A Batalha Naval do Riachuelo é considerada, pelos historiadores, como uma batalha decisiva da Guerra da Tríplice Aliança contra o Paraguai (1864-1870) – o maior conflito militar na América do Sul, somente superado em vítimas no Novo Mundo pela Guerra Civil Americana (1861-1865).
A importância da vitória nessa batalha está ligada ao fato que, até aquela data, o Paraguai tinha a iniciativa na guerra e ela inverteu a situação, garantiu o bloqueio e o uso pelo Brasil dos rios, que eram as principais artérias do teatro de operações de guerra. Desincentivou, também, possíveis adesões de simpatizantes argentinos e uruguaios à causa paraguaia.
ORDEM DO DIA Nº 4/2015
BRASÍLIA, DF – 11 de junho de 2015.
Assunto: 150º Aniversário da Batalha Naval do Riachuelo – Data Magna da Marinha
Em 1865, a jovem Nação brasileira, ainda sob o regime imperial, experimentava a consolidação do sentimento de nacionalidade. No entorno geográfico, os recentes processos de independência conformavam movimentos de estabilização e de confrontos limítrofes.
O Brasil atribuía muita importância à região do Rio da Prata, pois a livre navegação pelos seus grandes cursos d’água permitiam o acesso ao interior do País. A comunicação terrestre com a província de Mato Grosso era precária, reforçando a relevância do emprego dos rios Paraná e Paraguai para alcançá-la.
Esse era o contexto ao eclodir a Guerra da Tríplice Aliança, maior conflito regional na história sulamericana, na qual a invasão de parte das Províncias de Mato Grosso e do Rio Grande do Sul serviu como estopim e gerou a necessidade de atuar militarmente para salvaguardar os interesses nacionais.
A Batalha Naval do Riachuelo, ocorrida há exatos 150 anos, assinalou um momento capital no conflito, pois, ao garantir a liberdade de navegação nos rios Paraná, Paraguai e seus afluentes, permitiu que pudéssemos transportar, com segurança, soldados, artilharia e mantimentos, inviabilizando a ofensiva inimiga.
A épica vitória de nossa Força-Tarefa deixou-nos um rico legado de exemplos que hoje, nesta comemoração cívica, devemos exaltar e cultuar.
Exaltar e cultuar o exemplo de heroísmo do Chefe de Divisão Barroso! Oficial austero, com profundo senso de honra, cuja carreira foi, desde muito jovem, forjada a bordo dos navios e que soube, nos momentos decisivos da batalha, arrebatar seus subordinados. Sua ousadia e destemor, ao lançar seu Capitânia, a Fragata “Amazonas”, contra as unidades inimigas em sucessivos golpes, afundando 3 navios, dissipou o fervor de luta dos demais.
Exaltar e cultuar o exemplo de patriotismo do Guarda-Marinha Greenhalgh! Um jovem que, com 20 anos incompletos, lutou até a morte na defesa da Bandeira Nacional, símbolo do Império, símbolo de uma Nação ainda em formação, cujo caráter estava surgindo das águas ensanguentadas do Paraná. Enfrentou vários inimigos e acabou tombando, mas nosso Pavilhão não caiu.
Exaltar e cultuar o exemplo de bravura do Marinheiro Marcílio Dias! Praça distinta que sucumbiu na defesa da canhoneira “Parnaíba”. Seu barco, sua alma! Enfrentou vários inimigos, conseguindo abater dois, mas terrivelmente mutilado acabou falecendo no dia seguinte à batalha. Seu espírito nacionalista repousa sob as águas do Rio Paraná.
Exaltar e cultuar o exemplo de arrojo dos combatentes embarcados! Nossa Esquadra, com seus Marinheiros e Soldados, inferiorizada pela surpresa, não esmoreceu ante a desvantagem inicial do combate e logrou incontestável vitória. Ao todo, em nossos 9 navios, computamos 104 mortos, 123 feridos e 20 perdidos no combate. Honrados brasileiros, pais de família, filhos queridos, marinheiros de Barroso que perderam suas vidas e, ao serem homenageados, devem tornar-se perenes no consciente nacional.
A Batalha Naval do Riachuelo não pode ser considerada, contudo, como um episódio isolado, nem as ações navais que se desenrolaram tão somente fruto de inspiração momentânea e do destemor daqueles heróis. Ao citar Rui Barbosa, que dizia que “Esquadras não se improvisam!”, faz-se mister refletir que Riachuelo foi consequência do esforço de preparação de uma Marinha que, desde os seus primórdios, destacou-se por cultivar profundo profissionalismo, mesmo nos períodos de enormes carências ou inadequações dos seus meios navais, como o que ocorreu no início daquela guerra. Uma Marinha formada e amadurecida em combates: Guerra da Independência, Campanha Cisplatina, Revolta dos Balaios, Cabanada, Revolução Farroupilha, Campanha contra Oribe e Rosas. Uma Marinha comprometida com a manutenção da soberania e integridade do país. Uma Marinha com ativa participação na formação da nacionalidade.
Assim foi antes de Riachuelo e assim foi após, quando esteve intensamente presente nos dois conflitos mundiais do século XX.
Assim continua sendo nos dias de hoje, atuando nas águas do Líbano, nas ruas de Porto Príncipe, na Amazônia Azul, na Antártica, nos Rios da Amazônia Verde e Pantanal e onde mais a Pátria necessitar.
Assim será sempre, posso afiançar-lhes. Pois o patrimônio de valor e profissionalismo – o compromisso de Riachuelo – do qual nós, marinheiros do presente, somos herdeiros e guardiões, é imprescindível para um País com a envergadura que desejamos alcançar no cenário internacional.
As momentâneas dificuldades de aprestamento podem limitar nossas pretensões, mas não inibem nossos sonhos nem diminuem a certeza dos destinos deste País-continente e de sua Armada. Não inibem o fogo sagrado e a alegria contagiante das jovens tripulações que guarnecem nossos meios navais, aeronavais e de fuzileiros navais, nem tampouco o entusiasmo maduro de seus Comandantes.
Asseguro que nós, marinheiros, continuamos conscientes do dever de que nossos atos e aspirações não sejam nunca menores que a glória e a nobreza daqueles que nos precederam. Esta é a nossa tradição! Este é o verdadeiro sentido de comemorarmos o sesquicentenário da vitória na Batalha Naval de Riachuelo! Esta crença foi a nossa gênese; foi o sentimento que impulsionou Barroso e seus comandados e deve ser o estímulo a manter nossa motivação: Tudo pela Pátria!
Parabéns a todos!
EDUARDO BACELLAR LEAL FERREIRA
Almirante-de-Esquadra
Comandante da Marinha
Faço parte desta Gloriosa força. Sigo com convicção os ensinamentos de nossos Saudosos Cmtes. Barroso e Tamandaré até hoje, não só os principios militares como tambem os civicos! Esta data MAGNA para nós e digna e procuramos a exercer com HONRA, DIGNIDADE, HUMILDADE, CORAGEM e DEDICAÇÃO. Salve A Gloriosa Marinha do Brasil!!!!!!!!!!!!!!!!
Pois é… milhares de brasileiros deram suas vidas pela pátria, muitos ficaram mutilados, tudo fizeram para defender o Brasil da aventura do ditador Solano Lopes, e hoje, descaradamente, os paraguaios EXIGEM o canhão “Cristiano” — feito com o metal de muitos sinos de igrejas, ao que parece, por isso o nome “Cristiano” — , canhão que está no Brasil, no Rio de Janeiro, e é uma das provas físicas desse momento tão difícil, em que felizmente saímos vencedores. Espero que a “presidenta” não aceite a pressão desses paraguaios e não devolva esse canhão…..
Há 150 temos uma certeza: 24 horas por dia, 365 dias, homens e mulheres da Marinha do Brasil cumprem o seu dever!
Parabéns, Marinha do Brasil! Mesmo desaparelhada e obsoleta de meios tenho orgulho de vc!
Proud, já conseguiram fazer o Estrada 47 sobre a FEB então, quem sabe….
Um autor que eu gostava de ler era o Aydano Roriz, um português que escreve sobre o período colonial. Pelo que entendi ele o considera um cenário capaz de produzir histórias tão interessantes quanto o faroeste americano
A Batalha de Riachuelo,é uma dessas coisas “estranhas“ que existem em nos acontecer,pois é sabido que a esquadra brasileira foi pega de surpresa naquele domingo, 11 de junho de 1865, estava totalmente desguarnecida, porém a nossa prática de improvisar, aliada ao nosso hábito de não fugir da luta , nos levou a vitória !
A vitória é oque nos importa,mas poderíamos ter menos baixa se estivéssemos mais atentos, mais preparados !
A todos os heróis que combateram do arroio Riachelo, nossas sinceras homenagens sejam eles brasileiros ou paraguaios !
Continências à Marinha do Brasil.
Será que teremos algum produtor de filmes nacional que possa reproduzir esta batalha?
Acho que seria épico e histórico!
Alias a ANCINE poderia alocar recursos para reviver na nossa memória e dos jovens estas incríveis passagens de nossos heróis.
Fico na esperança.
Realmente foi uma grande batalha naval e descisiva na guerra do paraguai.Parabens a MB por essa grande vitoria.