Navio Tanque Golar Spirit teve falha técnica em seu leme, nesta quinta-feira, 30 de junho. Prático Diogo Weberszpil evitou a colisão do navio com a Fortaleza de Santa Cruz, no Rio de Janeiro.
Há um mês dos Jogos Olímpicos, a iniciativa e preparo técnico do prático Diogo Weberszpil, do Rio de Janeiro, evitou o que poderia ter sido o maior desastre ambiental marítimo no Brasil. Por volta das 0600 horas da manhã desta quinta-feira, 30 de junho, o profissional de praticagem embarcou no navio tanque Golar Spirit com a tarefa de conduzi-lo para as proximidades do terminal de Gás Natural da Petrobras (GNL).
Uma falha técnica no navio – construído em 1979 e considerado muito antigo para viagens de longo curso – fez com que o leme da embarcação travasse impedindo qualquer manobra. O prático prontamente percebeu que o timoneiro não estava conseguindo governar, pois o leme estava travado do lado direito fazendo com que o navio se aproximasse rapidamente da Fortaleza de Santa Cruz.
Diogo Weberszpil, que passou por diversos treinamentos de emergência no exterior, rapidamente tomou todas as medidas para evitar a colisão iminente. O risco da manobra deste tipo de navio é tão alto que a Atalaia sempre interrompe e desvia todo o tráfego de embarcações nas proximidades da Baía. Na sequência, tomou a decisão acertada de lançar a ancora em conjunto com outras técnicas para parar o navio.
“Felizmente consegui afastar o navio das pedras e conduzí-lo para águas seguras até que a Capitania dos Portos do Rio de Janeiro avalie quando este navio terá condições de entrar novamente no Porto”, narrou o ainda assustado Diogo Weberszpil.
Abaixo a narrativa do Prático Diogo Weberszpil sobre a operação de salvamento do navio Golar Spirit:
“Embarquei no navio Tanque (GNL) Golar Spirit por volta das 05:55hs desta manhã para conduzí-lo em direção ao Terminal de GNL da Petrobrás. Tudo ocorria como de costume, com a troca de informações entre mim e o Comandante sobre a manobra e características do navio. Mas senti que havia algo estranho quando sugeri o aumento de velocidade para toda a força e comecei a solicitar que o navio guinasse para BE (boreste) para prosseguir na derrota planejada de acesso à Baía de Guanabara.
Após a ordem de rumo 355º ao timoneiro, o mesmo não conseguiu mais estabilizar a proa do navio neste rumo. Prontamente percebi que o timoneiro não estava conseguindo governar, pois o leme estava travado para Boreste, fazendo com que o navio se aproximasse rapidamente da Fortaleza de Santa Cruz com 7 nós de velocidade acerca de 0,6 milhas (1000 metros).
Devido ao constante treinamento em simuladores (felizmente participei de cerca de 5 treinamentos nos últimos anos), tomei rapidamente as medidas necessárias para evitar a colisão iminente, ordenando troca dos sistemas de governo (sem resultado), máquina atrás com toda a força em emergência, preparei os dois ferros para largar em emergência, auxílio de rebocadores e solicitei que a Atalaia interrompesse e desviasse todo o tráfego de embarcações nas proximidades da Baía. Na sequência, tomei a decisão de largar o ferro de BE com duas quarteladas mergulhadas, o que foi fundamental para que o navio aumentasse mais o giro para BE e parasse a cerca de 100 metros da Fortaleza.
Felizmente consegui fazer com que a embarcação se afastasse das pedras e o conduzi para águas seguras até que a CPRJ (Capitania dos Portos do Rio de Janeiro) avalie quando este navio terá condições de entrar novamente no Porto.”
FONTE: Jornal Pelicano