O plano de construir o primeiro submarino com propulsão nuclear do Brasil se aproxima de avançar novamente. O empreendimento está mais perto de entrar na chamada “fase C”, etapa de desenvolvimento do projeto detalhado da unidade. Tanto a Diretoria-Geral do Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha quanto a estatal Amazul estão se preparando para iniciar este novo ciclo a partir do começo do ano que vem.
“É uma fase de detalhamento e requer muito serviço de engenharia, para depois partimos para a construção, que é a quarta etapa. Essa fase de projeto detalhado tem duração estimada de dois anos”, declarou o presidente da Amazul, Ney Zanella dos Santos. O executivo também lista alguns outros planos da companhia para o setor nuclear, como a participação em projetos de engenharia na extensão de vida útil de Angra 1 e na retomada das obras de Angra 3. Além disso, como se sabe, a Amazul inaugurou recentemente sua nova sede, em São Paulo, onde podem ser desenvolvidas atividades ligadas a Indústrias Nucleares do Brasil (INB). “Eles estão precisando de uma unidade de testes e treinamentos. E estamos disponíveis para isso, principalmente em um setor tão delicado no Brasil, que é a parte complicada de licenciamento”, revelou Zanella.
A Amazul esteve recentemente na feira de defesa Laad. O que apresentaram durante o evento?
A Amazul é uma empresa estratégica de defesa, vinculada ao Ministério da Defesa e à Marinha. Estamos desenvolvendo o programa do desenvolvimento Submarino com Propulsão Nuclear Brasileiro (SN-BR) e o Programa Nuclear da Marinha. Outro produto nosso é a gestão do conhecimento. Estamos aprendendo muito nesse modelo com o Programa Nuclear, que é um conhecimento bastante sensível e crítico. Com isso, nós conseguimos fazer a gestão do conhecimento para outros setores. Não só da defesa, mas qualquer área que trabalhe com conhecimento muito específico e que seja ligado a talentos e pessoas.
Em que etapa se encontra o desenvolvimento do submarino nuclear brasileiro?
Estamos em uma entrefase. Terminamos o projeto executivo e estamos nos preparando com a Diretoria-Geral do Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha para a fase C. É a fase do projeto detalhado do submarino. Isso deverá ocorrer no início do próximo ano. É uma fase de detalhamento e requer muito serviço de engenharia, para depois partimos para a fase da construção, que é a quarta etapa. Essa fase de projeto detalhado tem duração estimada de dois anos.
Além da área de defesa, pode nos atualizar em relação aos demais projetos?
Além dos projetos com a Marinha, a Amazul tem outros horizontes, sem dúvida nenhuma. A empresa está muito focada também no projeto do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), cujo projeto estamos fazendo em parceria com a empresa argentina Invap. Essa é uma meta que estamos perseguindo. O projeto deve ser concluído até o final deste ano e a construção começará no ano que vem. O desdobramento social do RMB é a parte de radiofármacos, com a aplicação nuclear na medicina.
Há ainda outros empreendimentos no radar de oportunidades?
Temos ainda mais horizontes. Um deles é trabalhar em projetos de engenharia do setor nuclear. Vou dar dois exemplos. O primeiro deles é a extensão de vida de Angra 1, já que haverá necessidade de projeto de engenharia. A própria Angra 3 também, que está vislumbrando sua retomada de construção. Muitos projetos terão que ser feitos e a Amazul está se capacitando e habilitando para isso. E mais ainda: projetos na área de Repositório Nacional de Baixo Nível de Intensidade, que é responsabilidade da Comissão Nacional de Energia Nuclear CNEN. Enfim, temos aí muito trabalho pela frente. Manter o nome da Amazul no mercado é importante.
Outra ação importante da Amazul é a questão da nacionalização de componentes. Pode detalhar sobre isso?
Nessa parte de nacionalização, nós estamos com foco naquele conceito da tríplice hélice: governo, empresa e academia. Tudo movimentado por recursos financeiros. Esses recursos foram viabilizados pelo BNDES, está no plano de ação do banco. Temos o projeto do motor de ímãs permanentes. A ideia é trazer ao Brasil essa tecnologia. É o futuro do motor elétrico. O submarino precisa ter o motor de ímã permanente. E o desdobramento disso vai para automóvel, trens, metrôs… tudo o que usa motor elétrico. É um motor de alta performance, de quase 99% de rendimento. Essa é uma tecnologia que temos que desenvolver. Quem está ajudando nisso é a USP, UFSC, a WEG, a Amazul e a alavanca financeira é o BNDES.
Por fim, quais são as perspectivas da empresa?
A Amazul tem um futuro bastante promissor. Estamos indo para a nossa nova sede. É um prédio moderno e modular. Ali, vamos pensar na área de novos projetos ligados até a Indústrias Nucleares do Brasil (INB). Eles estão precisando de uma unidade de testes e treinamentos. E estamos disponíveis para isso, principalmente em um setor tão delicado no Brasil, que é a parte complicada de licenciamento. E a Amazul ajuda nessa área de licenciamento e risco.
FONTE: Petronoticias
Aguardando notícias atualizadas do reator nuclear piloto, sem a confirmação do desempenho conforme projeto, não dá p/ avançar muito nesse detalhamento.
Tá e aí? Só isso? Ao invés de tratarmos do submarino vamos de Amazul? É como se projetar um submarino nuclear fosse um tema corriqueiro ou sem importância segundo a fonte.
Bom como meu conhecimento da área é completamente zero só posso expressar o que penso, não conheço o desenvolvimento de produtos de defesa em outros países mas a impressão que tenho é que levamos no mínimo 1,5 vezes mais tempo que qualquer outro país no mínimo quando não levamos mais, acho tudo muito demorado no Brasil, se já sabemos o que queremos, então é só iniciar os projetos em função disso não importando se vai ser desmembrado como no caso do subnuc que primeiro foi feito o desenvolvimento do reator para agora fazer o desenvolvimento do submarino, gostaria que se for possível quem entenda mais destes desenvolvimentos ou quem sabe o Sr. Luiz Padilha poderia fazer uma reportagem sobre os passos dos nossos desenvolvimentos comparado com outros países, temos o AMX, alguns tanques, enfim temos um bom leque de produtos desenvolvidos por nós e muitas vezes uma reportagem assim pode jogar luz no nosso desenvolvimento e fazer com que as pessoas que trabalham nesta área possam ver alguns erros e agilizar o desenvolvimento ou pelo menos melhorar os processos, o que acham?
O problema é a situação do Brasil, o país vive entrando e saindo de crises ( as vezes nem isso, é só aumentar e diminuir a crise ), não da p/ planejar nada a longo prazo, e os projetos de Defesa são sempre a longo prazo. Além disso, mesmo que um determinado governo queira investir no setor, como justificar p/ a população que logo vai dizer que o país precisa de saúde, educação, combate a pobreza, etc e não de armas?
A Índia, por exemplo, tem quase a mesma população da China ( cerca de 1,3 bi ), boa parte na miséria, mas tem inimigos como a própria China e o Paquistão ( é só ver os embates recentes ) então isso muda completamente a situação e eles podem investir cifras bilionárias em Defesa. Graças a Deus não temos inimigos que justifiquem esses gastos, esse é o lado bom da situação, afinal nada pior de que uma guerra.
Abs.