as dificuldades técnicas foram maiores que as esperadas o que causou sérios atrasos no cronograma e ambas as situações não poderiam ter sido previstas na época que o negócio foi fechado.
Acho que o maior problema é essa richa entre a FAB e a MB, a FAB não da a minima importancia para o nosso mar territorial eu acho que o Brasil não precisa de um PA mas sim de uma boa frota de submarinos e caças e aviões vontados para operações maritimas, atualmente com apenas 50 AMX a FAB os mantem somente em operações terrestres não tem nenhum projeto para equipalos com misseis anti navio e para um pais com apenas 100 caças leves querer manter um PA é ridiculo.
ZorannGCC, você sabe muito bem aonde vai parar o dinheiro. Aliás, este problema não exclusividade da MB, as outras forças vão pelo mesmo caminho, uma mais, a outra menos, mas é a mesma situação de prioridade invertida. Ah tá, cuidado com o “tanso ideológico”.
Porque não assumem o erro logo e param de arrumar desculpas ! Quando eu vi o valor desse navio em 2000 eu já fiquei com o pé atrás, tinha que ter uma treta !
E como que fica as aeronaves S2T TURBO TRACKER, comprada pela marinha que estavam em modernização nos eua?
Até fala em contrário, o programa continua em andamento.
Sim Zorann, esse algo errado chamam-se pensões, custeio, solteiras, bebidas caras etc. Você acha que toda essa quantia seria destinada apenas para investimentos? Acha mesmo que o governo iria dar toda essa soma só para comprar navio, blindado, armamentos, pesquisas? Rapaz!
E o que falar desse exemplo de sensacionalismo? E a Marinha não é “força”, é armada!
“com eles o Brasil pode projetar poder e agressão”, nossa que frase preocupante! E irresponsável. Típico alarmismo dos politicamente corretos paz e amor. Se quer paz, se prepare para a guerra! Vocês vivem em um mundo de purpurina, de princesas, castelos e principes encantados? Fantasia?
Responsabilizar “críticos”, mas sem citar nomes, é tentar disfarçar que ele é o crítico da rejeição ao submarinos nuclear. O dominio da tecnologia (nuclear) acaba sendo uma desculpa que sustente o investimento. Mas para quem é patriota a razão de ser dessa arma é a própria soberania nacional, algo que esses vermes que só sabem desinformar não são. Essa mídia marxista não perde uma oportunidade para destilar seu veneno: porque sabem que são poucos que tem o antídoto antiofídico: conhecimento/discernimento.
Boa noite amigos, falamdo em PMGs atrasados alguém sabe se a fragata defensora já saiu do sua docagem?
Zorann
Sim, tem algo muito errado nisto aí!!
Ou então a MB não acredita que 1+1=2
O Estado brasileiro e suas forças estão em seu limite crítico de existência ou morte.
Navio mesmo parado tem gasto… e aqueles que não navegam, gastam, mas não dão retorno, ou seja, não cumprem missões no mar… se não tem jeito, tem de dar baixa… foi uma mudança de atitude… acredito que para melhor…
O orçamento de fato pago em 2016 só para o Comando da Marinha foi de R$21.3 bi. O orçamento deste ano deve chegar a R$ 26 bilhões (oque foi realmente gasto só será possivel averiguar em fev ou mar de 2018) O orçamento total da Defesa de fato pago também em 2016 representou 5% do orçamento Federal.
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Em um orçamento de R$ 21.3 bilhões, se não há como destinar R$ 1 bilhão (lembrando que este valor seria disssolvido em 5 anos, que era o perído previsto para p PMMG) para colocar o São Paulo de volta à ativa, fica claro que ter um PA não é prioridade. A prioridade é qualquer outra coisa. Este valor dissolvido e 5 anos, representa 1% do orçamento anual.
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A prioridade não é navegar. É qualquer outra coisa, menos navegar. R$ 21 bilhões não é pouca coisa. Ainda mais quando se leva em conta a situação dos equipamentos que dispomos. PMGs que se arrastam, navios com mais de 40 anos, navios dando baixa sem substituição.
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Quando falta grana (que não era pra faltar e denota má administração e planejamento) oque a MB corta? Corta os navios. Uma Marinha que não navega, não precisa existir. A gente está jogando R$ 21 bilhões anualmente no lixo. Com tantas necessidades que este país tem a MB consegue gastar R$ 21 bilhões e não ter navios.
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Há algo de muito errado nisto aí.
Que dinheiro jogado fora este com o São Paulo parece aquele cara que viu falar que tinha carteira de motorista pra fazer e resolveu do nada fazer uma pra ônibus sendo que antes ele andava de bicicleta, eu acredito que o Brasil precisa sim de um porta aviões e acho que se tivesse dois seria ótimo pois teria sempre um navegando mas o que muitos não entendem é que tem que racionalizar o uso da verba e também da força, pra que serve um porta aviões sem defesa ou aviões descentes para uso, não se faz projeção de poder nem defesa, se for bem pensado acredito que temos condições de ter 2 belonaves destas que não devem ser construídas aqui e sim equipadas com ótimos caças que no nosso caso teria que ser o gripen naval, munição sobrando e fragatas para fazer a proteção e ataque da esquadra e muito treinamento, com isso teríamos um bom poder e mais capacidade de dissuasão, mas como eu disse falta planejamento e uso racional de recursos pois pagar marinheiro pra ficar em terra é o que nunca deve ocorrer.