Mesmo antes do General iraniano Qassem Soleimani desembarcar do avião em Bagdá na semana passada, o seu destino já estava selado.
A sequência de eventos que levou ao assassinato do comandante da Força Quds, e elevou as tensões no Oriente Médio, começou horas antes em Beirute.
Ainda na capital libanesa, os EUA estavam cientes dos planos de viagem de Soleimani, e acompanhou o embarque no avião que o levaria para o aeroporto internacional de Bagdá, de acordo com um funcionário do Governo dos EUA.
Seu desembarque do avião no Iraque foi monitorado por drones orbitando acima, incluindo um armado com mísseis ar-superfície Hellfire, regularmente utilizados em ataques a terroristas de alto valor.
O Reaper acompanhou Soleimani por cerca de 10 minutos antes de disparar contra os dois carros que transportavam o comandante iraniano, outros líderes e assessores, incluindo o chefe de uma milícia iraquiana que esteve em conflito com as forças dos EUA.
Com a câmera do Reaper, foi possível identificar Soleimani, determinar sua localização no veículo e até mesmo que tipo de roupa ele usava no momento, disse Brett Velicovich, militar das Forças Especiais do Exército Norte-americano, que conduziu diversas missões com drones no Iraque e Afeganistão.
O carro de Soleimani era o primeiro, no comboio de dois carros. Enquanto passavam por uma via que dava acesso para a estrada do aeroporto, foram atingidos por dois mísseis Hellfire cada um, em um momento em que não haviam carros civis próximos.
Os detalhes do ataque tendem a corroborar com o que disse um funcionário do Governo dos EUA a repórteres na sexta-feira em Washington, que foram tomadas todas as medidas para minimizar possíveis vítimas civis e que Soleimani era um “Alvo de oportunidade”.
O evento também demonstrou que os EUA mantêm a capacidade para executar o chamado “time sensitive targeting” e ataque aéreo a adversários, se houver inteligência adequada.
Esforços de inteligência dos EUA provavelmente foram auxiliados pelo status de celebridade que Soleimani tinha na região, de acordo com um analista. “Soleimani era muito conhecido e visível, portanto, foi relativamente fácil rastrear seus movimentos usando o compartilhamento de informações, sem necessidade de um extraordinário ou incomum nível de cooperação”, disse Kenneth Katzman.
FONTE: Star and Stripes