Por TC Maurício José Lopes de Oliveira
A publicação Cenário de Defesa 2020-2039 – Sumário Executivo, do Ministério da Defesa – apresenta estudos sobre situações de ameaças e características dos conflitos do futuro que reforçam que as Forças Armadas do Brasil estão no caminho certo para o desenvolvimento de seus projetos estratégicos. O propósito é capacitar o País na defesa de sua soberania – palavra tão cara e de grande relevância para a sociedade brasileira nos dias atuais.
Cabe ressaltar que o Ministério da Defesa, há algum tempo, vem promovendo seminários com o intuito de incentivar a discussão sobre a temática defesa, aproveitando não só as ideias apresentadas pela esfera Acadêmica e pelas organizações ligadas ao Ministério da Defesa (como a Escola Superior de Guerra e o Instituto Pandiá Calógeras), mas também pesquisas e esforços realizados pelos Centros de Estudos da Escola de Guerra Naval e da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército e pelos Centros Estratégicos da Força Aérea Brasileira. O incentivo ao estudo de temas ligados à defesa do Brasil, tanto no meio militar como no civil, é fator relevante para um país emergente da América do Sul, que tem um papel primordial de liderança regional e hemisférica e que defende seus interesses nos cenários que poderão ser apresentados no futuro.
Nesse contexto, as Forças Armadas brasileiras vêm realizando um esforço contínuo no sentido de desenvolver e produzir produtos de defesa de primeira linha, baseado no desenvolvimento de sua Indústria Nacional de Defesa (IND). Para tanto, o desenvolvimento de Projetos Estratégicos, por parte das três Forças Singulares, tem papel fundamental para a garantia da soberania de nosso extenso litoral, representado pela nossa Amazônia Azul, pelo nosso território e pelo imenso espaço aéreo.
A Estratégia Nacional de Defesa (END) foi a norteadora para assegurar uma adequada preparação e capacitação das Forças Armadas por meio do desenvolvimento de tecnologias nacionais e de emprego dual (produto empregado em prol do meio militar ou civil). O Plano de Articulação e Equipamento de Defesa (PAED) representa a continuidade de investimento de recursos na capacidade operativa da Marinha do Brasil, do Exército Brasileiro e da Força Aérea Brasileira. Ele assegura benefícios ímpares para o Brasil: incentivo à indústria nacional, geração de empregos de alta qualificação, estímulo à ciência e tecnologia, capacitação de recursos humanos, fortalecimento das ações de Estado no território nacional, domínio de tecnologia sensível, transferência de tecnologia de outros países para o Brasil, acordos de offset, aumento da possibilidade de exportar mais produtos de defesa no futuro e fomento da IND, dentre outros.
No entanto, nota-se que devido à dificuldade orçamentária pela qual passa o País na atualidade, é natural que os Projetos Estratégicos gerenciados pelas Forças Armadas sofram com o impacto da diminuição de recursos financeiros planejados e impostos pela Lei Orçamentária Anual para os próximos anos.Sobre essa assertiva, cabe a reflexão: quando as Forças Armadas tiveram recursos fartos para investimentos (aquisição/desenvolvimento) em seus produtos de defesa? Esse obstáculo requer um estudo de planejamento constante por parte de nossas Forças Armadas (alteração de prazos e mudança de escopo de projetos). Contudo, nunca poderá ser um fator desestimulador ou impeditivo para os nossos gerentes de projetos em todos os níveis. Enfrentar a dificuldade faz parte da capacidade de resiliência de nossos militares, que será fundamental para a concretização de nossos projetos estratégicos. Como exemplos positivos, podemos citar: o Programa de Desenvolvimento do Submarino Nuclear da Marinha do Brasil (Prosub); os projetos Defesa Antiaérea, Guarani e Astros 2020 do Exército Brasileiro; o KC-390 e o projeto F-X2 da Força Aérea Brasileira, todos já consolidados e em passos avançados, mesmo com os obstáculos impostos por cortes em orçamentos ocorridos no passado.
Notícias veiculadas nas mídias nacional e internacional, que abordam declarações e interesses de nações estrangeiras pela Amazônia brasileira, nos fazem refletir e acendem “a luz amarela” na consciência da sociedade brasileira sobre como será importante a concretização dos projetos estratégicos das Forças Armadas para garantir nossa soberania no futuro.
Mesmo que haja cortes orçamentários, conclui-se que o momento de incentivo ao desenvolvimento desses projetos é atual, urgente e necessário. A integridade de nossos mares, nosso território e espaço aéreo nos custa caro. Ela depende de nossas ações no presente aliadas às respostas inteligentes aos questionamentos feitos pela mídia, por sofrer interferências de Organizações Não-Governamentais (ONGs) manipuladas ou não por nações estrangeiras com interesses em nossos incalculáveis recursos.
Por fim, sugere-se que continuemos a almejar por Forças Armadas mais preparadas e capacitadas em seus quadros e meios militares, com o intuito de estarmos mais aptos a repelir qualquer investida em nosso território. Devemos, também, continuar promovendo fomentos à economia brasileira, cientes de que os projetos estratégicos não são um “problema” a ser administrado, mas uma possível solução na medida em que geram benesses para a economia brasileira.
O autor é oficial da Arma de Artilharia e foi formado pela Academia Militar das Agulhas Negras no ano de 1999. Realizou o Curso de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME) nos anos de 2014-2015. Após o curso da ECEME, foi instrutor da Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (ESAO) nos anos de 2016-2017 quando foi designado como Assessor no Colégio Interamericano de Defesa, em Washington D.C., Estados Unidos da América.
FONTE: EBlog
O Primeiro passo para o Brasil modernizar sua estrutura de defesa é alterar suas diretrizes de emprego e doutrinas. Não podemos pensar como se estivessemos no inicio do século passado. A começar com o fim do serviço militar obrigatório, um principio de mobilização da antevéspera da I GM…, passando pela redução de contingente (principalmente do EB) e sua profissionalização. A contratação de soldados e praças por tempo determinado me parece uma solução mais adequada do que arcar com altos custos previdenciários ad eternum… Por outro lado na questão de equipamentos os exemplos recentes como os programas do KC390, PROSUB, FX, GURANI E ASTROS2020, A-Darter, etc. Propostos e levados a cabo em grande parte à época dos governos sociais-democráticos recentes me parecem exemplos exitosos a serem seguidos.
Com todo o respeito ao oficial que escreveu mas é nítido que o erro do Brasil é a falta de noções de engenharia de produção e de administração.
Portanto digo ao produzir um armamento voltado para as necessidades do Brasil, está se jogando fora. A oportunidade de exportação deste produto. Tornando cara a produção e sua manutenção, igual a todos os projetos nacionais que tivemos exceto poucas exceções
Devemos chamar os países vizinhos e nações amigas e oferecer um desenvolvimento conjunto do produto, assim sintetizando neste produto as necessidades gerais de todos os parceiros do projeto, e todos já se compromete a adquirir um lote mínimo para fomentar a escala de produção. A exemplo do F35.
Um exemplo de projeto exclusivo a um país que não dá certo financeiramente, devido as particularidades voltada ao mercado interno.
USS Zumwalt, corveta Barroso.
Abraço
O projeto dos comandantes dos oficiais é pegar todas as vantagens que puderem, e se aposentar pra entrar na política. Não dão a mínima para o Brasil. Reconhecidas as exceções; são um bando de garotos que foram mimados não em suas casas, mas nas escolas de formação de oficiais. São formados num esquema de irmandade corporativista para suprirem o vazio de seus egos. Não são formados para defender o Brasil. Como já disseram aqui: dê lhes 5 minutos de fama, uma medalha, e um comando e posto com nome esquisito que eles se abrem e se vendem. Como diz os camaradas do exército: só pensam em si e só enxergam seus próprios umbigos.
Aldebaran eu não concordo com seu pensamento. Convivo com muitos oficiais devido ao meu trabalho e lhe asseguro que todos os que conheço não são assim.
Padilha,
Infelizmente não podemos seguir no confronto das ideias,pois eles culminaram no campo da política, e já sei que você não permite esse assunto aqui. E até entendo haja visto que isso aqui viraria um palanque. Os militares adentraram nesse campo novamente, fazendo ameças veladas, que em um país ffaa comandadas por mentes menos atrasadas, levariam os elementos a serem presos. Eles estão sempre a espreita. Ameças, discursos inflamados em clubes militares e Campanha política na caserna. O atraso fardado. Os caras vão pra reserva, têm o fluência nos que estão na ativa e ficam brincando de jogo do poder. Se não dançar a música que ia generais querem não serão promovidos. Como são vaidosos…