Por Capitão-Tenente Fabrício Costa
Porto Velho (RO), 19/07/2021 – Militares das Forças Armadas, juntamente com as Polícias Civil e Militar, além do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), apreenderam, na terça-feira (14/7), 700 metros cúbicos de madeira em ação na Floresta Nacional (Flona) de Jamari, a menos de 300 km de Porto Velho, em Rondônia.
“Apesar de o decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) abarcar todos os tipos de delitos ambientais, nossa expectativa maior é a de reduzir o nível de desmatamento. Vamos realizar de duas a três ações simultâneas como essa todas as semanas. Basta os pedidos chegarem, via cadeia de comando, que vamos para campo executar a missão”, garantiu o Tenente-Coronel Rafael Barreto, Oficial de Operações da 17ª Brigada de Infantaria de Selva, localizada em Porto Velho (RO).
A apreensão realizada pelo Comando Conjunto da Amazônia, dentro da Operação Samaúma, coordenada pela Vice-Presidência com apoio do Ministério da Defesa, equivale a 60 caminhões com toras de madeira, sendo que o metro cúbico de cada madeira foi avaliado em R$ 2 mil.
“Cerca de 60% das toras de madeira encontradas na Floresta Nacional de Jamari são destinadas à exportação. Já os outros 40% são distribuídos pelo Brasil. Os destinos mais comuns são a Noruega e a Holanda”, afirmou Evandro José Muhlbauer, engenheiro florestal e administrador da empresa Madeflona, que venceu concessão pública para explorar, de maneira legal, as Flonas de Jamari e Jacundá, ambas no estado de Rondônia.
Após 10 horas de operação, os militares, policiais e servidores do ICMbio conseguiram chegar aonde as toras de madeira estavam escondidas. Para o sucesso da ação, foi preciso um comboio composto por 40 homens fortemente armados com pistolas e fuzis, distribuídos por dois caminhões de 5 toneladas do Exército e cinco motos.
Além disso, os militares das Forças Armadas garantiram a segurança e o transporte dos policiais e servidores do ICMBio para que a operação acontecesse. “O trabalho conjunto é fundamental para atingirmos o nosso alvo. Isso aumenta a probabilidade de sucesso da nossa missão. O efeito psicológico do emprego da Marinha, do Exército e da Aeronáutica funciona para tranquilizar a equipe e fazer a retirada segura dos materiais ilegais do local”, disse Aquilas Mascarenhas, Chefe do Núcleo de Gestão Integrada do ICMBio Porto Velho.
No mesmo dia, o Comando Conjunto Norte (CCjN) apreendeu diversos materiais utilizados em delitos ambientais. Em Novo Progresso, no Pará, os militares identificaram uma carreta transportando materiais como pá carregadeira, suprimentos e combustível para motosserras. As ferramentas eram usadas para exploração de áreas desmatadas na região. Já em Moraes Almeida, no mesmo estado, foi localizado um veículo abandonado com madeira e um caminhão com material sem procedência na BR-163.
Os homens das Forças Armadas realizaram a guarda do material até a chegada dos agentes do IBAMA, responsáveis pela análise das documentações do que foi apreendido, além dos demais procedimentos de responsabilidade do órgão de fiscalização ambiental.
Operação Samaúma
A Operação Samaúma, de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) ambiental, ocorre em terras indígenas, em unidades federais de conservação ambiental, em áreas de propriedade ou sob posse da União e, mediante requerimento do respectivo Governador, em outros sítios do estado. Todas as atividades ocorrem em conjunto com órgãos e agências de proteção ambiental e de segurança pública.
Conforme o decreto número 10.730, de 28 de junho de 2021, a atuação dos militares do CCjN, que iniciou dia 28 de junho, ocorre nos municípios paraenses de Altamira, Itaituba, Jacareacanga, Novo Progresso, São Félix do Xingu e Trairão e seguem até o dia 31 de agosto de 2021.
O nome da Operação homenageia a árvore conhecida como rainha da Amazônia, que guarda e distribui água para outras espécies e também pode ser chamada de Mafumeira, Sumaúma e Kapok.
Por qual razão comentários respeitosos e com informações verdadeiras, ainda que contrários ao governo, não são aprovados neste blog? Não é um espaço democrático?
Marlon,
Pela razão que não estamos 24h conectados no site, também temos compromissos extra DAN.
Se tiver paciência estaremos, dentro do possível, liberando os comentários…
Este senhor surgiu do nada no site e fica enchendo o saco dos foristas com questões alheias aos temas das matérias e de cunho político ideológico. Faz questão de responder em cada comentário como em uma das matérias aqui no DAN. Mais um bot se entremeando em sites de temas militares pra politizar.
Existem pessoas que acreditam que um site, apenas por ser especializado no área militar, possui um escolha explicita nesta sociedade de polarização política infame que estamos vivendo.
Antes que alguns interpretem errado, infame é a polarização atual ignorante, e não a sociedade.
Mas a informação postada (neste comentário) por ele não está errada.
O problema é uma regra criada em 2019 que exige ao menos uma reunião de conciliação, de cada infração cometida, para que a multa seja aplicada.
Ocorre que só em 2019 o Ibama identificou mais de 10 mil infrações. E o órgão não consegue, nem de perto (fica na faixa de 2%), fazer conciliações no ritmo das infrações.
Agora, no início do ano, li que estavam adotando a conciliação por vídeo conferência. Desafoga um pouco, mas vai ficar longe de resolver. O processo anterior era mais prático e rápido. Se era mais justo, boa pergunta.
O preço da mobília, lá em Paris, vai aumentar muito.
Por um lado temos um trabalho satisfatório das instituições de estado do país. Do outro, temos a burocracia criada para instalar a impunidade. Neste momento, as multas ambientais pagas caíram 93%. Isso porque o atual governo, ainda durante a “gestão” de Salles, implantou as audiências. Porém, elas nunca são realizadas e as autuações se tornam inócuas.
O que é feito com as toras aprendidas??
Esse é o caminho. Tornar a extração ilegal de madeiras dispendiosa o suficiente para que fique extremamente cara. Para conseguir isto só com este ótimo trabalho de fiscalização e apreensão que o EB tem feito, em conjunto com a PF e demais forças policiais.
Importante também o trabalho da imprensa especializada que mostra o que veículos mais populares não mostram: a atuação constante do EB desde o começo, quando começaram as primeiras denúncias.