Por Mer et Marine
Essa condição pode dar ao caça francês novas oportunidades de exportação. Após estudos e simulações, os engenheiros da Dassault Aviation determinaram que o Rafale M (Marine) é capaz de decolar de porta-aviões sem catapultas, mas com rampa. Para isso, não seria necessária qualquer mudança estrutural com relação aos Rafale da aviação naval francesa, que operam com catapultas a partir do porta-aviões Charles de Gaulle. Para o pouso da aeronave, no entanto, é necessária uma pista oblíqua com cabos de parada.
Por enquanto, apenas a Rússia, China e Índia têm ou terão porta-aviões com rampa e cabos de parada. Se, para os dois primeiros países, a aquisição do Rafale está excluída, para a Índia, no entanto, esta é uma nova oportunidade. Este último país, no momento, planeja equipar seus dois novos porta-aviões, o Vikrant e o Vikramaditya, com os aviões russos MiG-29K. Mas Nova Déli também está em fase de negociações exclusivas com a Dassault Aviation para comprar os Rafale para sua força aérea. O contrato, que poderá ser assinado nos próximos meses, não inclui aeronaves navais. Mas, se a Índia quiser, poderá ter uma alternativa para o MiG-29K, com a vantagem de padronizar sua frota futura. Por enquanto, nenhum pedido foi feito nesta direção, mas a opção técnica existe, o que é bom saber.
Além da Índia, a capacidade do Rafale para decolar de pista com rampa poderá ser, nos próximos anos, de interesse em outros países, como o Brasil, que quer incorporar dois novos porta-aviões no futuro, não sendo obrigado, assim, a escolher porta-aviões dotados de catapultas. Isso pode ser considerado, uma vez que Rafale já foi proposto para a modernização da Força Aérea Brasileira.
Em tese, qualquer porta-aviões com um deck suficientemente grande para acomodar uma pista oblíqua poderia ser considerado. O ponto técnico mais crítico incide sobre os espaços disponíveis no convés de vôo para acomodar os cabos de parada e o maquinário requerido para seu funcionamento. Os novos porta-aviões britânicos podem ser adaptados, mas, por outro lado, isso é menos evidente para o Cavour italiano, que provavelmente exigiria trabalhos pesados.
No momento, os porta-aviões da Marinha Britânica e da Marina Militare Italiana preveem operar as aeronaves de decolagem curta e aterrissagem vertical F-35B. Mas este programa já sofre com muitos atrasos e elevados custos extras, e mesmo o F-35 está apenas iniciando fase de desenvolvimento dos seus sistemas, e essa fase é geralmente considerada como a mais complexa de um projeto aeronáutico.
COLABOROU: Justin Case