Por Nuno Sá Lourenço
Ministro da Defesa admite divergências mas mostra-se esperançoso nos “contatos” com o Ministério da Economia.
As Oficinas Gerais de Material Aeronáutico (OGMA) reagiram esta segunda-feira à notícia, que dava conta da possibilidade da empresa não distribuir os dividendos em relação aos resultados do ano passado, ao mesmo tempo em que existe uma divergência entre o Governo e a EMBRAER, com relação ao programa KC-390, garantindo não haver qualquer relação entre as duas situações.
Em comunicado, a OGMA assegura ser “desprovido de fundamento” a associação das duas matérias e garante que “as decisões relativas aos dividendos, são tomadas pela respectiva assembléia de acionistas e resultam unicamente de uma análise detalhada e rigorosa da realidade econômico-financeira da OGMA S.A. e do seu plano de investimentos”. A empresa, onde o Estado português tem uma participação de 35%, “nega ter recebido qualquer instrução do seu acionista maioritário, a EMBRAER S.A., no sentido de associar ou fazer condicionar decisões específicas nessa matéria por quaisquer outros assuntos em curso com o Governo português e decorrentes da normal atividade da OGMA”.
Na nota, o PÚBLICO adiantava que a justificação oficial aventada para a não distribuição de dividendos era a necessidade de investimentos na OGMA, nomeadamente, um novo sistema de pintura. Mas acrescentava-se ainda que perante os responsáveis portugueses, foi referida a questão da divergência entre a Embraer (acionista majoritária na OGMA), com o Ministério da Economia relacionado com o pagamento de 9,5 milhões de dólares na parceria com estado português a propósito do programa de desenvolvimento do avião de transporte militar KC-390, parcialmente construído em Portugal.
Também esta segunda-feira, o ministro da Defesa, José Pedro Aguiar-Branco, que tem a tutela das questões relacionadas com as indústrias de Defesa (onde se incluem a OGMA), reagiu à notícia admitindo a existência de um problema: “Essa é uma matéria que está sendo acompanhada pelo Ministério da Economia, que é quem tem a relação com a Embraer. Esses contatos irão com certeza produzir efeitos”, afirmou a partir de Oslo, onde acompanha o Presidente da República em visita oficial.
FONTE: publico. pt