Por Pavel Polityuk e Sabine Siebold
KYIV/BRUXELAS, 3 Fev (Reuters) – A Otan disse que a Rússia intensificou os deslocamentos para a Bielorrússia, vizinha do norte da Ucrânia, nos últimos dias e deve ter 30.000 soldados lá para exercícios militares conjuntos neste mês.
Os exercícios Rússia-Bielorrússia, vão durar até 20 de fevereiro, fornecerão cobertura a Moscou para aumentar ainda mais as forças perto da Ucrânia em um momento em que os Estados Unidos e a Grã-Bretanha alertaram que Moscou pode estar se preparando para a guerra. O ministro da Defesa da Ucrânia disse que a Rússia tem atualmente um total de 115.000 soldados perto das fronteiras da Ucrânia.
A Rússia nega planejar invadir a Ucrânia e descreveu os exercícios Allied Resolve com a Bielorrússia como um ensaio para repelir a agressão externa. Ele não divulgou o tamanho de suas forças lá, mas diz que se retirará após os exercícios.
O secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, disse: “Nos últimos dias, vimos um movimento significativo de forças militares russas a caminho da Bielorrússia.
“Esta é a maior implantação russa desde a Guerra Fria, com uma expectativa de 30.000 soldados”, bem como forças de operações especiais Spetsnaz, caças Su-35, sistemas de defesa aérea S-400 e mísseis Iskander com capacidade nuclear, disse ele.
O ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, chegou à Bielorrússia na quinta-feira para inspecionar as tropas russas e bielorrussas e deve se encontrar com o líder bielorrusso Alexander Lukashenko, informou a agência de notícias Interfax.
Os Estados Unidos e a OTAN rejeitaram as exigências russas de impedir a Ucrânia de ingressar na Otan e retirar as forças aliadas e os sistemas de armas da Europa Oriental, ao mesmo tempo em que expressam vontade de falar sobre controle de armas e medidas de fortalecimento da confiança.
O presidente russo, Vladimir Putin, disse na terça-feira que o Ocidente ignorou as principais preocupações da Rússia e acusou os Estados Unidos de tentar atraí-lo para a guerra, mas disse que a Rússia ainda está interessada no diálogo.
Na quinta-feira, o Kremlin acusou novamente Washington de inflamar as tensões depois que os Estados Unidos disseram que enviariam quase 3.000 soldados extras para a Polônia e a Romênia. O Pentágono disse que o objetivo é enviar um “forte sinal” a Putin e ao mundo de que “a OTAN é importante para os Estados Unidos como para nossos aliados”.
O presidente turco, Tayyip Erdogan, que se ofereceu para mediar a crise entre a Rússia e a Ucrânia, deve visitar Kiev na quinta-feira.
A Ucrânia e a Turquia assinarão um acordo-quadro sobre a fabricação de drones turcos na Ucrânia, disse o ministro da Defesa, Oleksii Reznikov, a repórteres, em um movimento que certamente incomodará Moscou. A Ucrânia já implantou drones fabricados na Turquia em uma guerra com separatistas apoiados pela Rússia no leste do país.
Reznikov disse que o número de violações do cessar-fogo nesse conflito diminuiu e não houve perdas em combate nas últimas três semanas.
A Ucrânia ficou feliz em mudar o local das negociações de paz no leste da Ucrânia para Istambul ou outras cidades turcas seguindo uma sugestão de Erdogan, mas a Rússia tem que concordar, disse ele.
TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO: DAN