Informações não oficiais, indicam que a marinha russa está instalando sistemas de mísseis anti-navio Bastion em terra, como uma resposta à recente atitude dos EUA de enviar dois navios de guerra para o Mar Negro.
Um destroyer americano da classe Arleigh Burke, o USS Truxtun (DDG 103), cruzou o Estreito de Bósforo sexta-feira, e se dirigiu para o Mar Negro, no meio da tensão na região da Ucrânia e Criméia. Os russos também mandaram dois navios de guerra da Força Tarefa do Mediterrâneo de volta para a Frota do Mar Negro. A tensão é crescente na península da Criméia com os preparativos para um referendo sobre a independência da Ucrânia no final desta semana.
A partir de hoje, o USS Truxtun permanecerá como o único navio de guerra dos EUA no Mar Negro, após a passagem da fragata USS Taylor (FFG 50), através do Bósforo. A fragata da classe OHP foi enviada para o Mar Negro antes dos Jogos Olímpicos de Sochi 2014 começarem. O USS Taylor e o navio da 6 ª Frota, USS Mount Whitney (LCC 20), foram enviados para o Mar Negro para ajudar na evacuação de atletas norte-americanos e espectadores no caso de um ataque terrorista aos Jogos. No entanto, ao visitar o porto do Mar Negro de Samsun, Turquia, a fragata acabou danificando seu hélice e teve que ser rebocada para Souda, em Creta, para reparos.
A Marinha dos EUA disse em um comunicado na quinta-feira que o USS Truxtun, estava destinado ao Mar Negro para realizar exercícios militares com forças navais búlgaras e romenas. De acordo com a Convenção de Montreux, navios de guerra de países que não fazem fronteira com o Mar Negro só pode ficar nas águas por 21 dias.
O sistema de mísseis anti-navio Bastion, foi enviado ontem à noite (8-9 de março) para Sevastopol, vindos da cidade russa de Anapa, Krasnodar à cerca de 250 milhas a leste. Testemunhas relataram o movimento do lançador do sistema Bastion nas ruas da Crimeia.
O K-300P Bastion emprega mísseis de cruzeiro anti-navio hipersônicos P-800 Yakhont (SS-N-26) no lançador móvel russo. Os mísseis são usados como sistemas de defesa costeira móveis, com um alcance efetivo de 300 km.
FONTE:defense-update.com
TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO: Defesa Aérea & Naval
Obrigado a todos pelos esclarecimentos.
Abraços.
Retaliações no campo econômico em qualquer circunstância são péssimas tanto para o país que as sofre, mas também, em certa medida, àquele que as pratica. A Alemanha, por exemplo, tem 20 bilhões de euros investidos na Rússia e é dependente do gás daquele país. Empresas norte americanas, como dito, também possuem investimentos relevantes na Rússia. Isso sem falar os italianos e franceses. Quem leva todos os cosmonautas para a estação espacial internacional é a Rússia. Se ela quiser impor sanções, esses estados tem mais a perder, ao menos num primeiro momento. Quanto a pressões diplomáticas, estas possuem efeito parcial, mormente depois que a doutrina Bush de enfraquecer organismos internacionais foi posto em pratica. A ONU não está com essa bola toda. No mais a Rússia é membro permanente do Conselho de Segurança da ONU e ainda possui um grande peso nas decisões daquele órgão. No final das contas Putin vai acabar levando mais essa (ganhou na questão Síria, no escudo de mísseis e deu de ombros para a saída das tropas russa de parte da Georgia, que continua em parte sitiada).
Luiz Padilha,
O míssil da foto não é o P-800 yakhont, deve ser o KH-35E Uran (SS-N-25 Switchblade) estou correto?
Amigo PRAEFECTUS
Em resposta e complemento ao seu comentário, tomei a liberdade de reproduzir o comentário feito pelo amigo ARC, em um outro site.
… alguns pontos críticos que a UE e EUA temem em receber como retaliação da Rússia por parte de possíveis sanções sofridas.
Uma que me chama a atenção em relação aos EUA, é o acordo aeroespacial , que poderia ser quebrado, e os EUA que já não se encontram com tanto dinheiro, teriam que investir novamente em suas caríssimas aeronaves de transporte para o espaço.
Outra questão, é o possível retorno de uma guerra geopolítica , que seria usada por Putin para tirar o foco das ambições americanas na Eurasia, e obrigá-los a se preocupar com as novas pressões, uma delas seria talvez a mais crítica, o rearmamento maciço de países como Irã e Síria, para direcioná-los contra a AS ( grande aliado americano) se isso ocorre-se, saberiamos que Israel pressionaria suas influências nos EUA para agir, o que obrigaria os EUA e OTAN a agirem ( surrando mais ainda a econômia ainda fraca). Outra questão que me assustou, é que a Alemanha ( maior economia da europa) se encontra muito dependente das fontes energéticas russas, se eles retaliassem nessa área, a Alemanha entraria em curto periodo de tempo n’um colapso energético, e teria prejuízos graves. Meus caros, isso é só a ponta do iceberg, Lavrov não blefou que seria grave o retorno das sanções , nessa guerra geopolítica, EUA e UE já perderam, só estão procurando um jeito digno de sair …
Este comentário levanta alguns pontos que realmente podem incomodar os EUA, como o caso do rearmamento do Irã e da Síria.
Outro fato que não foi citado é a cooperação entre os dois países na lua contra o terrorismo, que poderia deixar de existir, com prejuízo maior para a Europa e EUA.
Também não foi citado que em retaliação a possíveis sanções, a Rússia poderia disponibilizar para a Argentina armas e equipamentos que poderiam ameaçar o domínio Inglês sobre as Malvinas.
Em meu modo de ver, acho que o Ocidente não fará nada mais do que esbravejar. Caso a Criméia realmente queira, nada irá impedir que ela se torne parte da Federação Russa.
Não podemos também nos esquecer, que os EUA e a Europa estimularam e até financiaram os grupos revoltosos da Ucrânia. Criaram uma situação que obrigou Putin a agir.
Todos sabemos que a Rússia não irá abrir mão da Criméia, e o reposicionamento destes misseis visa a mostrar ao tio Sam que ali o buraco é mais embaixo.
Se os EUA estivessem no lugar da Rússia, também fariam o mesmo, mas estaríamos vendo a mídia acidental defendendo a ação e dizendo que os Americanos estariam protegendo a população civil, como já vimos em outras ocasiões.
Não teremos um conflito armado entre Rússia e EUA, mas a situação pode evoluir para uma guerra civil na Ucrânia.
Um fato é certo: dificilmente a Criméia voltará a pertencer à Ucrânia.
Sds.
Por favor,alguém do site poderia me dizer se,existe alguma arma capaz de deter esse míssil?
Os Americanos enviaram só dois navios,isso é só pressão ou os dois tem tanto poder de fogo assim,caso ocorra um confronto?
Obrigado.
Amigo Zorak
Os navios Americanos são bem equipados para se proteger, principalmente o USS Truxtun. Mas vale lembrar que o sistema de mísseis anti-navio Bastion, é apenas uma das peças no campo de batalha. Aquilo lá é o quintal da Rússia, e ela teria grande facilidade para mobilizar e deslocar seus equipamentos militares de um ponto a outro.
Sendo assim a Rússia poderia contar também com outros meios para enfrentar o navios Americanos, como por Exemplo, a sua aviação e seus próprios navios equipados com mísseis.
Mas esse confronto não ocorrerá, mesmo porque se os EUA estivessem mesmo disposto a enfrentar militarmente a Rússia, teria deslocado um efetivo maior para aquela região, pois os barcos enviados até o momento para lá não são suficiente para enfrentar a marinha Russa.
Eles estão como dois cães briguentos, rosnando um para o outro.
Sds.
Zorak,
Normalmente, para deter mísseis, os navios empregam sistemas anti-aéreos de alcances diversos, que podem compreender desde mísseis que cumprem papel anti-míssil até sistemas de defesa de ponto baseados em canhões de grande cadência de fogo. Podem ser guiados por radar ou sistemas ópticos, de diferentes complexidades…
No caso dos navios americanos, o Truxtun, que é um destróier detentor do sistema AEGIS ( um poderosos sistema defensivo computadorizado ), é sim um navio extremamente poderoso. Seus mísseis Tomahawk poderiam ser disparados até mesmo fora do alcance dos Yakhont.
Espero que o sistema AEGIS intercepte o mesmo antes do estagio de aceleração final, oque será muito difícil visto que o campo vai estar desfavorável com uma intensa interferência eletrônica, campo no qual os russos investem mais hj do que comprando navios e caças, pq depois disso não á oque fazer um mergulho hipersônico. Fundo do mar com 95% de chance na primeira pancada, haja visto que é descendente do Granit.
MalExGrimmjow,
Se os russos quiserem mesmo lidar com um navio americano desse porte, vão precisar de mais que o Yakhont…
Estou falando dos Tu-22M com seus Kh-22, que seriam as melhores armas para deter uma força tarefa da USN; além do deslocamento de apreciável poderio da VVS para anular qualquer força do ar que por ventura apareça.
E vale lembrar que os Aleigh Burke, munidos de Tomahawks, podem atacar além do alcance efetivo do Yakhont…
Esses dois navios seriam afundados, simples assim Zorak… =)
Não, as belonaves norte-americanas da atualidade, mesmo equipadas sistemas Aegis não são capazes de lançar contra-medidas para se defender de mísseis como o SS-N-26- Yakhont ou SS-N-22 Moskit, ambos mísseis anti-navios. É necessário lembrar que o Yakhont é um míssil hipersônico, ou seja, voa cinco vezes mais rápido que a velocidade do som. Um navio norte-americano naquela região, com todo respeito, é piada.
Cássio,
Pelo contrário… É comum que navios também sejam dotados de poderosos sistemas eletrônicos de defesa… Sistemas ativos SRBOC Mark 36 ( que lança chaff e chamarizes infravermelhos ) seria padrão aos destróieres Arleigh Burke e cruzadores Ticonderoga.
Por fim, o Yakhont ou o Moskit, com 300km e 120km de alcance respectivamente, jamais alcançaria um Arleigh Burke lançando Tomahawks a mais de 1000 Km de distância da costa… Como disse acima, se os russos querem realmente contrabalancear esse poderio, vão ter que deslocar um verdadeiro poderio aéreo, principalmente na forma dos Tu-22 com seus Kh-22…
É mais para os Tomahawks existe a defesa áerea com os Pantsir por exemplo, que poderiam muito bem defender aos sistemas antinavio. Já o destroyer “só” teria o sistema AEGIS né….
A mil quilômetros de onde no mar negro? ou vão colocar rodas no navio e leva lo para dentro da turquia?. O alcance do Yakhont é suficiente para atingir qualquer ponto do mar negro, afinal ele foi projetado para isso defender o território russo. Tomahawks são ótimos mísseis para bater alvos fixos, mas são inúteis para alvos móveis como o sistema Bastion, além disso devido ser um missil que voa lento e baixo a capacidade de ser abatido até por misseis de ombro ficou comprovada nos inúmeros conflitos em que foi usado.Ele nunca foi testado em defesas densas, como ele se sairia enfrentando a maior defesa anti aérea do planeta? Não se esqueça que os russos são capazes de detectar lançamentos de misseis feitos no território americano a milhares de quilômetros, um lançamento feito por um navio que está navegando na suas barbas e que esta plotado por todos os radares de defesa sensores submarinos e satélites no espaço seria mais facilmente percebido,e quando o segundo Tomahawk deixa se o seu silo o sistema Aegis já estará saturado por inúmeros plots e ruido de guerra eletrônica.Dê uma olhada no mapa e veja como é facil fechar todo o mar com mínimos recursos. O mar negro é o quintal da Russia e se os almirantes americanos fossem estúpidos o suficiente para tentar conquista lo com navios de superfície a US Navy ia acabar ficando sem navios.
Daniel,
A maior distância no eixo leste-oeste do Mar Negro é de mais ou menos 1170km… No eixo norte-sul, creio ser mais ou menos 6/10 disso… Mesmo que se colocasse uma bateria em cada ponto possível da costa da Crimeia, não seria possível atingir todos os pontos do Mar Negro…
http://en.wikipedia.org/wiki/File:Black_Sea_map.png
Os Arleigh Burkes poderiam sim lançar seus mísseis fora do alcance dos Yakhount, mesmo dentro do Mar Negro… Poderiam disparar do Mar de Marmara, se quisessem…
E o míssil russo tem um alcance variável dependendo do perfil de voo. Em voo sea skimming, não ultrapassa os 150 km…
A seguir, não estaríamos falando somente de um Tomahawk, e sim de vários… As ações na Líbia são um exemplo claro do que um ataque de saturação de Tomahawks pode fazer. Claro que estamos falando de enfrentar forças russas, mas não se podem descartar as possibilidades americanas…
Saudações. E obrigado pela correção.
A partir do momento que o ocidente comece a tratar a Russia como uma republiqueta de bananas qualquer impondo sanções, as opções de retaliações russas são infinitas e possibilitaria praticamente por fogo no mundo sem usar armas nucleares,seja vendendo armas ao Irã e a Coréia, ou uma aliança militar com os chineses que ameaçaria o Japão e a Coréia do Sul, Um apoio direto e efetivo com armas e logística para a Síria em troca do controle dos oleodutos que passam pela região e por tabela o controle do petróleo, ou um grande aumento nos preços do gás fornecidos a Europa que certamente levaria a um aumento geral pois sendo eles os maiores produtores de gás o produto faltando no mercado levaria os produtores menores a seguir os preços russos levando a Europa a uma crise energética, calote na divida americana e européia e aproximação mais estrita com os Brics.
A pergunta que fica no ar é: como Putin vai procurar impor custos ao Ocidente(leia-se EUA e EUROPA) se estes forem em frente com pesadas sanções contra a Rússia?
De maior importância serão as estratégias de imposição de custos disponíveis para Putin em outras partes do tabuleiro de xadrez geopolítico, especialmente a Síria, o Irã, e talvez até o Afeganistão.
O efeito cumulativo de cinco anos de políticas de Obama tem sido a de dar à Rússia uma espécie de chicote na mão nessas áreas. Devemos esperar que ele exerça esse chicote…
A Rússia tem várias maneiras que eles poderiam retaliar contra os Estados Unidos, se foram impostas sanções, e o Ministério do Exterior russo hoje já deu uma pista…disse que “as sanções vão retornar aos EUA como um bumerangue.”
Segundo informações Empresas norte-americanas estão ansiosas que seus ativos na Rússia podem ser apreendidos em resposta se Washington concretize a sua ameaça de sanções, e o Ministério da Defesa da Rússia já está considerando interromper inspeções internacionais de armas nucleares, de acordo com o Washington Post…
E o Brasil, como vamos nos posicionar neste embate? O que podemos capitalizar ou perder neste imbróglio?
Fiquemos atentos aos próximos movimentos…
Grato.
Não vai acontecer nada, pelo oque você mesmo diz. Mas vamos ver os próximos capítulos. Os EUROPEUS só tem a perder com sanções….
PRAEFECTUS,
Excelente comentário.
A curto prazo, os russos poderiam estender sua influência consideravelmente em países emergentes que mantém forte comércio com os EUA. Isso viria a criar imensas dificuldades nos relacionamentos dos EUA com a sua base aliada e fornecedora de recursos, podendo influenciar em acordos comerciais importantes, o que certamente provocaria imensos transtornos a economia americana.
Ao aproximar-se de outros países em zonas de tensão, os russos podem comprometer esforços americanos no sentido de um desfecho favorável para os EUA.
Enfim, esses são somente exemplos que consigo imaginar do que os russos podem fazer. E em nenhum caso, creio que se possa fazer o tal efeito “bumerangue”, já que os russos tenderiam a sentir mais os efeitos desses eventos a longo prazo. Contudo, é inegável que podem dar um imenso trabalho no campo econômico e diplomático, o
PRAEFECTUS,
continuando…
Contudo, é inegável que podem dar um imenso trabalho no campo econômico e diplomático, certamente causando seus bilhões de prejuízo…