Em setembro de 2015, o Parlamento japonês aprovou uma lei permitindo que os militares japoneses participassem de novo em operações militares internacionais, no âmbito do chamado “auto-defesa colectiva”, ou seja, em situações em que a ameaça não afeta diretamente o Japão, mas alguns de seus aliados.
Esta decisão marcou o fim do pacifismo japonês, que durou 70 anos. A aprovação do projeto de lei foi promovida pelo primeiro-ministro japonês Shinzo Abe e seu Partido Liberal Democrático (LDP), que graças a sua maioria parlamentar não tinha problemas sérios para passar, apesar dos protestos da oposição.
“Trazer de volta para o Japão”
Planos ambiciosos de Abe de remilitarização do país nunca foi um segredo. Não surpreendentemente, um dos slogans de sua campanha em 2012, foi “Trazer de volta para o Japão”, que parecia se referir ao retorno da antiga grandeza do império japonês, que até sua rendição em 1945, controlava grande parte do leste da Ásia e Sudeste, disse a orientalista, Alexandra Urman.
Se armar para proteger os interesses dos EUA?
Com um orçamento militar recorde de mais de 41 bilhões de dólares para 2016, a posição de Tóquio é totalmente coerente com os interesses dos EUA no contexto do conflito com a China.
Principalmente porque a principal justificativa para a militarização do país, de acordo com Abe, é precisamente a disputa territorial com a China sobre as ilhas Senkaku (Diaoyu em chinês), além do programa nuclear da Coreia do Norte e, mais recentemente, o Estado islâmico, que no início de 2015 matou dois reféns japoneses, sublinha Urman em um artigo publicado no portal Slon.
Os que se opõem à militarização do Japão estão preocupados com a possibilidade de que a nova interpretação do artigo 9º da Constituição, permita que os japoneses participem em operações militares dos EUA.
“Antes a Força Terrestre de Autodefesa do Japão (JMSD), participou exclusivamente no estrangeiro como parte de missões de paz da ONU, mas esta nova interpretação da Constituição alarga os poderes de tropas japonesas para conduzir operações militares ao lado dos americanos, por exemplo, em algum lugar na Síria “, sugere Urman.
TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO: DAN
FONTE: RT
Os EEUU estão tentado criar e impor várias cenários na Ásia, um dos quais é manter um equilíbrio militar entre China, Japão e as duas Coreias, o que sempre será um cenário muito instável. É o “dividir para governar”. Ficariam apenas como garantidores do Japão e da Coréia, por exemplo, além das Filipinas, Indonésia, Taiwan, entre outros.
Ganha-se com isso tempo na recuperação da economia americana e europeia. Desgasta-se ainda mais a já cambaleante economia chinesa, chamando-a para um investimento ainda maior na defesa, num momento de início da saturação do seu poder produtivo, às voltas já com outros problemas sociais e ambientais, além da insistente, desagradável e incômoda dependência necessidade cada vez maior de matrizes e comodities externas.
Com certeza, o maior risco de um conflito de grande escala iniciar será se ou quando o mercado interno chinês se tornar poderoso. O PC chinês tem um inquietante dilema de como alimentar um dragão cada vez maior e cada vez mais consumidor. O que vai causar quando se tornar adulto e (se) não houver alimento suficiente para suas necessidades?
Por outro lado, tudo que está acontecendo atualmente no cenário político e econômico mundial foi meticulosamente planejado como política estratégica do G7 a médio e longo prazos, desde da década de 90.
Este CLUB de managers mundiais (são procuradores de conglomerados econômicos mundiais, principalmente do ocidente) acertaram em consenso, entre outros acordos, do isolamento e enfraquecimento da Rússia (dificilmente se tornaria capitalista clássica), até os limites de crescimento econômico chinês (ou de qualquer outro país) e suas áreas de influência.
As políticas das matrizes energéticas e suas regiões produtoras tiveram sua atenção prioritária, principalmente com as perspectivas para este tema nos anos seguintes.
Negociaram e acertaram também (os managers) os planos de atuação nos casos de divergências ou “insurgências” de países ou blocos regionais.
Acertaram e estabeleceram as políticas gerais, as diretrizes econômicas e financeiras criadas pelas instituições e sistemas financeiros/bancários mundiais (incluindo o FMI e Banco Mundial), órgãos reguladores e regulamentadores, além das metas e estratégias definidas e planejadas pelos médios e grandes conglomerados industrias e econômicos mundiais.
Acertaram as políticas conjuntas de atuação nos fatores de riscos sociais tais como na saúde (disseminação de doenças, contaminação ou redução na cultura agropecuária), política de produção e dos preços dos produtos estratégicos e essenciais, entre outros.
No caso da Ásia, mais recentemente, foi acordado a estratégia de deixar o Japão, Coréia do Sul e a Austrália como os países com os maiores poderes bélicos na região. Seriam as principais contenções às ambições expansivas da China, ganhando o direito, principalmente no caso do interessado Japão, a aumentar sua capacidade bélica e militar.
Tiveram êxito também em fazer as desavenças da 2ªGM entre Japão e Coréia do Sul chegarem ao fim, praticamente. Assim, estando mais organizadas estas ações, e resolvidas algumas das divergências neste grupo, estão voltados agora cada vez mais para a China, sendo a Rússia atenção mais da OTAN.
No caso da Rússia, a estratégia parece a mesma da guerra fria. Aumentou-se a tenção militar nas vizinhas da Rússia, causando aumento do orçamento russo na defesa, consequentemente piorando um colapso na economia, já cambaleante por causa do preço do petróleo do gás.
Índia, Paquistão, Iran e Brasil, cada um tem seu capítulo reservado a parte.
Não se pode esquecer que o Japão tem uma parte da sua sociedade muito conservadora e oligárquica, culturalmente ávida por poder expansivo imperial secular. Perigo está nisto, pois muitas pesquisas e desenvolvimentos estão a plena capacidade na indústria bélica japonesa, e esta vai conseguir levar o Japão em poucos anos a se tornar mais uma fortíssima potência militar convencional na região. Só que, em relação à tecnologia da energia nuclear, eles também dominam, e como poucos.
Perfeito _RR_ !!
abraços
Nobre Camposef
Perfeito, fato em cima de fato… parabéns pelos comentarios e obrigado por ajudar alguns incautos a elucidar a situação.
Saudações
É natural que o Japão amplie e modernize suas forças armadas, em especial a sua tradicional Marinha de Guerra, principalmente em virtude da ampliação das forças armadas chineses, que nos últimos anos voltou-se para o Mar da China Meridional, ameaçando a soberania de países como Filipinas e Vietnã, tanto pelo aumento das forças navais naquela região como a construção de “ilhas artificiais”. Aliás, passados 70 anos desde o fim da Segunda Guerra Mundial, os antigos países do Eixo(Alemanha, Itália e Japão) que apesar de potências econômicas, ainda são “anões” políticos e militares.Deveriam investir nas forças armadas como meios de projetar o seu poder político.
41 bilhões de dólares em 2016… é uma quantia realmente vultuosa
Terceira economia do mundo!
As relações politicas das nações são baseadas em dois pilares :
1) Projeção de poder.
2) Meios de ação.
O Japão é indiscutivelmente uma potência mundial com presença econômica em todos os continentes e com uma demanda grande por recursos naturais e matérias primas que são importadas quase em sua totalidade,as remessas de suas grandes corporações para a
matriz no Japão são uma importante fonte de riqueza e poder.
Indo direto ao ponto. Para uma potência : ter capacidade de projeção de poder militar, garantir uma politica externa soberana e independente , assim como ser capaz de defender seus negócios no estrangeiro é uma questão de sobrevivência.
“Se armar para proteger os interesses dos EUA?”
Óbvio que não… Se armam para garantir os seus próprios… Os japoneses também tem interesses em territórios que são disputados por outros países da região…
Ocorre que o rearmamento do Japão casa também com os interesses americanos, que os veem como um contraponto ao poderio russo e chinês. Mas isso não quer dizer que servem veladamente ao interesse americano…
Sinto cheiro de lágrimas russas nessa matéria. Mas a grande ameaça à paz mundial atualmente continua sendo os próprios, juntamente com o Irã.
Como assim? Qual grande ameaça a Rússia e o Irã representam ao mundo?
a grande ameaça a paz mundial (que nunca existiu) é os EUA e a OTAN que mantem um poderoso arsenal enquanto o resto do mundo não tem como se defender
Quem está criando enorme instabilidade política na Europa e Oriente Médio, através do envio de tropas(disfarçadas) e armamentos aos rebeldes separatistas ucranianos-russos, a anexação da Criméia e ao suporte intransigente ao Ditador sírio Al-Assad é sem dúvida a Rússia. Sem a presença militar russa na Ucrânia, o pais por decisão própria já teria se alinhado a Zona do Euro e na Síria, a guerra civil já teria acabado há muito tempo.
Se os EUA não houvessem manipulado para derrubar o presidente ucraniano pró Rússia e instalado um governo fantoche hoje a Ucrania já estaria inteira de volta a bandeira russa e em paz, como é do desejo da maioria da população…
Se os EUA não houvessem interferido na Síria tal guerra civil sequer teria se iniciado e a Rússia não precisaria estar lá limpando a sujeira dos americanos
Topol…
Os ucranianos sempre foram um povo distinto em relação aos russos, com costumes próprios e língua diversa…
Sugiro uma pesquisa mais detalhada do “homolodor”… Verá o quanto os ucranianos “amam” os russos…
O sentimento pró Russia somente tem alguma apelação nas regiões onde predomina etnia russa, notadamente leste e partes do sul do país. na região central, norte e oeste, eles não querem ver russos nem pintado de ouro…
Devemos relevar a falta de conhecimento geopolítico do Gabriel. Afinal, ele parece desconhecer que a Criméia pertencia à Russa, que mais de 80 % de sua população é russa e que lá existe inclusive uma base militar russa. O mesmo vale para a Síria. A Otan e os EUA continuam a sufocar a Russia levando armamentos para suas fronteiras no intuito de expandir seu domínio global. Até mesmo aceitaram a entrada da Turquia na Otan sufocando uma saída estratégica marítima da Russia, e o pior, enchendo de bombas nucleares um país cujo presidente admira o Hitler. aparentemente, o Gabriel também não percebeu a invasão americana no Iraque sob pretexto de o país possuir armas de destruição em massa. Fez o mesmo com o Afeganistão, e quer queiram ou não, colocam os EUA diretamente responsáveis pela origem de grupos como Al Qaida, ISIS, talebans e etc. Não satisfeitos, os EUA ainda invadiram a Síria que possui bases militares russas e deixaram o ISIS fazer o que queriam fingindo que estavam atingindo o grupo terrorista. Isso coloca também os EUA como responsáveis indiretos pelos atentados de Paris. Os EUA só se mexeram depois de ver a Russia fazer o que de fato tinha de ser feito. Nesse meio tempo, a Russia ainda teve que engolir a derrubada de um de seus aviões pela Turquia, país este que violava o espaço aéreo da Grécia, Síria e Afeganistão quase que diariamente. Pelo menos agora, aparentemente invadem apenas o Afeganistão onde sustentam um grupo rebelde que luta contra o governo afegão. não defendo nem um país nem outro, ambos tem seus deslizes, mas sugiro que você leia mais sobre a política mundial antes de escrever besteira…
Na verdade, colega Camposef, a Criméia de fato pertencia a Rússia até 1954, quando o então líder Nikita Kruschev a transferiu para a República Socialista Soviética da Ucrânia. Durante a era soviéticas, os governos que se seguiram modificam significativamente as composições étnicas de diversas repúblicas que compunha a URSS, o mesmo ocorrendo na Ucrânia, cujas populações de origem russa foram transferidas principalmente para o leste daquela república.
Concordo parcialmente. Como você mesmo disse, a Criméia, devido ao bom relacionamento entre Russia e Ucrânia na época da União Soviética, foi doada pelos russos à Ucrânia. Isso foi um gesto de total boa fé do então governo russo que inclusive possuíam grandes fábricas militares dentro da própria Ucrânia. Essa relação de confiança foi quebrada com o envolvimento americano e europeu no sentido de puxar a Ucrânia para o lado da Otan. Acuada, a Rússia se viu forçada a estabelecer um limite de segurança mínimo para garantir o livre acesso à sua base militar na Ucrânia, garantindo principalmente a passagem de seus navios e submarinos pela região.
Quanto à população da Criméia, nós mesmos constatamos que ela foi consequência de uma doação amigável, então não havia sentido em transferir os russos para outras regiões. A origem da população da Criméia é fundamentalmente russa, independentemente das variações ocorridas após tal fato.
Tanto os EUA como também a Rússia, estão apenas defendendo seus interesses estratégicos, mas nesse caso a questão é bem mais impactante, pois trata-se da aproximação da Otan nas fronteiras da Rússia. Nem eu aceitaria isso. Até que a Rússia tem sido bem paciente. Se fossem outros tempos, provavelmente já teriam invadido toda a Ucrânia e deposto todos seus líderes. Tente se colocar na situação em que se encontra a Rússia, sendo acuada de diversos lados.
Caríssimo…
A Crimeia era ucraniana… Foi, isso sim, anexada pelos russos… De sua população, salvo engano, 55% é composta de descendentes de russos. O restante é de ucranianos, tártaros e outras minorias.
Outros países, como Equador e Taiwam, já tiveram ou compartilharam bases com americanos, e nem por isso estes últimos agem no sentido de desmembrar esses países…
As armas nucleares em solo turco, pelo que sei, somente podem ser usadas sob mando da OTAN.
O colega também parece desconhecer que os russos, durante a Guerra Fria, deram suporte praticamente irrestrito aos movimentos nacionalistas e socialistas árabes, dando sua contribuição para o atual arranjo de poder no OM.
Aliás, vale dizer que os conflitos naquela região antecedem a intervenção dos impérios ocidentais… Logo, dizer que a origem desses grupos todos é responsabilidade de intervenção externa é simplismo, pra dizer o mínimo… Até se pode dizer que a intervenção ocidental botou gasolina na fogueira, mas a rigor, as intervenções ocidentais no OM neste século visavam basicamente consertar as cacas de conflitos mal resolvidos no século passado; principalmente diferenças entre as próprias lideranças árabes… Saddam Hussein em particular, era visto como ameaça a Península Arábica, principalmente depois da invasão do Kwait.
“Não satisfeitos, os EUA invadiram a Síria.”
Invadir onde…? Até queriam, mas a opinião pública, aliada a hesitação de Obama, não permitiram…
Turquia invadindo espaço aéreo do Afeganistão? De que jeito, amigo…? Pela rota mais curta, teriam que atravessar todo o Irã… Turquia nem faz fronteira com aquele país… Nem que quisessem, poderiam…
Os EUA já vinham lutando ativamente contra o ISIS muito antes dos russos entrarem nessa questão… As maiores ações começaram ainda em Setembro de 2014, com uma chuva de Tomahawks…
– Situação da população da Criméia já melhor detalhada no novo comentário acima.
– Uso de bases em outros países sem interesses próprios ? Em que mundo você vive ? Os EUA apenas não desmembraram esses países porque claramente esses governos eram pró-americanos, diferentemente da situação ucraniana e síria.
– Sim, é verdade. As armas nucleares da Turquia estão sob o comando da OTAN. E daí ? De qualquer forma Turquia e Otan estão juntas no processo e acuando a Rússia do mesmo jeito. Tente se colocar no lugar da Rússia.
– Tanto a Rússia como também os EUA fazem a mesma coisa e dão suporte à países árabes de acordo com seus aliados e interesses estratégicos. Ou vai me dizer que os americanos estão agindo inocentemente em prol da paz mundial ? Os americanos apenas pioraram a situação e criaram grupos extremamente radicais. A medida em que você começa a matar mesmo que acidentemente pais de família em outros países, essas famílias se radicalizam contra você. isso é um efeito óbvio e natural.
– Saddam Hussein era um tirano e devia ser deposto, mas era ele quem conseguia manter a integridade de um país com tantas diversidades religiosas. Ao derrubá-lo e principalmente ao não colocá-lo no rumo novamente, os EUA apenas conseguiram unir mais rebeldes em causas anti-ocidente.
– Sim, os EUA invadiram a Síria dando armamento à grupos rebeldes para que derrubassem o governo sírio. Além de não conseguirem fazer isso, armaram grupos terroristas até os dentes e foram responsáveis diretos pelo êxodo de refugiados que acontece hoje em direção à Europa. Eles simplesmente conseguiram acabar com a Síria, pois as pessoas de bem preferem fugir do país. Transformaram a Síria em uma caixa de retalhos.
– Desculpe, errei em relação ao Afeganistão. Fiquei empolgado e coloquei Afeganistão ao invés de Iraque. A Turquia sempre invadiu as fronteiras de 3 países : Grécia, Síria e Iraque. Basta colocar na Internet, invasão turca no Iraque para você ver o resultado.
– Os EUA só conseguiram resultados ajudando a retomar cidades tomadas pelo ISIS depois do envolvimento russo na Síria. Isso é coincidência demais pro meu gosto e eu não acredito em coincidências. Como você deve saber, é de interesse turco e americano derrubar o presidente sírio, e o ISIS estava lutando para isso atolado de armamento americano. Além disso, o ISIS ainda conseguía financiar sua existência com venda de petróleo sobretudo iraquiano. Vai me dizer que os EUA não sabem para quem eles vendem esse petróleo ? Não sou pró-ninguém, mas também não sou inocente…
camposef,
Fatos são fatos, e o fato é que a Crimeia era território ucraniano legítimo. Tudo o mais é dourar a pílula…
Acaso Equador é pró-EUA…? Quando os americanos se retiraram daquele país, vou um alvoroço, com direito a uma declaração do presidente equatoriano na época exigindo uma base em Miami… E nem por isso os americanos perderam a cabeça… No mais, é evidente que os países que permitiram uso de bases por americanos tinham interesses em comum na ocasião… A política americana é simples: “…fale manso, mas com o porrete ao lado…” Quem não quiser entrar no jogo, eles não dão a mínima, desde que não atrapalhe…
Muda muita coisa as armas nucleares sob jurisdição da OTAN. Significa que os turcos não tem livre acesso a elas. É evidente que os russos são pressionados e a OTAN visa cortar os acessos russos ao exterior em caso de guerra; o que é um pensamento militar lógico… Os russos é que deveriam ser mais hábeis em sua diplomacia, coisa que não foram durante a Guerra Fria e agora pagam o preço. Afinal de contas, a debandada do leste europeu e outros para os braços da OTAN está diretamente relacionada ao relacionamento russo com a Europa durante o século XX…
Claro que os americanos agem em prol de seus interesses… Mas atribuir a eles unicamente a culpa por uma situação que se degenera por si mesma não tem sentido… E como disse acima, se pode mesmo argumentar que puseram gasolina na fogueira. Mas a intenção deles é realmente buscar equilíbrio ( de acordo com seus preceitos, é óbvio ).
Um invasão configura o uso de tropas em solo em larga escala. Isso não ocorreu em nenhum momento… O auxilio financeiro e material a grupos de interesse não se configura em uma invasão da parte que ajuda…
A ofensiva curda bem sucedida em Kobane foi um exemplo claro dos resultados obtidos pelo auxílio americano, e que ocorreu antes dos russos intervirem. Mesmo que os americanos não tenham conseguido sucesso total, ao menos travaram a expansão do EI. Diferente de outros conflitos recentes, os americanos dessa vez estão limitados pela própria opinião pública de seu país, que não permite outra intervenção externa em larga escala…
Esse petróleo na mão do ISIS vai pra tudo quanto é canto… Misturado a petróleo de procedência lícita, acaba disperso pelas redes de distribuição… É provável que o mundo inteiro acabe consumindo desse petróleo ou algum derivado e nem se de conta… Seja como for, a esmagadora maioria termina consumido na Síria mesmo, entre a própria população e os grupos que lutam na região, que não tem muita escolha…
– Sim, a Criméia pertencia a Ucrânia da mesma forma que Guantanamo deveria pertencer à Cuba. Mas o fato é que a Rússia apenas doou a Criméia para a Ucrânia porque ela era considerada uma parceira para sempre, coisa que não ocorreu.
– Parte do governo equatoriano era pró-EUA na ocasião da construção da base, foi isso que quis dizer. Depois tiveram que se mandar. Seria muito bom também se a Inglaterra saísse da Maldivas. E seria muito bom também se os EUA saíssem de Guantanamo. E levou décadas para os EUA saírem do Panamá, onde tomavam conta do canal do Panamá e dos lucros gerados por ele.
– E quem pode garantir aos russos que os turcos não possuam autonomia sobre tais bombas ? Existe algum acordo de inspeção russa na Turquia, ou isso é só “palavras” ? Os russos mais hábeis em sua diplomacia ? Você sabia que eles conversaram até com Israel, pois iriam invadir o espaço aéreo deste em seus ataques ao ISIS ? Até com Israel eles fizeram um acordo. E além disso, nem derrubaram nenhum avião turco até agora. Foram diplomáticos demais perante um presidente turco que admira o Hitler. A época da segunda guerra já foi faz muito tempo e os russos foram aliados. Não importa o sistema político divergente. Ambos lutaram do mesmo lado, apesar das diferenças. Piores foram os japoneses e os italianos. Mas como estes foram domesticados pelos EUA, então você não os considera mal. E a Guerra Fria foi de responsabilidade de ambos países. Não tem inocente na história, cada um queria ser mais poderoso que o outro e só isso.
– Não sei das reais intenções americanas, mas obviamente estão fazendo alguma coisa errada.
– Lamento, mas a partir do momento em que você financia e treina rebeldes para derrubar um governo, você está sim invadindo indiretamente um país. A única diferença aqui é que você não quer expor à morte seus próprios soldados e conterrâneos, o que causaria problemas de aceitação social dentro dos próprios EUA.
– A questão de Kobani gera muita discussão, pois os curdos são inimigos ferrenhos dos turcos, aliados americanos. Então não faria sentido os americanos ajudarem os curdos. Mas houve sim envolvimento americano, embora os russos também tenham auxiliado os curdos sírios. E esse foi um dos pontos que irritaram a Turquia. Esse ponto somado à destruição de caminhões turcos que compravam petróleo do ISIS no Iraque teriam sido determinantes para a covarde derrubada do SU-24. Digo isso porque a Russia também ajudou os curdos iraquianos. Se você procurar na Internet : “Turquia adverte EUA e Rússia contra apoio aos curdos”, você verá que a Turquia convocou ambos embaixadores para manifestar-se contra tal apoio. Concordo com a pressão da opinião pública americana sobre intervenções externas. É por isso que os EUA invadem outros países usando mão de obra “local”. rsrsrsrs
A saída do petróleo do ISIS ocorre pela fronteira com a Turquia. Após ser processado, a entrada do combustível pode ocorrer de maneira bem distribuída. Não tudo, mas grande parte desse combustível deve estar sendo consumido na própria guerra na Síria, entrando pelas fronteiras mais óbvias e próximas. Iraque e a própria Turquia. O Irã não conseguiria se beneficiar desse petróleo, pois está bem longe dessas áreas. E a Rússia está mais longe ainda. Essa deve ser uma das maiores dificuldades de logística russa.
– Onde escrevi Maldivas, leia-se Malvinas. Errei o país…de novo. rsrsrs Adoro viajar e não paro de pensar na possibilidade de ir para as Maldivas…kkkk
camposef,
– No meu entender, não tem A nem B… Da mesma forma que os americanos se retiraram do Panamá, Equador e deveriam sair de Cuba, os russos deveriam respeitar os direitos ucranianos, pouco importando o que foi ou não concedido…
– As armas em solo turco são, se não me engano, bombas B-62 americanas. Salvo engano, sem a autorização eletrônica, elas não podem ser usadas; embora não se possa negar o efeito dissuasório…
– A diplomacia russa foi sim deficiente. Tanto é que a situação atual da Europa em relação aos russos é de sobreaviso… É bem verdade que os russos avançaram consideravelmente, isso não muda o fato de que suas relações na Guerra Fria geraram efeitos catastróficos para os próprios, e cujos efeitos são ainda hoje sentidos… Só pra registro, poucos países tem verdadeiros diplomatas em quantidade pelos dias de hoje…
“Mas como eles foram domesticados pelos EUA, então você não os julga mal”.
Primeiramente, não entrei no aspecto moral em momento algum… Apenas descrevi meu ponto.
A seguir, ninguém foi “domesticado”… O cenário da Guerra Fria no imediato pós SGM exigiu uma remodelação de poderes. E alemães, japoneses e outros aliados do eixo temiam muito mais os russos e o comunismo que qualquer outra coisa…
– Sim… A assistência americana aos curdos é um paradoxo. Mas os americanos a julgam necessária, já que eles eram os únicos que estavam efetivamente engajados na luta ao EI naquele período em particular.
– A derrubada do Su-24 poderia ter ocorrido de qualquer forma, tal como ocorreu a derrubada do Phantom turco, a dois anos atrás…
– Quanto a essa história de caminhões turcos pegando petróleo do ISIS, isso não faz sentido. E não faz pelo seguinte: seria ilógico fazer isso diretamente. Daria muito na cara um esquema tão chinfrim ( sim, eu já os tais vídeos russos, e pra fim foi inconclusivo, pra dizer o mínimo ); ainda mais na “fuça” dos russos… Mais fácil, e basta olhar o mapa, esse petróleo sair da Síria via Iraque e adentrar o Curdistão Iraquiano, passando por uma verdadeira terra de ninguém. Uma vez lá, o petróleo passa de mão em mão, misturado com petróleo de outras fontes, até chegar ao destino ( que pode ser a Turquia )… Na moral, eu acredito que esse petróleo possa mesmo chegar na Turquia, mas não pelos meios que os russos descrevem. E quando chega lá, se é que chega, já não dá mais pra dizer o que é o que. E se chega, é uma fração mínima… Tanto é que Erdogam fez uma proclamação inflamada incitando quem quer que seja a provar que o petróleo exportado pela Turquia vem do ISIS…
Devo adicionar alguns comentários a título de informação complementar para o Gabriel. O avião russo derrubado pela Turquia era um bombardeiro que não tinha sequer armamento ar-ar para se defender da agressão. A partir desse ataque covarde, os bombardeiros russos passarão a sair carregados com mísseis ar-ar e muitas vezes escoltados por caças russos. A Turquia ficou dias sem sequer colocar um caça de sua esquadrilha no ar na região próxima à Síria. Só voltaram a voar “corajosamente” depois de irem chorar para os EUA. A Russia também colocou navios armados com mísseis próximos à Grécia e de repente a Turquia parou de violar o espaço aéreo desse país. O bravo presidente turco também fez recentemente um discurso no qual solicita obter mais poder para o seu cargo e citou Hitler como referência, comentários estes que foram extraídos posteriormente do texto oficial, mas você pode achar facilmente essa informação na Internet simplesmente pesquisando Hitler associado ao nome do presidente turco. Neste momento, infelizmente os EUA estão atolados de responsabilidade sobre a existência de todos os grandes grupos terroristas do mundo, pois estes estão abastecidos de armas americanas. Por mais que queiramos, não dá mais para fingir que os EUA não tenham nada a ver com as zonas de guerra atuais no mundo. Eles representam a origem e agem diretamente na continuidade de quase todas elas. Quisera eu estar enganado…
Em Dezembro do ano passado os turcos já “voltaram a ativa” e violaram o espaço aéreo grego várias vezes…
Quanto a derrubada do Su-24, é realmente lamentável… Mas era uma aeronave militar em missão de combate. Os russos, em situação similar ( violação do espaço aéreo russo ) certamente teriam respondido da mesma forma ( o histórico deles, aliás, evidencia essa possibilidade… ). E os turcos avisaram que qualquer violação de seu espaço aéreo seria prontamente respondida. E tomando por base que os próprios russos admitiram ter feito isso em eventos anteriores, não fica muita margem pra duvidar que realmente tenha ocorrido…
A esmagadora maioria das armas que se vê nas mãos de terroristas é AK e RPG… Então seriam os russos responsáveis por todos eles…? Evidente que não…
Eu não sabia que a Turquia já tinha voltado a invadir o espaço aéreo da Grécia. O mais interessante aqui é que ambas nações são da Otan e os pilotos gregos e turcos entram em combate simulado toda vez que a Turquia invade o espaço aéreo da Grécia. Eles brincam de gato e rato, e a Turquia insiste nesse jogo apenas porque sabe que é mais poderosa do que a Grécia. Acho que até torcem para a Grécia derrubar algum de seus aviões para terem justificativa para atacarem.
– Quanto ao Su-24, duvido que a Turquia o teria derrubado se ele estivesse escoltado por caças russos. Da mesma forma que a Grécia, eles só atacam quando sabem que o alvo está indefeso. Eu não conheço nenhum relato de aviões turcos terem sido derrubados pelos russos em situações semelhantes. De qualquer forma, a Turquia armou uma emboscada covarde contra o avião russo, pois essa seria a única forma de eles terem conseguido derrubar esse avião no curto tempo em que ele cruzou o espaço aéreo da Turquia. E isso, se de fato esse avião chegou a invadir o espaço aéreo da Turquia, pois existem algumas dúvidas. A única informação que eu li foi que os russos convidaram diversos países a compartilharem as informações da caixa preta do SU-24, mas quase ninguém compareceu, nenhum americano.
– Em relação ao armamento, a informação que me passaram foi que esse armamento chega nas mãos do ISIS e demais grupos via Turquia, Iraque, Arábia Saudita e Irã. Os 3 primeiros são do bloco americano e apenas o Irã seria aliado russo.
E hoje também tivemos o rompimento de relação diplomática entre Arábia Saudita e Irã. Aparentemente alguns outros países também romperam com o Irã por serem aliados árabes. Isso causa uma virada inacreditável no Oriente Médio. A Al Qaeda e o ISIS nasceram de movimentos radicais sunitas na Arábia Saudita. E o Hisbollaz e o Hamas nasceram de movimentos xiitas do Irã. Isso vai colocar os EUA em uma situação bem complicada. E tudo isso joga muito mais lenha na fogueira. Será que alguns países já não estariam dispostos mesmo a causar uma guerra ? Tem algo de estranho por trás de tudo isso. A Arábia Saudita e o Irã já são adversários nos combates que ocorrem na Síria e no Yemen. A Turquia, depois de obterem o apoio da Otan, parece que quer brigar com todo mundo. E Israel que seria o mais interessado contra o Irã está surpreendentemente quietinho no seu canto. Será que países mais fortes resolveram colocar outros países para guerrearem pelos seus interesses ? Vamos ver como os EUA se saem nessa.
– Alguns anos atrás eu li uma previsão de Nostradamus dizendo que ocorreria uma guerra no Oriente Médio por volta do ano de 2017. Isso de acordo com a tradução e interpretação de suas escritas. Odeio esse tipo de suposição catastrófica, mas o OM parece estar em caos.
– Turcos e gregos são da OTAN por estarem em posições geograficamente estratégicas, e nada mais… No que dependesse de europeus, os turcos jamais seriam da OTAN…
– Toda a força aérea trabalha dessa forma quando as invasões são frequentes e apenas “beliscam” o espaço aéreo, isto é, esperando pela oportunidade certa de pegar o intruso. Não vejo deslealdade nisso… É um procedimento que qualquer força aérea competente tomaria… E ao contrário, o Fencer era um alvo militar legítimo, diferente do que os russos fizeram com os dois voos da Korean Airlines, por exemplo. O voo 902 mesmo foi escandaloso. Derrubaram uma aeronave civil de passageiros previamente identificada visualmente!!!
– Sobre os conflitos do OM, as origens deles estão no próprio OM; e acredito que são eles, os países da região, os precursores de seus erros… Lógico que outros atores tentarão participar. Afinal de contas, o que ocorre ali é de interesse mundial… Quanto a Israel, o que resta a eles é esperar e não se mover; cuidar só do seu entorno, como sempre fizeram. Afinal de contas, estão no centro do furacão, e qualquer movimento brusco pode incluí-los subitamente na tormenta…