Em pronunciamento na TV, o presidente americano confirma que Abu Bakr al-Baghdadi morreu durante ação realizada pela coalizão liderada pelos EUA na Síria. Havia uma recompensa de 25 milhões de dólares por sua captura.
O presidente americano, Donald Trump, confirmou neste domingo (27/10) a morte do líder do grupo jihadista “Estado Islâmico” (EI), Abu Bakr al-Baghdadi, após ação realizada pela coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos no noroeste da Síria.
Em pronunciamento na TV, Trump anunciou que, durante a ação, o líder do EI se escondeu dentro de um túnel com três de seus filhos e detonou um colete de explosivos. Segundo o presidente, averiguações realizadas após a ofensiva confirmaram a identidade de al-Baghdadi.
“Ele era um homem doente e perverso, e agora ele se foi”, disse Trump. “Ele morreu como um cachorro, ele morreu como um covarde.”
Como chefe de um grupo jihadista que chegou a controlar grandes áreas da Síria e do Iraque, chegando a proclamar um “califado”, há muito que Baghdadi era procurado pelos Estados Unidos. A recompensa por sua captura era de 25 milhões de dólares (100,3 milhões de reais).
De acordo com as informações divulgadas pelo Observatório Sírio de Direitos Humanos, a ação que matou al-Baghdadi contou com oito helicópteros pertencentes à coalizão internacional e durou cerca de 120 minutos.
A ONG apontou ter recebido a informação de que nove pessoas morreram, entre eles um menor de idade, duas mulheres e integrantes do “primeiro escalão” do EI, sem que o nome de Baghdadi fosse citado.
O alvo específico foi uma casa comprada há poucos dias pelo líder do grupo jihadista no vilarejo de Barisha, na província de Idlib, que é o último reduto de oposição na Síria.
Em seu pronunciamento, Donald Trump se dirigiu aos governos de Turquia, Rússia, Síria, Iraque e também às lideranças curdas, pela aliança que possibilitou a localização de al-Baghdadi.
Os curdos eram aliados dos Estados Unidos, até que Trump anunciou a retirada das tropas do nordeste da Síria, como forma de não se envolver na ofensiva lançada pela Turquia contra milícias curdo-sírias.
Há dois dias, o presidente decidiu pelo retorno dos militares, para resguardar oleodutos na região e impedir que caíssem de novo nas mãos do “Estado Islâmico”.
Essa é a terceira vez que a morte de Baghdadi é anunciada. Sem aparecer desde 2014, ele chegou a ser dado como morto em 2016 e depois em 2017. Em abril deste ano, ele surgiu num vídeo publicado na internet, afirmando que a batalha do “Estado Islâmico” não tinha terminado.
Baghdadi nasceu em 1971, em Samarra, no norte do Iraque. Depois da invasão do país pelos Estados Unidos em 2003, ele foi detido por se unir à resistência armada. Considerado um dos terroristas mais perigosos do mundo, os EUA ofereceram 25 milhões de dólares por informações que levem à captura do jihadista.
FONTE E FOTO: DW