Por Guilherme Carvalho
As mais recentes estatísticas do Ministério da Defesa britânico no UK Defence Personnel Statistics 2023 revelam que a Royal Navy enfrenta dificuldades significativas na manutenção de níveis de emprego, com mais pessoal deixando a força do que sendo recrutado, resultando em notável perda de eficiência. Em meio ao atual cenário global, caracterizado por conflitos nos quais os interesses britânicos estão em jogo, surge a preocupação crucial sobre a capacidade da Royal Navy de se comprometer com aspirações de um Reino Unido global, conforme detalhado no último Integrated Review (2021).
Esses receios ganharam mais força no começo desse ano, com diversas publicações por parte da mídia britânica. Salários mais baixos são apenas um dos fatores que contribuem para o déficit, representando mais um aspecto da crise atual na Royal Navy, composta principalmente pela escassez de recursos humanos, restrições orçamentárias e envelhecimento da frota.
Segundo o Ministério, a admissão nos 12 meses anteriores a março de 2023 registrou uma queda de 22,1% na Marinha (vs. 2022). Enquanto isso, recentes aumentos de investimento nas Forças Armadas concentram-se principalmente em repor munição e equipamentos destinados ao conflito na Ucrânia. Em decorrência das restrições orçamentárias, Londres procura prolongar a vida útil de seus meios navais com atualizações dispendiosas, enquanto projetos de reposição enfrentam notáveis atrasos. Paralelamente, várias embarcações têm sido retiradas do serviço ativo antes de completarem seu ciclo de vida, principalmente devido à escassez de recursos humanos para operá-las.
A Royal Navy atualmente enfrenta desafios geopolíticos que testam suas reais capacidades, como evidenciado em relatórios recentes (Defence Command 2023 e Integrated Review 2021). A interferência dos houthis apoiados pelo Irã no transporte marítimo no Mar Vermelho, por exemplo, além dos conflitos russo-ucraniano e em Gaza. Ademais, a Rússia representa desafios nas águas euro-atlânticas, incluindo as que circundam as Ilhas Britânicas, enquanto a Marinha Chinesa cresce em níveis muito elevados.
Esse contexto indica que, se os desafios relacionados à falta de efetivo e à reposição dos meios navais não forem superados, há o risco de o país perder sua proeminência na segurança marítima europeia a longo prazo, assim como sua capacidade de projeção de poder global a médio prazo.
A Royal Navy é considerada o instrumento de poder de maior alcance para Londres, e requer urgentemente mais
investimentos para atingir os objetivos delineados no Integrated Review de 2021, que descreve uma presença britânica constante em escala global.
FONTE: Boletim GeoCorrente
Vc le isso e depois tem ler outros artigos delirando sobre a MB ter 20 fragatas, NAe, sub nuclear, etc
Excelente artigo, mostrando a dificuldade de se manter os números de recrutas entrando nas quatros forças descritas no gráfico. Pelo que leio nos diversos sites especializados, isso é um problema global. Somente países com alistamento obrigatório conseguem manter os números nas forças.
Bem, outro fator é a questão salarial, sem este atrativo, fica dificil atrair novos recrutas.
Outro possibilidade que já ouvi diretamente da boca dos jovens ingleses, é que governo inglês apoia a todo momento guerras que ninguém do público interno de UK apoiaria. Quem quer arriscar os couro por uma guerra que não é sua?
A única possibilidade é um exército mercenário coisa que todo país grande já está contratando.
La falta gente. Aqui na MB sobra
Colombelli,
Lá o pessoal sabe que pode ser envolvido em operação de combate, aqui é muito improvável.
Segundo, o país lá tem baixo índice de desemprego. Não há muito incentivo a uma carreira militar que possui risco.