Por General de Exército Paulo Cesar de Castro
Relações internacionais são relações de poder e a Organização das Nações Unidas (ONU) é a expressão jurídica de uma vitória militar, ensinava meu professor de Direito Internacional dos Conflitos Armados, na Escola Superior de Guerra Tenente-General Luís Maria Campos, do Exército Argentino.
A crise criada pela Rússia na Crimeia, decorrente do agravamento do conflito, inicialmente interno, na Ucrânia, evidenciou a atualidade daquelas lições. Os russos exploraram vulnerabilidades ucranianas em proveito de seus interesses vitais, a despeito dos esforços políticos e diplomáticos da ONU, da União Européia, dos Estados Unidos, de outros estados e organismos internacionais.
A Crimeia
Até então território da Ucrânia, a Crimeia é uma península de 26.200 km² ligada ao continente pelo istmo de Perokop – 5 a 7 km de largura – e banhada pelos mares Negro e de Azov. Sua costa é pródiga em baías e portos que abrigavam, ao tempo da extinta União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), a Frota do Mar Negro.
Essa esquadra, em 1992, foi dividida entre a Rússia e a nascente Marinha da Ucrânia. É fácil, pois, inferir a importância estratégica da península para instalação e manutenção de bases navais de ambos os estados. Para os russos surgira um complicador, a saída de sua força naval para mares quentes via Mediterrâneo, evidente interesse vital, passara ao controle de outra potência. As tensões decorrentes começaram a diminuir em maio de 1997, após a ratificação do Tratado de Amizade, Cooperação e Associação, firmado entre a Federação Russa e a Ucrânia.
Os 2.033.736 habitantes da Crimeia são majoritariamente russos (58,3 %), seguindo-se ucranianos (24,3 %), tártaros da Crimeia (13%), bielorrussos, tártaros, armênios, judeus e outros grupos. Nessa população não se inclui a de Sebastopol, 379.200 habitantes, considerada pela Rússia uma cidade federada, a exemplo de Moscou e São Petersburgo.
Após a implosão da URSS, a península passou a integrar a recém-independente Ucrânia com o nome de República da Crimeia (fevereiro de 1992), posteriormente alterado para República Autônoma da Crimeia, status que lhe permitia executivo e parlamento próprios.
Salta aos olhos que a Crimeia fazia parte da Ucrânia somente do ponto de vista jurídico e formal. Bastaria à Rússia empregar seu poder para reintegrá-la à Federação, retomar o controle absoluto sobre a península e, portanto, assegurar interesse vital no Mar Negro. Assim foi feito.
A Rússia e o Poder
O Manual C 124-1, Estratégia, publicado pelo Estado-Maior do Exército, afirma que o poder é a capacidade de impor a vontade para atingir os objetivos fixados pela política. Na mesma fonte, em linguagem mais elegante, lê-se que política e estratégia sem poder, não passam de palavras ao vento.
A escalada do conflito interno ucraniano ofereceu à Rússia, no primeiro trimestre de 2014, a oportunidade de anexar a Crimeia, a qual foi eficazmente aproveitada pela aplicação do poder nacional o que permitiu impor sua vontade, a despeito do clamor da comunidade internacional. Estava em jogo um interesse vital e, em 21 de março, o presidente Vladimir Putin promulgou o acordo de adesão da Crimeia e da cidade de Sebastopol à Federação Russa.
O emprego do poder pela Rússia entra para a história como campo fértil para estudiosos de política, estratégia e relações internacionais, fenômeno que este artigo se propõe a identificar.
Expressão Militar
O poder militar russo começou a ser aplicado em 26 de fevereiro de 2014, quando tiveram início manobras a fim de testar a prontidão de unidades do 2º Exército da circunscrição militar do centro e dos comandos da Força Aérea, Forças Aerotransportadas, Aviação Estratégica e de Transporte‖. Para bom entendedor, demonstração de força para dissuadir. E como já se sabe o fim deste filme, contra aquela força não houve argumento.
Desde então, a Rússia empregou eficazmente seu poder militar, apesar da contra-ofensiva diplomática e política da comunidade internacional. As iniciativas militares russas podem assim ser resumidas:
– 28 de fevereiro: foram ocupados os aeroportos da capital, Sinferopol, e de Sebastopol. A tropa, muito bem uniformizada, equipada e armada, não ostentava qualquer identificação.
No mesmo dia ocorreram o anúncio oficial de manobras antiterror para proteger a base da Frota do Mar Negro, sobrevôos da área por helicópteros russos e denúncia, por fontes militares ucranianas, da chegada de 13 aeronaves transportando dois mil militares russos.
– 1 de março: a Câmara Alta do parlamento russo autorizou o envio de contingente limitado de tropas à Ucrânia, dita missão de estabilização (sic) para resguardar a segurança de cidadãos etnicamente russos. Simultaneamente, o governo da Ucrânia denunciou a presença de quase 15 mil soldados, carros de combate e outros blindados na Crimeia.
No mar, belonaves russas assediaram navios da Guarda Costeira ucraniana, próximo a Sebastopol.
– 3 de março: a Frota do Mar Negro cercou a sede da Marinha da Ucrânia. Ainda na Crimeia, a Base Aérea de Balbek, equipada com 45 aeronaves de caça, rendeu-se e fuzileiros navais foram cercados em Feodosia.
– 5 de março: segundo estimativas de Kiev, pelo menos dezesseis mil soldados russos estariam ocupando a Crimeia.
– 6 de março: em seu discurso oficial, a Rússia insistia em afirmar que não mantinha militares na península.
Acrescentava que as tropas empregadas na Crimeia não passavam de forças de autodefesa.
– 7 de março: o governo de Kiev estimava o efetivo russo na península em trinta mil homens.
– 13 de março: a três dias do referendo popular sobre o destino da Crimeia, a Rússia aumentou a pressão, dando início a novos exercícios militares em quatro regiões próximas à fronteira com a Ucrânia e na Bielorússia, aliada de Moscou.
– 19 de março: sem resistência, foram invadidas e tomadas as bases das forças armadas ucranianas, na Crimeia.
Em Sebastopol, o comandante da força naval russa chegou ao prédio da base naval da Ucrânia, na qual foi hasteada a bandeira da Federação Russa.
Nenhum tiro havia sido disparado. A dissuasão e o emprego do poder militar tinham obtido êxito e aos ucranianos restava lamber as feridas. Passaram-se os dias e…
-17 de abril: em entrevista, o Presidente Putin admitiu, pela primeira vez, a presença de tropas russas na Crimeia. O mandatário disse que por trás das forças de autodefesa da Crimeia certamente estavam nossos militares. Comportaram-se de forma muito correta. Era necessário proteger as pessoas.
Expressão Psicossocial
As pessoas são protagonistas relevantes desta expressão do poder. O censo de 2001 revelou que 58,3 % dos habitantes da Crimeia eram russos e que os demais 41,7 % dividiam-se entre outros grupos étnicos. Essa maioria falava russo, um dos idiomas oficiais daquela que, já em 1921, intitulava-se República Socialista Soviética Autônoma da Crimeia. Com que país essa maioria das pessoas se identifica, a Rússia ou a Ucrânia, recém-independente? Qual a cultura predominante?
Os ucranianos, na Crimeia, resumiam-se a 24,3 % e falavam outro idioma oficial, o ucraniano. É fácil entender que ucranianos e russos não formavam uma nação. Terceiro idioma oficial, o tártaro da Crimeia é falado por 13 % dos habitantes da península. A história dessa última minoria ratifica a diversidade da população e sua não identificação com o governo de Kiev.
A deposição do presidente da Ucrânia, em 22 de fevereiro de 2014, o banho de sangue em Kiev e a vulnerabilidade decorrente facilitaram, na própria Crimeia, iniciativas para futura anexação. Seu parlamento marcou para 25 de maio um referendo a fim de que a população se manifestasse sobre anexação à Rússia ou permanência integrada à Ucrânia, ainda que com maior autonomia.
Moscou, que já havia sido acusado de conceder passaporte aos russos da península, não perdeu o bonde da história: maioria da população e Crimeia com executivo e legislativo próprios. Bandeiras russas passaram a ser exibidas em Sinferopol e em outras cidades. Simultaneamente, o parlamento elegeu, a portas fechadas, um novo primeiro ministro, Serguey Aksyonov, não por acaso favorável à anexação.
Sem perda de tempo, o mandatário antecipou a consulta popular de maio para 16 de março. No dia seguinte ao referendo, foi divulgado que a opção – Você apóia a reunião da Crimeia com a Rússia, na qualidade de membro da Federação Russa? – Obtivera 95,5 % dos votos. O parlamento, por unanimidade, aprovou o referendo, declarou, oficialmente, a independência da Ucrânia e oficializou pedido de anexação à Rússia, concretizada, em Moscou, em 21 de março.
A população crimeana manifestara-se democraticamente em consulta popular, sob a proteção de tropas de autodefesa (sic). Assim, num passe de mágica, a Crimeia e Sebastopol passaram a integrar a Federação Russa, consummatum est!
Expressão Econômica
A Rússia provê cerca de um quarto da demanda européia de gás natural. Um terço das exportações realiza-se através da Ucrânia em cujo território estão localizados importantes depósitos do gás.
Salta aos olhos, em verdadeira grandeza, o elevado grau de dependência da União Europeia e dos países europeus da Organização do Tratado do Atlântico Norte em relação aos russos, no que respeita ao fornecimento de gás natural. A condenação firme dos Estados Unidos da América (EUA) às ações militares na fronteira com a Ucrânia e na Crimeia não poderia, pois, ser plenamente acompanhada por seus aliados transatlânticos. A par da mencionada dependência do gás há, por exemplo, empresas da Alemanha que investem bilhões na Rússia e, no Reino Unido, o setor bancário fatura alto com investimentos naquele país. Por outro lado, não deve ser desprezado que eventual interrupção de fornecimento de gás à União Europeia afetaria significativamente a economia da Rússia, que passa por momentos de desaceleração.
A Ucrânia, por seu turno, é o quinto maior parceiro comercial da Rússia. A economia russa está ligada à ucraniana por investimentos de empresas nas áreas de energia, agricultura, defesa e setor financeiro…A Rússia será a grande perdedora da crise na Ucrânia, afirmou o economista-chefe de mercados emergentes no Standard Bank, Timothy Ash.
A Rússia apostou na queda de braço e ameaçou a Ucrânia com corte no fornecimento de gás. O presidente da estatal Gazprom declarou que, caso os ucranianos não pagassem uma dívida de US $ 1,9 bilhões pelo fornecimento de gás, os dutos seriam fechados. O alarme ecoou forte nos países dependentes dos gasodutos que cruzam o território da Ucrânia.
O preço pela anexação da Crimeia tem sido elevado para Moscou: os líderes das principais economias ocidentais (G7) suspenderam a reunião do G8 agendada para Sochi, na Rússia; a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) congelou as negociações para a entrada russa no grupo; e o presidente dos EUA autorizou o bloqueio, nos EUA, de bens pertencentes a altos funcionários, parlamentares e empresas russas que tenham contribuído para minar a democracia ucraniana, ameaçar sua paz, segurança e soberania.
Por outro lado, o mercado de ações na Rússia reagiu bem, tendo subido 3,7 % e o rublo se recuperado das perdas iniciais. O término pacífico do referendo na Crimeia trouxe alívio ao mercado europeu cujas ações na Europa também fecharam em alta.
A Rússia ganhara a queda de braço pela Crimeia, inclusive no campo econômico…pelo menos até hoje.
Expressão Política
Os organismos internacionais, os estados soberanos, a diplomacia e as lideranças destacam-se em verdeira grandeza durante as crises, como ratificado na Crimeia.
A ONU agiu sem demora. O Conselho de Segurança reuniu-se em 28 de fevereiro, quando das primeiras notícias sobre o emprego de forças de autodefesa‖ na península. O representante da Rússia apresentou ao Conselho carta do presidente deposto da Ucrânia pedindo providências para salvar seu país de uma guerra civil (03 março).
Em 5 de março, um enviado especial da ONU foi ameaçado por homens armados e não fardados ao visitar uma base militar em Sinferopol. Alguns dias depois, foi submetida ao Conselho uma resolução de ilegalidade sobre o referendo na Crimeia. A Rússia, obviamente, vetou-a, o que comprovou a máxima: a ONU é a expressão jurídica de uma vitória militar. O poder se impusera ao direito.
A Alemanha, no contexto da União Européia (UE), propôs levar a crise à mediação da Organização para a Segurança e Cooperação da Europa (OSCE). Em 6 de março, observadores desse organismo tiveram a entrada na Crimeia barrada por militares sem identificação nos uniformes. A exemplo do Conselho de Segurança, o caminho seguido pela OSCE foi obstruído pela Rússia.
É importante lembrar que o Memorando de Budapeste sobre Garantias de Segurança, assinado em 1994 por EUA, Rússia, Reino Unido e Ucrânia, assegurou a devolução aos russos de milhares de ogivas nucleares soviéticas.
Pelo pactuado, o país recém independente recebeu garantias de que EUA e Rússia não usariam a força ou o ameaçariam com ações militares. Em março deste ano, os signatários marcaram reunião em Budapeste à qual o chanceler russo não compareceu. Esta possível via de solução para a crise mostrou-se infrutífera, até porque, não sendo um tratado, o Memorando não prevê mecanismo de supervisão nem penas em caso de seu descumprimento. Outra tentativa revelara-se ineficiente e ineficaz.
A diplomacia foi exercitada exaustivamente pelas partes envolvidas, Ucrânia, Rússia, EUA, UE e demais estados da Europa Ocidental. Ameaças de medidas punitivas, reuniões, contatos pessoais e telefônicos marcaram o dia-a-dia dos líderes e de seus auxiliares mais imediatos. Os canais para negociação permaneceram abertos e foram intensamente explorados sem êxito, exceto para a Rússia.
O 8 de maio, Dia da Vitória, foi politicamente explorado pelo presidente russo. O mandatário visitou a Crimeia, onde foi muito bem recebido pela população. Cercado de veteranos da Segunda Guerra Mundial, Putin assistiu a um desfile militar, enquanto as potências ocidentais protestavam por sua iniciativa, taxando-a de provocativa e desnecessária.
A Crimeia permaneceu sob duas bandeiras, a sua própria e a russa, substituta da ucraniana.
Conclusão
O mundo testemunhou, de fins de fevereiro até março, o exercício do poder por um membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, em prol da reconquista de região que é de seu interesse vital. O poder militar foi aplicado eficazmente, malgrado o clamor mundial. A população foi consultada em referendo assaz antecipado. Ameaças de sanções econômicas foram ignoradas. Os organismos internacionais foram acionados sem êxito, o poder de veto exercido, os canais diplomáticos mantidos abertos e os líderes conversaram longamente, inúmeras vezes.
O poder se abateu sobre a Ucrânia, estado soberano que ficou de pés e mãos atados ante a Rússia. Para o mundo, perplexo, sublinhou-se a lição de que, mesmo na segunda década do terceiro milênio, relações internacionais são relações de poder e a ONU permanece sendo a expressão jurídica de uma vitória militar.
Currículo do Autor
O General de Exército Castro é graduado pela Academia Militar das Agulhas Negras, na arma de Artilharia. É pósgraduado pela Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME), pela Escola de Guerra Naval (EGN) e pela Escola Superior de Guerra do Exército Argentino. Comandou, como coronel, o 21º Grupo de Artilharia de Campanha; como Gen Bda, a ECEME; como Gen Div, a 4ª Região Militar e a 4ª Divisão de Exército. Como Gen Ex foi Chefe do Departamento de Educação e Cultura do Exército até 11 de maio de 2009, quando foi transferido para a reserva. Atuou nas operações Rio-92, Rio, Minas Gerais e Ouro Preto. É doutor em Ciências Militares pela ECEME e em Ciências Navais pela EGN (paulocesarcastro@terra.com.br).
FONTE:Doutrina Militar Terrestre em Revista
RL, deixar a terra brasilis em paz???? É esta a essência da questão ou VC acha que os nossos conhecidos parceiros da America do Norte não estão de olho também nas nossa riquezas naturais? Se achas que não, me desculpe, mas é muita ingenuidade da sua parte, aliás isso já Foi assumido por diversos militares e congressistas dos EUA em discursos pra quem quisesse ouvir. E também por aqui isso já nos foi alertado por diversos oficiais e parlamentares.
a causa é a nova ordem internacional, e os EUA precisam cercar a Russia e a china, dominando a Ucrânia, esta na fronteira com a Russia, outro problema esta parceria dos Brics, para os EUA não é bom, por isso a CIA esta tentando derrubar governos para facilitar sua forma de administrar seu Imperio
Eu contínuo pensando que a Criméia, é problema tão e somente da Criméia. A Russia é problema da Russía. A Ucrânia, idem, é problema da Ucrânia.
E os EUA, bem, eles acham que os problemas do mundo são deles então, que se explodam junto com a Criméia, com a Ucrânia e leve a Russia junto más por favor.
Deixem Terra Brasilis em paz, seja quem for.
E pessoal, por favor né. Vamos pensar mais nos nossos problemas ao ter que ficar em embates políticos e ideológicos que em A B S O L U T A M E N T E não tem nada de haver conosco.
Brasil pessoal. Vamos pensar no nosso Brasil. Não no Vietnam, no Iraque, no Tibet, no Iran, na India, China, EUA ou Russia.
Até porque, seja quem for aqui, nínguém de fato conhece a causa de fato ao ponto de querer entrar em uma farda, empunhar uma arma e ir lá guerrear por eles, correto? Ou estou errado?
RL, Justamente pelo povo brasileiro nao saber e nao entender o que se passa no mundo, e que acaba sendo vitima dos mesmos procedimentos aqui no Brasil, se as pessoas entendessem que o que acontece aqui e reflexo dessa politica externa dos paises que voce citou (USA,Franca, China etc..), a situação se modificaria para melhor, e nao aceitariamos por exemplo, empresas europeias e americanas comprando a amazonia , o Lula criando reserva indigena autonoma na fronteira do Brasil .
Texto mundo bom para enfatizar a importância do poder militar para resolver questões da geopolítica, o problema foi a visão ainda arraigada no tal bem (ocidente) contra o mal (oriente).
Até mais!!!
É os russo espertamente usam a falta de um conceito de nação e identidade junto com uma crise política para assaltar territórios de outros países
Perfeito!!! guerra de 4 geração, guerra por mentes e tem gente aki q parece q foi dominado
Vamos ver o seguinte: se somos nós no lugar da Russia, onde o país vizinho é derrubado por um governo controlado por oligarcas nazistas que odeiam duas coisas primeiramente, eslavos e judeus. O que nós faríamos? Esse general argentino tem é uma proposta bem furada, pois eu faria tudo o que Putin e a Russia fez e defenderia com poder e força a minha nação, contra tudo e contra todos se for preciso. Valeu Russia pelo exemplo!
É importante também analisar que o uso das estruturas de poder, no caso específico, foram necessários, tendo em vista, que a derrubada do governo pró- Rússia, foi amplamente apoiada pelos Estados Unidos, a contra gosto da União Européia. Parece paranoia, teoria da conspiração…..mas desde a Iugoslavia, os estados unidos trabalham na deposição de governos com justificativas humanitárias ou democraticas, quando na verdade há uma implementação da teoria do cerco, tendo a Rússia como alvo. Agora tentam fomentar uma mudança de regime na própria Rússia, mesmo sabendo que qualquer outro governo que assumir, quer queira ou não, será um antagonista de Washington .
O culpado de tudo isso e o Governo americano , que a anos vem pressionando a Russia com mísseis em sua fronteira, FOMENTANDO e FINANCIANDO golpes para colocar governos que entreguem para os USA as riquezas naturais dos paises em questão, no caso da Siria Iraque Ucrania mais recentemente, E fato que a Ucrania de 100 anos atras não existe mais, hoje a ucrania foi colonizada pelos soviéticos, e hoje o povo que la vive, e misto, não tem mais volta, se o governo golpista pro americano/alemao/frances pensa que vai exterminar o povo russo que vive na ucrania, enganou-se, mais fácil o pais ser dividido.
alexandre,
Sempre houve um povo ucraniano, descendente direto dos povos eslavos do leste europeu, com língua e costumes próprios, e que se manteve até os nossos dias. Logo, o conceito de uma nação ucraniana legítima prevalece, mesmo que outros povos adentrem o território…
O que ocorre na Ucrânia é uma reorganização política, que, por sua vez, culminou em disputas armadas. Não é uma disputa étnica; e nem teria como se-lo, posto que mais de 1/6 da população do país tem alguma origem russa ( mais de oito milhões de pessoas )…
alexandre,
Sempre houve, nos últimos mil anos, um povo ucraniano, com costumes e língua diferentes. Por tanto, o conceito de nação prevalece, mesmo que o território seja compartilhado.
O que ocorre hoje na Ucrânia é uma reorganização política, que culminou em confronto armado com dissidentes. Não creio que possa ser visto prioritariamente do ponto de vista étnico… Até porque, não haveria como, posto que mais de 1/6 da população da Ucrânia tem alguma origem russa, além de haverem russos em considerável proporção em todo o território do país…
RR eu concordo com vc, porém os fatos ocorridos nos ultimos meses mostraram que com a derrubada do governo Ucraniano pro Russia, surgiram ataques declarados aos cidadaos de origem Russa, com ate a proibicao do ensino da lingua russa nas escolas, vc sabe bem que dentro da Ucrania a maioria do povo ucraniano no pos URSS , nao tem envolvimento politico algum, sao pequenos proprietarios rurais que vivem pacificamente com o pouco que tem, essa revolta foi gerada nas cidades que proporcinalmente tem muito pouca gente, e nao representa o povo Ucraniano, e sim uma pequena porcentagem de pessoas com interesses economicos ligados com a Europa.
A Ucrania tem uma região rica em minerios e gas, e e la que estao as grandes industrias construidas pela URSS, e justamente essa regiao a que nao aceita o governo colocado pelos USA/GB, voce deve ter acompanhado que empresas Americanas e Alemas, ja haviam dividido o controle dessas riquezas , e um absurdo que os americanos saiam do seu continente para tirar e colocar governos em todas as partes do mundo de acordo com seus interesses economicos. Sabido isso , e impossivel dar credito a qualquer revolucao onde esteja metido o governo americano, pois ele nunca representara o povo da regiao e sim o seus interesses.
Caro Alexandre,
Países sempre tem interesses.
Qualquer revolução que conte com participação de forças externas, o será pelo interesse dos que controlam essas forças ( que normalmente é político e/ou econômico ).
Desde os anos 70 que os grandes centros populacionais ucranianos só vem a crescer, com migrações em massa para as grandes cidades; em particular os grandes centros no oeste e centro do país ( com o auge do movimento ocorrendo na década final da URSS ). E com a queda da URSS e as oportunidades que se abriram, a população se tornou um tanto mais “cosmopolita” ( por assim dizer ), com uma visão mais aberta de mundo, deixando um pouco de lado a visão provinciana…
De fato, é possível afirmar que uma parte substancial da população ucraniana tem uma visão típica de grandes centros urbanos, o que implica em participação política. Adicione a isso o fato de que desde antes da Segunda Guerra já existiam movimentos pela independência da Ucrânia, e ver-se-á que o que ocorre já estava latente ( esperando pra acontecer ), catalisou-se com a queda da URSS, e foi reforçado ao longo dos últimos anos com a visão mais técnica de mundo.
Quanto aos movimentos anti-russos, nada mais natural; ainda mais após a questão da Crimeia…
Saudações.
Pena que o General autor IGNOROU toda uma anterioridade dos fatos pintando o ocorrido como uma mera demonstração de força Russa.
Desconhece sua análise de todos os fatos anteriores quando um governo democraticamente eleito pró-Russia sofreu um ataque EXTERNO das forças de inteligência americana e européias que insuflaram manifestações de grupos radicais de direita-neonazista-nacionalista com financiamento e apoio da mídia ocidental com o objetivo claro de tomar politicamente um país situado na fronteira Russa e quem sabe bloquear a Marinha russa no Mar Negro.
Desconhece que a Crimeia só deixou de ser Russa após a ascensão do Premiê Nikita Krushov que por ser Russo de nascimento mas um político comunista de carreira na Ucrânia conseguiu manter a unidade soviética e se tornar o sucessor de Stálin. E logo após sua vitória no Politiburo num ato pessoal retirou a Criméia da então República Socialista da Rússia e anexou seu território a então República Soviética da Ucrânia.
Portanto sem essa de que a Rússia agrediu a “democracia” Ucraniana.
O jogo de poder é de dois lados e foi o Ocidente que começou este conflito querendo expandir a OTAN e colocar a Rússia em posição de desvantagem por meios de ingerência e operações de insuflação de minorias.
A frase do autor “A crise criada pela Rússia na Criméia, decorrente do agravamento do conflito, inicialmente interno, na Ucrânia…”
Demonstra a limitação da análise e a compra da revolta espontânea que os membros da OTAN passam para a mídia e que absolutamente corresponde a verdade dos FATOS onde a Rússia reage em legítimo interesse ao expansionismo agressivo da OTAN e não a tese em contrário que o autor ingenuamente compra da Mídia Ocidental na sua análise bem parcial da situação Ucraniana…
Parabéns é isso mesmo Gilberto Rezende/RS, percebi essa parcialidade do autor também !
Gilberto…
O próprio General, em seu texto, deu a entender que a Crimeia era virtualmente russa, o que fica evidente no seguinte trecho: “Salta aos olhos que a Crimeia apenas fazia parte da Ucrânia do ponto de vista jurídico e formal”. Esse ponto de vista do autor também é comprovado pela descrição que ele deu do cenário onde se desenrolaram os eventos, particularmente ao destacar a população de maioria russa na região ( o que, segundo ele mesmo deu a entender, influenciou decisivamente os rumos da situação; o que não está errado… ).
E o foco da analise do General foi tão e somente o emprego perfeito por parte dos russos de sua força militar para se alcançar um objetivo e como meio de pressão política. Pura e simples… No mais, como parte de sua analise e para desenrolar o raciocínio, apenas descreveu as consequências práticas das atitudes levadas a efeito pelos protagonistas… Nada mais que isso… Não foi o foco do seu trabalho as origens remotas da questão ucraniana, mas apenas a ação russa na Crimeia e o exemplo que ela representa de exercício de poder.
A “crise” é no sentido da ação que foi levada a efeito, que trouxe ( como não poderia deixar de ser ) alguma instabilidade. Mas isso acabaria ocorrendo com a intervenção de qualquer uma das potências com interesse nessa questão…
Por tanto, queira desculpar, mas não identifico qualquer imparcialidade…
Uma meia-verdade também é uma meia-mentira.
Não sei se as fotos, infográficos e charges pertencem ao texto original ou foram escolhidas pelo site mostram CLARA indução a demonizar a Rússia.
E, pá de cal na sua tese de “isenção” do texto do General em sua CONCLUSÃO diz claramente que a Rússia aplicou seu poder militar contra o estado SOBERANO da Ucrânia demonstra que o que ele produziu foi um panfleto.
Classificar a DITADURA Neo-Nazi Ucraniana que depôs um Presidente ELEITO DEMOCRATICAMENTE e mais recentemente DISSOLVEU o congresso Ucraniano que tinha sido eleito com o Presidente deposto sob a alegação que ele tinha muitos traidores e contra a falecida lei do país; chamar a PASTA LEGAL que se transformou o país de ESTADO SOBERANO é um alienado inocente ou um mal intencionado engajado ocidental.
Os EUA estão doidinhos para com auxílio da mídia brazuca do PIG reproduzir a mesma receita ucraniana AQUI no Brasil a partir das “manifestações espontâneas” programadas para movimento de 15 de março…
Só não vê a similaridade quem não quer…
Gilberto ( 03/03/2015 10:41 ),
Uma meia verdade é apenas um lado da história. E isso não significa que seja mentira. A omissão do outro lado da história é que pode induzir a uma conclusão errada. Mas isso é irrelevante nesse caso, posto que o autor não analisa lado algum aqui da questão ucraniana… O General apenas escreve sobre a ação russa, e descreveu o cenário no qual se deu a ação ( Crimeia ), usando dados “genéricos”, e discorreu seu raciocínio em cima deles, e sem levar em consideração qualquer aspecto moral ( se os russos ou o que aconteceu na Ucrânia estava certo ou errado ).
Não me consta que a Ucrânia não seja reconhecida pelos poderes ocidentais como Estado Soberano. Até aqui, sua soberania sobre o atual território não foi contestada nem mesmo pela Rússia ( exceto em áreas de interesse ).
No mais, o cerne do texto, que é o raciocínio que ele discorreu em cima do emprego do poderio militar pela Rússia, está perfeito. Poder se usa dessa forma.
Movimentos como os ucranianos somente são possíveis se houver verdadeira insatisfação popular e alguma dissidência real entre as forças políticas envolvidas. Se não houvesse insatisfação, não haveria levante. Se não houvesse uma verdadeira dissidência, não haveria realocação de poder. Simples assim…
Na Argentina tambem tem gente deste tipo . . . . .
Realmente oque vale é o poder das armas, a Rússia não fez nada que as potências ocidentais e a China ainda não fizeram !
Historicamente, etnicamente e popularmente, desde a sua conquista pelo Império Russo no século 18, que a tomou dos tártaros (antes disto, nunca a península tinha sido povoada por nenhum povo eslavo…). A Crimeia desde então, sempre foi russa e nunca ucraniana. O que aconteceu após 1992, por ocasião da queda da URSS, quando a Crimeia foi separada da Rússia e anexada a uma Ucrânia pela 1º vez na história independente, foi de fato uma tentativa de invasão cultural e étnica da Crimeia pela Ucrânia.
Nestes 20 e poucos anos em que a Crimeia esteve sob domínio de uma Ucrânia independente , ouve de fato uma espécie de invasão, uma tentativa por parte da Ucrânia ( com apoio da UE/OTAN/EUA) , de assimilar étnica e culturalmente a Crimeia, inclusive incentivando o ensino do idioma ucraniano em detrimento do russo…
Em 2014, o poder militar russo apoiou a reversão desta “invasão ucraniana” (apoiada pelo ocidente), garantindo que a vontade da maioria da população da Crimeia, de se reunificar a sua pátria mãe, se concretizasse de fato…
Na realidade a Oblast Criméia foi anexada administrativamente à República Socialista da Ucrânia em 19 de fevereiro de 1954 pelo então Secretário-Geral do Partido Comunista da União Soviética Nikita Khrushchev que era Russo de nascimento mas um político Ucraniano de carreira que, talvez até por estas características, venceu a disputa interna para a sucessão de Stalin e impediu um esfacelamento prematuro da URSS no final da década de 50.
A anexação da Criméia a República Soviética da Ucrânia foi um ato de força travestida de “medida simbólica” por ocasião do 300º aniversário da integração da Ucrânia ao Império Russo, onde Nikita Khrushchev mostrou a sua oposição interna no partido quem mandava na Praça…
VERMELHA…
Sim, sei que a Crimeia foi anexada a Ucrânia em 1954, mas nesta época a Ucrânia era “não independente”, fazia parte da Rússia (em 1954, URSS ), há mais de 200 anos…
E ademais, Khruschev fez esta transferência administrativa de forma burocrática, na base da “canetada”, sem consultar a população da Crimeia…
Aliás, toda a faixa sul e leste da atual Ucrânia tem a mesma historia da Crimeia: Era parte do “Kanato da Horda Dourada” e nunca tinha sido dominada por um povo eslavo, até que o nascente Império Russo conquistou seus territórios…
Foram os bolcheviques que enfiaram o pé na jaca e transferiram para à na época, “província” da Ucrânia…Lá por 1920, toda a faixa sul/leste (da atual Ucrânia) que vai desde Karkov (ex-capital do Império Russo) até Odessa, área que sempre tinha sido, até então, parte da Rússia e nunca ucraniana…
Perfeito o raciocínio do gen. argentino, corroborado pelo nosso guerreiro de 4 estrelas, neste caso. Este é um autêntico exemplo desta teoria, quando a força militar (poder) faz as “relações” internacionais e a ONU apenas as “sanciona juridicamente”. Vai abrindo o olho Brasil!!!!
Quem mais deveria abrir o olho é a própria Argentina em relação ao RU, ainda mais uma matéria dessa vindo de um argentino!
“…matéria vinda de um argentino” ?
O General de Exército Paulo Cesar de Castro, que escreveu o artigo…É brasileiro, ele apenas cita seu professor argentino.
Acho que os russos tem mais fome ainda.