A Marinha da Rússia está reforçando sua presença no Mediterrâneo mantendo vigilância permanente na região com navios armados com mísseis de cruzeiro Kalibr. O objetivo principal é neutralizar ameaças de grupos extremistas que operam nessa complicada área geopolítica.
Evidentemente, a esquadra executará outras tarefas estratégicas no decorrer do tempo.
Região ‘explosiva’
Militares russos têm usado com sucesso mísseis de cruzeiro Kalibr na luta contra o terrorismo. Desde 2015, com esses mísseis foram destruídas dezenas de instalações do Daesh (grupo terrorista proibido na Rússia), centenas de veículos blindados e milhares de terroristas. Contudo, essa arma não foi fabricada para combater o terrorismo.
“Durante a Guerra Fria, a 5ª esquadra da Marinha da URSS operava no mar Mediterrâneo como uma frota para contenção de possíveis ataques de porta-aviões norte-americanos que poderiam atacar a União Soviética cruzando o território da Turquia. A nossa costa sul estava sob ameaça. A principal tarefa dos navios e submarinos da esquadra era impedir que o inimigo chegasse à distância de ataque e realizasse seus planos em caso de conflito armado”, disse o especialista militar Konstantin Sivkov.
Ele acrescentou que, desde 2013, a esquadra atual da Marinha da Rússia no Mediterrâneo tem objetivos semelhantes e a presença de mísseis de cruzeiro Kalibr em seus navios aumenta suas capacidades de combate.
Atualmente a força-tarefa no Mediterrâneo usa a mesma tática de monitoramento para antecipar as ações do possível inimigo, tal como nos tempos soviéticos. No entanto, mesmo em tempos de paz, a esquadra operacional tem seus deveres. O Oriente Médio é uma região “explosiva”. Os navios equipados com Kalibr podem desempenhar um papel pacificador eficaz contendo as agressões de determinados países e grupos e, ao mesmo tempo, apoiar os aliados da Rússia, garantir a segurança de cidadãos russos que vivem e trabalham nos países da região e assegurar a navegação segura de navios mercantes.
Raio de ação
Outro objetivo importante do fortalecimento da esquadra é a segurança da Frota do Mar Negro em caso de deterioração nas relações com a OTAN. Se um inimigo fechar o estreito de Bósforo, os navios da Frota não conseguirão sair do mar Negro. Nessa situação, a força-tarefa no Mediterrâneo poderá assumir as operações militares com uso dos mísseis Kalibr, que têm um raio de alcance bem maior do que a partir dos mares Negro ou Cáspio.
“O raio de alcance dos mísseis de cruzeiro é bastante amplo para cumprir múltiplas tarefas […] Se for necessário, os navios russos poderão ajudar a Índia, nossa aliada nos BRICS”, informou o especialista militar Aleksey Leonkov.
Segundo ele, os mísseis de cruzeiro permitem que a esquadra mediterrânea resolva tarefas estratégicas e mantenha os inimigos longe.
É cedo para falar sobre a composição da força naval. Mas geralmente esses agrupamentos consistem de submarinos, um cruzador, um navio antissubmarino grande e uma fragata. A quantidade varia, dependendo da situação na região e das tarefas específicas. O reforço da esquadra com mísseis Kalibr sugere a inclusão de vários navios dos tipos navio-patrulha e corveta, os principais portadores dos novos mísseis de cruzeiro. Por sua vez, cada um deles terá uma tarefa determinada.
O comandante das Forças Navais dos EUA na Europa e África, almirante James Foggo, declarou que os navios norte-americanos estão prontos para se defenderem dos mísseis de cruzeiro russos, mas não procuram o conflito. Por trás dessa frase diplomática observa-se uma certa preocupação.
“Os norte-americanos não gostam que alguém no mundo tenha mísseis de cruzeiro de longo alcance não inferiores aos seus mísseis Tomahawk”, observou Leonkov.
FONTE: Sputnik
Meus caros,
informo aos desapercebidos que, a Turbina que dotará o míssil de cruzeiro nacional tem capacidade de permanecer em funcionamento por 40 horas….
Muitos além das 4 horas necessrias para atingir seu envelope de vôo de 300 km…
Grato
Fico aqui imaginado quando a turbomachine (ex- Polaris) apresentou o Cabure 300 na LAAD 2015 eu logo imaginei o potencial desse míssil de cruzeiro que poderia evoluir e ter uma versões anti-navio e de uma versão de ataque terrestre lançado de navios e submarinos mais com um alcance de 1.500 a 2.400 km já que seu tamanho compacto e peso menor que o AV- MC 300 caberia melhor nas células de lançamento vertical desenvolvida pelo Brasil. Assim o EB e MB teriam seus respectivos mísseis de cruzeiro cobrindo as faixas de 300, 1.500 até 2.400 km.
Depois da queda da líbia, a Síria é hoje o unico país não alinhado com a OTAN que tem sua costa no Mediterrâneo e é exatamente ali que se encontra a única base naval russa fora de suas fronteiras… sendo assim eu diria que é prioridade, dado as devidas circunstancias, recuperar sua capacidade ou até criar uma sexta frota naval (Frota do Mediterrâneo) para manter seus interesses na região e equilibrar a balança de poder