FFG (X) da US Navy: mudança radical nos parâmetros de design. Competição por novas fragatas aceitará todos participantes.
Por David B. Larter
A US Navy busca novos inputs da indústria com respeito a sua futura fragata multimissão com mísseis guiados FFG (X) que deverá ser derivada de projetos já existentes e, numa grande ruptura com a estratégia anterior, não mais apenas dos Littoral Combat Ship (LCS) atualmente em produção.
O RFI descreve um navio que abre as portas para quase que qualquer projeto existente que possa ser configurado segundo as necessidades da marinha americana, extrapolando os cascos da Austal e da Lockheed Martin para o LCS. A marinha quer um navio que possa se integrar melhor aos seus Grupos de Ataque de Porta Aviões (CSG), atuando primariamente nas guerras antissubmarina (ASW) e anti-navios de superfície (ASuW). A fragata FFG (X) precisa ser capaz de acompanhar os CSG e de combater independentemente em ambientes com ameaças de alto nível (“high-end threat”).
A US Navy inclusive se adiantou alertando que não quer navios de preços absurdos, já informando que não quer sofrer “sticker shock”, disse nesta segunda-feira o almirante Ronald Boxall, seu Diretor de Guerra de Superfície. Para tanto, a marinha está disposta a discutir com os fabricantes para compreender que concessões ela teria que fazer de maneira a obter o melhor preço e desempenho.
A U.S. Navy deseja que o navio consiga:
- Destruir navios inimigos além do horizonte;
- Detectar submarinos inimigos;
- Defender comboios de navios;
- Empregar sistemas de Guerra Eletrônica ativos e passivos e
- Se defender contra ataques realizados por “enxames” de lanchas de pequeno porte.
A US Navy pretende limitar a quantidade de tecnologias revolucionárias que entrarão no navio, buscando sistemas de combate e soluções de engenharia que já sejam usadas na Esquadra.
A U.S. Navy lista várias capacidades desejadas, entre as mais importantes estão:
- Um radar fixo do tipo “phased-array”;
- Um sistema de combate “derivado do sistema AEGIS” que utilize uma biblioteca de código comum;
- A possibilidade de lançar uma única aeronave MH-60R Seahawk;
- Quatro misseis além do horizonte montados em lançadores individuais (“canister launched over-the-horizon weapons”);
- SeaRAM;
- UAV e
- MQ-8C Firescout
Outras capacidades posicionadas num segundo patamar (“tier two”) incluem sonares variados como “variable-depth” (VDS) e “towed-array sonar” (TAS), capacidade de engajamento cooperado (“Cooperative Engagement Capability”) o que lhes permitiria compartilhar os dados de alvos e ameaças com os demais navios e aeronaves do CSG, lanchas infláveis de casco rígido, o Next Generation Surface Search Radar e um canhão (Bofors/BAE Systems) MK 110 57mm, além de sistemas correlatos.
As fragatas FFG(X) serão utilizados para Guerra ASW e ASuW — ambos papéis tradicionais das fragatas — e para acumular missões mais simples, como cooperação internacional para segurança que não exigem navios muito complexos e caros. Mas no entanto, o novo navio deverá se robustecido para evitar ataques de Guerra Eletrônica.
As novas fragatas, em especial, serão a plataforma para o operação de sistemas não tripulados “no intuito de penetrar e permanecer no interior de ambientes contestados, operando em situação de maior risco para obter vantagens sobre o adversário no campo de sensores e armas.”
A fragata deverá ser capaz de compilar uma imagem complicada do ambiente tático com seus sensores e embarcados, sistemas não tripulados e aeronaves orgânicas retransmitindo essa informação de volta ao CSG através de comunicações seguras.
O primeiro contrato de uma FFG(X) deve ocorrer em 2020. Uma será comprada em 2020 e outra em 2021, seguindo-se dois navios por ano a partir daí. O requerimento atual da U.S. Navy para combatentes de superfície de pequeno porte é para 52 navios, a maioria dos quais seria dos LCS.
TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO: Felipe Salles
FONTE: defensenews
Marcelo,
A ideia por trás do LCS era uma “OPV bombada”. E em cenários assimétricos ( como combate a pirataria ), vá lá… Só que é o seguinte: cada vez mais, grupos insurgentes estão tendo acesso a armas avançadas e de considerável alcance… E o ataque no Yemen certamente bateu uns sinos…
Outra razão: custos… provavelmente “descobriram” que precisam de um intermediário entre os LCS e seus destróieres para missões de patrulha mais longe de casa e ao mesmo tampo dar combate em suas águas a custos mais acessíveis ( onde um ‘Burke’ seria um “excesso” )…
E também: são os EUA… Tudo pode acontecer a um vaso do País mais visado do mundo… Logo, nada mais correto que querer que os navios acima de 3000 toneladas cubram o básico em ASW, ASuW e AAW.
Basicamente querem uma fragata de verdade, perceberam a canoa furada que são esses LCSs…