Por Maristella Marszalek
Brasília (DF), 17/07/2020 – As ações conjuntas dos Ministérios da Defesa e da Saúde para apoiar as comunidades indígenas no combate à Covid-19 prosseguem. Nesta sexta-feira, 17, foi deflagrada a Missão Tiriós, que irá levar assistência e insumos de saúde, além de mais de seis toneladas de cestas básicas, para comunidades indígenas do Complexo Tumucumaque, localizado na região em que o Brasil faz fronteira com o Suriname.
A ação, conduzida pelo Comando Militar do Norte (CMN), vai beneficiar cerca de 2 mil indígenas das etnias Tiriyó e Kaxuyana, que vivem nas Terras Indígenas Parque do Tumucumaque e Paru D’Este, situadas, em sua maior parte, no Estado do Pará, e em uma pequena faixa no Estado do Amapá.
A equipe de saúde que vai atender os indígenas na região é composta por 21 militares das Forças Armadas. São médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, dentistas e farmacêuticos, oriundos de Hospitais e Organizações Militares de Belém e de Macapá. Os militares reforçarão a assistência prestada pelas Equipes Multidisciplinares de Saúde Indígena (EMSI) do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Amapá e Norte do Pará.
Para o Coordenador Distrital de Saúde Indígena – Amapá e Norte do Pará – DSEI AMP, Roberto Wagner Bernardes, a realização desse trabalho conjunto com as equipes de saúde da Secretaria Especial de Saúde Indígena e das Forças Armadas vai potencializar as ações para combater a COVID-19 e proteger os povos indígenas do Parque do Tumucumaque, que é a Terra Indígena mais distante da sede do DSEI Amapá, que está situado na cidade de Macapá – AP, ficando cerca de 600 km de distância, em linha reta.
“Vamos conseguir fazer um diagnóstico mais preciso e prévio de indígenas que possam estar infectados com o novo coronavírus e poder iniciar o tratamento e o protocolo terapêutico. É uma ação de suma importância para fazermos um monitoramento, uma busca ativa, principalmente desse grupo de risco que são os idosos, as pessoas com comorbidades, os indígenas que apresentam hipertensão arterial, diabetes, que fazem tratamento oncológico e gestantes. Enfim, é um trabalho amplo, que vai atender todas as 32 comunidades da região”, disse Roberto.
Ao todo, serão disponibilizados para a região 2,5 toneladas de materiais para ajudar no enfrentamento ao novo coronavírus e também para o atendimento médico necessário nas comunidades. Além disso, para auxiliar a população nesse período de pandemia, inclusive na manutenção do distanciamento social, as Forças Armadas levarão para essas áreas cestas básicas disponibilizadas pela Fundação Nacional do Índio (FUNAI) e pelo CMN, totalizando 6,5 toneladas de alimentos.
De acordo com a Coronel Carla Maria Clausi, médica coordenadora da missão junto ao Ministério da Defesa, será mais uma missão de ajuda humanitária das Forças Armadas, em parceria com o Ministério da Saúde, à população brasileira das áreas mais remotas do País.
A médica também ressalta que todos os protocolos de segurança para assegurar a saúde dos indígenas estão sendo observados.
“Estamos seguindo protocolos rígidos de saúde para garantir a segurança das comunidades indígenas: todos os integrantes da comissão são obrigados a apresentar o exame molécula de RT-PCR negativo, que é o mais fidedigno e com menor índice de erros. A partir do momento da coleta, os mesmos passam a ficar em isolamento social, em casa. Além disso, imediatamente antes do embarque, são feitos os testes rápidos imunológicos (IgM e IgG) e é realizada uma inspeção sanitária por equipes de saúde para comprovar a ausência de sinais e sintomas que possam sugerir a doença. E, durante todas as ações e atendimentos, os profissionais de saúde, estarão paramentados com EPI, concretizando a proteção total aos nossos indígenas”, finalizou a Coronel.
Fotos: Divulgação Forças Armadas