Por Christina Mackenzie
PARIS – O governo francês anunciou quinta-feira que deseja enviar 78 canhões Caesars montados em caminhões para a Ucrânia sob a estrutura “Artilharia para a Ucrânia”, lançada pelo ministro da defesa francês, Sébastien Lecornu, e pelo seu homólogo ucraniano, Rustem Umierov.
A estrutura é uma das cinco que se concentram em diferentes necessidades militares, sendo as outras quatro, defesa terra-ar, veículos blindados, forças aéreas e segurança marítima, é co-presidido pela França e pelos Estados Unidos, incluindo 23 países.
O objetivo é fornecer rapidamente às forças armadas ucranianas o equipamento de que necessitam para se defenderem, à medida que a invasão da Rússia se aproxima do seu segundo ano completo. A longo prazo, a ação visa ajudar a construir a futura capacidade de artilharia da Ucrânia através de parcerias industriais “ambiciosas e inovadoras”, de acordo com uma declaração do Ministério da Defesa francês.
Além disso, o presidente francês, Emmanuel Macron, disse na terça-feira que a França entregaria cerca de 40 mísseis de longo alcance Storm Shadow à Ucrânia e confirmou que centenas de mísseis ar-terra AASM (ou HAMMER, Highly Agile Modular Munition Extended Range) também seriam entregues.
O Storm Shadow é fabricado pelo grupo europeu de mísseis MBDA e pode ser lançado de diferentes aeronaves. O AASM é fabricado pela empresa francesa Safran Electronics & Defesa. Projetados para apoio aéreo aproximado e missões de ataque profundo, eles estão em serviço na Força Aérea e Espacial Francesa e na Marinha desde 2007.
Lecornu disse numa conferência de imprensa que os mísseis AASM “foram adaptados para que possam ser lançados a partir de aeronaves da era soviética, por outras palavras, não de Rafales ou Mistrals franceses”.
Os Caesars são produzidos pela empresa francesa Nexter, parte do grupo franco-alemão KNDS. A Ucrânia comprou seis dos 78, que já foram pagos, e estes serão entregues nas próximas semanas.
Dos restantes 72, a França financia 12 utilizando 50 milhões de euros (54 milhões de dólares) do seu fundo de apoio à Ucrânia e procura parcerias com outros países e/ou a Agência Europeia de Defesa (EDA) para financiar a aquisição dos outros.
“Temos 60 canhões Caesar para financiar. Estou lançando um apelo a todos os nossos aliados”, disse Lecornu no lançamento da coalizão.
Um porta-voz da Nexter disse ao Breaking Defense que as linhas de produção da empresa em Bourges e em Roanne (ambas no centro de França) eram hoje capazes de fabricar seis Caesars por mês, acima dos dois por mês que era a média antes da Rússia invadir a Ucrânia em Fevereiro de 2022.
Isto significa que a Nexter irá fabricar Caesars a este ritmo até ao final do ano, a fim de satisfazer o compromisso do governo francês com a Ucrânia, e até 2025 pretende ter oito Caesars por mês saindo das suas linhas de produção.
Os canhões disparam projéteis de 155 mm, fabricados na fábrica da empresa em La Chapelle St. Ursin. A taxa de produção desta munição aumentou 50 por cento desde fevereiro de 2022, de 40.000 cartuchos por ano para 60.000 “e nosso objetivo para 2025 é dobrar esse número para 120.000”, disse o porta-voz.
Lecornu disse que a França fornecerá 3.000 munições por mês ao exército ucraniano a partir do final de janeiro, contra as atuais 2.000 e apenas 1.000 no início da guerra.
A Ucrânia está atualmente sendo ajudada por uma aliança de 54 países no âmbito do Grupo de Contato de Defesa da Ucrânia, que coordena a entrega de armas bilaterais ou multilaterais a Kiev.
TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO: DAN
FONTE: Breaking Defense
Bobinhos….60 outros pagam pra industria deles faturar…