Por Guarda-Marinha (RM2-T) João Stilben
Na última quinta-feira, 16 de novembro, data em que se celebra o Dia Nacional da Amazônia Azul, a Marinha do Brasil (MB) apresentou, em Cartagena, na Colômbia, os principais programas estratégicos para o fortalecimento das capacidades navais na América Latina e no Atlântico Sul.
Em um seminário que envolveu autoridades de mais de 15 países, um dos enfoques foi as potencialidades presentes no mar brasileiro, que compreende cerca de 5,7 milhões de km², onde são produzidos mais de 95% do petróleo nacional e 85% do gás natural, além de trafegarem 95% do comércio exterior.
O Adido Naval da MB na Colômbia, Capitão de Mar e Guerra (Fuzileiro Naval) Luiggi Campany de Oliveira, explica que a Conferência sobre Navios de Guerra de Superfície & Navios-Patrulha, onde palestrou, é um dos principais espaços de discussão sobre segurança marítima e soluções tecnológicas do mundo e que, nesse contexto, o Brasil tem exercido liderança regional.
Segundo ele, o reconhecimento da importância da Amazônia Azul tem permitido a sensibilização da indústria e da sociedade para investimentos no setor, não só em defesa, mas para o fortalecimento do Poder Marítimo como um todo. “Isso inclui energia eólica, exploração mineral, pesca, transporte, turismo, pesquisas. Afinal, os recursos obtidos com o comércio marítimo permitem aos países investirem na exploração dos recursos do mar, que por sua vez permitem o fortalecimento da Marinha, que provê a sua proteção”, completou.
O Comandante Luiggi levou ao público os desafios enfrentados pelo Brasil em diversas áreas, elucidando como o desenvolvimento da indústria marítima nacional gera fortalecimento do Poder Naval em toda a região do Atlântico Sul. “Soluções nacionais para apoiar a produção de energia offshore, por exemplo, podem ser adaptadas para o combate a diversas ameaças à nossa Amazônia Azul, como o tráfico de drogas e armas, a pesca ilegal, os crimes ambientais e a migração irregular, também podendo ser usados para detectar minas navais submersas”, adiantou.
É o caso de um drone naval fabricado por empresas brasileiras – o USV Supressor, da Empresa Gerencial de Projetos Navais com a Tidewise –, que foi desenvolvido como um navio não tripulado para apoiar a exploração da energia eólica offshore, aproveitando e defendendo, portanto, os potenciais da Amazônia Azul.
“Aqui na América do Sul, estou certo de que todos esses países nos veem com muitos bons olhos. Eles nos veem não só como inspiração, mas também como grande parceiro em potencial para projetos navais, tanto no desenvolvimento das marinhas quanto, eventualmente, na comercialização de navios”, acrescentou o Comandante Luiggi.
Operando em nível estratégico, o fórum reúne Chefes de Defesa, Chefes de Serviço, Ministros e outros altos funcionários, empenhados em reforçar a cooperação em segurança regional, concentrando-se em solucionar desafios de segurança. Em um contexto de Defesa cada vez mais globalizado, a adidância em outros países facilita a troca de informações e abre espaço para investimentos internacionais em empresas públicas e privadas do País.
Entre os principais projetos destacados pelo Adido no evento, estão: o Programa Nuclear da Marinha, o Programa de Submarinos, o Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul, o Programa Fragata Classe “Tamandaré” e o Projeto Míssil Antinavio de Superfície.
Fonte: Agência Marinha de Notícias
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