Por Hanna Hoikkala e Niklas Magnusson
(Bloomberg) — A Saab, fabricante dos aviões de guerra Gripen, mira um quarto das vendas de 40 a 50 submarinos para as quais vê demanda em mercados acessíveis nos próximos anos após uma incursão na indústria naval.
“Poderemos talvez conseguir contratos em três a quatro países, ou cerca de 12 submarinos, ao longo de 10 ou 15 anos”, disse o CEO Hakan Buskhe em entrevista, destacando as renovações de frota pendentes na Polônia e na Holanda.
Fundada como fabricante de aviões em 1937, a Saab, que tem sede em Estocolmo, adicionou submarinos e corvetas ao seu portfólio de produtos com a aquisição da unidade marítima sueca da ThyssenKrupp, a Kockums, por 340 milhões de coroas (US$ 38 milhões), dois anos e meio atrás. O acordo foi impulsionado pelo desejo da Suécia de melhorar sua capacidade militar em meio a crescentes tensões geopolíticas após a anexação da Crimeia pela Rússia.
A Saab iniciou a construção do submarino A26, um design da Kockums que havia sido congelado sob propriedade da alemã ThyssenKrupp, em 2015, e desde então recebeu pedidos para dois navios da Administração de Material de Defesa da Suécia avaliados em 7,6 bilhões de coroas.
A Polônia planeja comprar três submarinos no fim deste ano, enquanto a Holanda poderá recompor sua frota em algum momento dentro dos próximos anos. A Saab se uniu à construtora de navios holandesa Damen Shipyards Group em 2015 para buscar um possível substituto para quatro submarinos de classe Walrus.
“Há um renovado interesse em termos de capacidade de guerra submarina e antissubmarina dentro e em torno da Europa em um momento em que o território marítimo se torna um ambiente mais contestado novamente”, disse Nick Childs, membro sênior para forças navais e segurança marítima da think tank International Institute for Strategic Studies. A demanda da região Ásia-Pacífico está crescendo ainda mais rapidamente com a ascensão da China como potência marítima.
A Saab sofreu um revés no ano passado quando a Noruega selecionou a ThyssenKrupp Marine Systems e a francesa DCNS como ofertantes preferenciais para a possível aquisição de um submarino em detrimento de um acordo 100% escandinavo. Posteriormente, o país informou que avançaria com a fabricante alemã. Isto ocorreu depois de a Saab também ter ficado de fora da lista final de uma licitação australiana avaliada em 50 bilhões de dólares australianos (US$ 39 bilhões), posteriormente vencida pela DCNS.
A Polônia assinou acordos de cooperação naval com a Saab, a DCNS e a ThyssenKrupp enquanto analisa suas exigências. A Saab informou que o design do A26 é “extremamente camuflado e muito difícil de detectar”, o que o torna muito adequado para as operações polonesas no Mar Báltico.
Apesar de a lista de encomendas de todo o grupo da Saab ter encolhido de 2006 a 2012, o investimento em pesquisa e marketing reanimou as vendas, segundo Buskhe, e a lista de pedidos atingiu 107,6 bilhões de coroas no ano passado. O valor é ligeiramente menor ao de 2015, mas muito superior ao número de 60 bilhões de coroas de 2014 e 2013.
FONTE:UOL
Sabemos que o Brasil tem boa capacidade de desenvolver o casco e algumas tecnologias embarcadas, porém, ainda, não temos o conhecimentos dos sistemas sensíveis da embarcação. Toda a tecnologia é importada, geralmente, da Alemanha. Nesse sentido, seria uma grande valia nos associarmos aos suecos como medida de superação da nossa deficiência técnica.