Itália – O dia 25 de abril de 1945 é considerado o “Dia da Liberação” do jugo nazifascista durante a Segunda Guerra Mundial, por isso, nesse dia, celebra-se, na Itália, a Festa della Liberazione, sendo uma das principais datas cívicas italianas. No corrente ano, as comemorações assinalaram homenagens aos 74 anos do fim do maior conflito bélico vivenciado pela humanidade. Por esse motivo, a última semana de abril foi cheia de solenidades na nação amiga.
A Força Expedicionária Brasileira (FEB) integrou o efetivo das tropas aliadas que combateram as forças nazifascistas em território italiano durante a Segunda Guerra Mundial. A FEB contabilizou o envio de 25.334 militares para a campanha na Itália e participou efetivamente das operações de combate nas regiões da Toscana, Emilia-Romagna, Lombardia e Piemonte, na porção norte do país. As regiões italianas são divisões político-administrativas que equivalem aos estados no Brasil.
Nas regiões onde o Brasil combateu, as cerimônias de caráter cívico-militar reverenciaram a efetiva participação da FEB na liberação de inúmeras cidades italianas durante o conclito bélico. Houve solenidades e eventos alusivos às tropas brasileiras nas cidades de Gaggio Montano, Montese, Sassuolo, Vignola, Collecchio, Fornovo di Taro, Tortona e Stafolli.
Em Gaggio Montano, ocorreu a significativa inauguração do monumento em homenagem ao Primeiro-Tenente Amaro Felicíssimo da Silveira, do 1º Esquadrão de Reconhecimento Mecanizado, Unidade de Cavalaria que integrava o efetivo combatente da FEB.
O Ten Amaro faleceu em 20 de novembro de 1944, nos arredores de Gaggio Montano, na localidade de Montilocco, durante uma ação ofensiva da tropa de Cavalaria contra uma posição defensiva nazista. Naquele momento, as ações das tropas aliadas no entorno de Gaggio Montano objetivavam a sondagem dos efetivos, meios e possibilidades dos efetivos inimigos que dominavam as alturas de Monte Belvedere e Monte Castello, acidentes capitais da notória Linha Gótica. O primeiro ataque aliado de larga escala a essas posições ocorreu em 24 de novembro de 1944, porém a conquista definitiva somente veio a consolidar-se em 21 de fevereiro de 1945.
O 1º Esquadrão de Cavalaria Leve (1º Esqd C L), situado na cidade de Valença, Rio de Janeiro, ostenta a designação histórica “Esquadrão Tenente Amaro”, sendo a organização militar de Cavalaria herdeira das tradições do lendário 1º Esquadrão de Reconhecimento Mecanizado da 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária (1ª DIE/FEB).
Na cidade de Montese, também ocorreram eventos específicos para reverenciar os heróis brasileiros que tombaram no cumprimento do dever durante a Segunda Guerra Mundial. Foram realizadas homenagens ao Sargento Max Wolf Filho, falecido em combate em 12 de abril de 1945, durante as ações ofensivas para a identificação das posições inimigas no entorno da localidade, e ao aspirante a oficial Francisco Mega, que tombou em 15 de abril de 1945, na consolidação da conquista de Montese, um dia após a ação principal na cidade.
No principal monumento referente à liberação de Montese, a cerimônia cívica assinalou emblemática homenagem à FEB com o canto da Canção do Expedicionário por crianças de escolas municipais. Em Sassuolo, Vignola, Collecchio e Tortona, houve cortejos e deposições de flores nos monumentos que homenageiam as tropas brasileiras que combateram pela liberação dessas cidades durante a guerra.
Em Staffoli, além da tradicional cerimônia cívico-militar, também foi realizada uma missa no entorno da pequena Capela de pedra construída por soldados da FEB em dezembro de 1944. A obra rústica, edificada com meios de fortuna no local do então acampamento brasileiro, foi dedicada à Nossa Senhora de Lourdes e representa a expressão religiosa que confortava os pracinhas naquele período de desafios e adversidades. Anualmente, as Prefeituras de Castelfranco di Sotto, Fucecchio e Santa Croce sull’Arno colaboram para a consecução do evento.
Em Fornovo di Taro, onde, em 28 e 29 de abril de 1945, ocorreu a rendição de tropas nazifascistas à FEB, a atual gestão administrativa municipal promoveu a encenação do momento histórico. Nesse mesmo período, há 74 anos, cerca de 15.000 militares do XIV Exército alemão depuseram suas armas perante o Comando da FEB. Esse efetivo integrava a 148ª Divisão de Infantaria alemã, da 90ª Divisão Blindada alemã (Divisão Panzer Grenadier) e da 1ª Divisão de Infantaria italiana (Divisão Bersaglieri Itália).
Idealizada e promovida pela Prefeitura de Fornovo di Taro, a encenação foi realizada por grupos de voluntários italianos e historiadores das regiões da Toscana e Emilia-Romagna. Além da homenagem às tropas brasileiras, o evento também buscou evidenciar os 74 anos do fim dos conflitos bélicos da Segunda Guerra Mundial em território italiano.
“O episódio de abril de 1945 em Fornovo di Taro, vivenciado vitoriosamente pela 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária brasileira, constitui inegável marco de transcendente significação para a historiografia militar nacional. Será sempre motivo de justo orgulho para o Exército Brasileiro e, ao mesmo tempo, um poderoso estímulo e uma perene fonte de confiança nas possibilidades de nossos quadros e soldados” (do livro “A FEB pelo seu Comandante”, de autoria do Marechal João Baptista Mascarenhas de Moraes).
Fonte: Aditância do Exército na Itália
Quanto orgulho do nosso Exército. Gratidão eterna aos pracinhas. Que Deus os abençoe, onde agora estiverem. Paz e Vitória!
Quanta diferença na cultura, como também no sentido de valorizar aquilo que realmente edifica, que constrói e deixa um legado sólido e sadio para a posteridade.
Infelizmente não vemos isso no nosso imenso Brasil.
As crianças italianas aprendem até o hino da FEB e os daqui não sabem nem o hino nacional.
André,
Concordo contigo, mas nós mesmos não incentivamos isso nos nossos filhos. Não podemos esperar só da escola.
Para dar uma pequena amostragem, quantos de nós sabemos a letra a Canção do Expedicionário, Cisne Branco, Hino dos Aviadores e do Exército?
Para quem é do Rio, quem já levou seus filhos no Monumento aos Mortos da II Guerra?
De fato!
????
Caro amigo, ao seu pai, eu digo muito obrigado.
Na 1ª foto na cadeira de rodas me parece ser um historiador ( oficial ou por paixão ) italiano que muito fez pela memória dos nossos pracinhas e já apareceu em vários documentários e reportagens sobre a FEB, espero que seu problema de saúde seja passageiro.
Parabéns aos eternos amigos italianos por preservar a memória daqueles homens simples, trabalhadores dos diversos rincões do Brasil, que com pouquíssima idade, atravessou o Atlântico, enfrentou temperaturas baixíssimas, e por último enfrentou a poderosa máquina de guerra nazista, e as venceram em suas campanhas. Infelizmente no nosso país, esses heróis são poucos reconhecidos, mas eu como brasileiro tenho muito orgulho de todos os integrantes da FEB.
Uma prova disso é o que comentei sobre as crianças italianas.
Meu pai, Cb Espíndola, foi integrante do 1o. Esquadrão de Reconhecimento durante a IIa Guerra Mundial.