Israelenses temem a nova relação de forças no país vizinho, onde Irã e Hisbolá ganham influência, e respondem com ataques aéreos. Mas mudanças na região dificilmente terão seu curso interrompido.
“A Síria voltará, isso é claro.” O presidente Bashar al-Assad sairá vencedor da guerra civil que já dura quase sete anos, e talvez já em breve. Todas as suposições de que ele – e com ele todo o Estado sírio – iriam cair mostraram estar erradas. A Síria continuará existindo como Estado, embora numa forma diferente da atual. “O que poderá ficar claro em breve é que a Síria se tornou um protetorado do Irã.”
Esse cenário foi traçado por um consultor de segurança israelense não identificado para a revista online Al-Monitor. Segundo ele, o país mudou radicalmente no decorrer da guerra civil. Ao final haverá algo totalmente novo: “Uma Síria aliada ao Iraque e ao Irã – e ambos, por sua vez, têm relações com o Líbano do [líder do Hisbolá] Hassan Nasrallah”. Essa nova situação terá graves consequências para Israel: “A nova Síria será muito mais perigosa do que a antiga”.
A preocupação de Israel com as relações de força militar no país vizinho ficou clara na noite desta quarta (06/09) para quinta-feira. Os israelenses atacaram uma suposta fábrica de produtos químicos na vila de Masyaf, no noroeste da Síria, a apenas cerca de 30 quilômetros da fronteira com o Líbano.
“Outro grau de intervenção”
Recentemente, o Exército israelense anunciou que, nos últimos cinco anos, realizou ao menos cem ataques contra depósitos ou comboios que carregavam armas destinadas à milícia Hisbolá. O ataque mais recente, porém, difere dos anteriores, afirmou ao jornal Jerusalem Post o ex-major-general Yaakov Admiror. “É um outro grau de intervenção”, disse. Pela primeira vez, Israel atacou não apenas um depósito, mas uma instalação oficial síria que era usada para produzir armas químicas, mísseis e munições.
O ataque aconteceu poucos dias depois da visita de Nasrallah a Damasco. O Jerusalem Post cita forças de segurança israelenses que não descartam que todo o complexo seria repassado ao Hisbolá. Israel considerava essa transferência tão perigosa que o ataque ocorreu apesar de haver uma base aérea russa nas proximidades. Israel também já contava com uma dura reação verbal de Damasco. Logo após a intervenção, os militares sírios alertaram para “efeitos perigosos dessa ação agressiva sobre a segurança e estabilidade da região”.
Reação a nova situação diplomática
Os riscos que Israel assume com o ataque evidenciam as enormes mudanças nas condições de segurança para o Estado judeu. Elas resultam não apenas do avanço dos combatentes do Hisbolá até as Colinas de Golã e, em alguns casos, até mesmo dentro de território israelense – a situação política também é ameaçadora.
A Rússia, de acordo com o jornal Haaretz, tem como objetivo principal implementar um cessar-fogo em toda a Síria o quanto antes. Essa situação gera alguns comportamentos contraditórios: por um lado, a Rússia se opõe à classificação do Hisbolá como organização terrorista no Conselho de Segurança da ONU. Por outro, ninguém em Moscou se incomodou com os ataques que Israel realizou contra a milícia libanesa. A razão é óbvia: a Rússia quer se concentrar apenas na Síria e não tem nenhum interesse em criar tensões adicionais com Israel.
Ao mesmo tempo, os russos dependem do Irã na Síria. Sem Teerã, um cessar-fogo dificilmente pode ser alcançado. É por isso que a Rússia atende às exigências do Irã, principalmente a de estabelecer uma presença permanente na Síria. Porém, a Síria é também o palco onde a Rússia responde às atuais tensões com os Estados Unidos. Para destacar sua influência na região, Moscou sabota todas as iniciativas e sugestões diplomáticas e políticas que vêm de Washington.
Israel sem seu aliado tradicional
Isso significa também que os EUA não servem como mediadores para Israel, escreve o jornal Haaretz. “Pela primeira vez, um presidente americano colocou Israel numa posição na qual o país deve dividir seu planejamento estratégico entre duas potências rivais.” Nesse cenário, Israel vira um personagem secundário num jogo complexo. “Nesse jogo, a Rússia tenta destruir o prestígio dos Estados Unidos. Por isso, Moscou deverá lidar de uma forma especialmente áspera com os interesses israelenses.”
Dessa forma, Israel está sem o aliado confiável e sobretudo influente que os Estados Unidos sempre foram. E mais: está sozinho. Assim, enquanto nenhuma das superpotências parar o Irã, Israel teme que poderá, na melhor das hipóteses, retardar uma situação dada como inevitável: a militarização da Síria pelo Irã. E, como se isso já não bastasse, do lado de Teerã está o Hisbolá.
FONTE e FOTO: DW
Benedito, já invadiram Israel de diversas formas.
Quem quiser é só ir lá e será recebido à bala.
Caso queira integrar o Hezbollah, fique à vontade. Rs.
Bombas na cabeça o aguardam. Rs.
Não , amigo!, apenas servo do Eterno ,, amigão, anota isso ai, vai acontecer!!! Existe varias profecias e todas estão se cumprindo, mas este ano é certeza….
Apesar de todo discurso bonito, o que vale mesmo é a lei do mais forte. Israel age como canalha, que direito que tem de invadir o território alheio e jogar bombas? E a soberania das nações tão propalada pela ONU ? Se Israel tem o direito de invadir e atacar um outro país, tb esses poderiam fazer o mesmo, não? Ou aí não vale?
Você é evangélico, André Luiz?
HMS, concordo com tudo que você disse, só não o ultimo parágrafo.
Não acho que a Turquia vai permitir a criação de um estado independente no Curdistão, muito provavelmente ela vai impedir inclusive usando a força, visto que o EUA não devem enviar tropas consideráveis para proteger aquele novo país. Analisando ainda situação desse futuro estado me parece que sua existência não é garantida, seus Aliados estão distantes demais para ajudar (EUA não vão ajudar de forma significativa e Israel já tem seus próprios problemas), ele (se vier a existir) fará fronteira com a Síria, Turquia, Irã e Iraque, cada um com o seu grau de inimizade com esse estado “amigo” de Eua e Israel.
Um estado que já nasce cercado de inimigos, já vi isso em algum lugar.
Bem , concordo com o Mabeco!!… Eu tudo, mas devo acrescentar algo muito portando esta aliança se confirmar este ano 2017, após o dia 23 de setembro , esta aliança entrará em guerra com Israel, será horrível mas Israel mandará um míssil Jericó 3 para moscow, será arrasada, outro detalhe a França vira a ajudar Israel, será o único pais no mundo a ajudá-lo. Emmanuel macron será exaltado como salvador de Israel, EUA esta em crise interna , catástrofe terrível vai atingir os americanos não podendo ajuda e ninguém!!!! Tudo isto acontecera até o dia 29 de novembro, data que se comemora 70 anos da nação Israel!!!!
kkkk errou
Em que pese a credulidade com o que determinados jornalistas e veículos de comunicação andam publicando por aí vamos aos fatos:
– Israel em momento algum apostou ou atuou para derrubar Assad. Muito pelo contrário! É mais conveniente para o governo Israelense que Assad, um inimigo previsível, esteja no poder do que um governo islâmico radical é imprevisível;
– Hezbolah não está “mais forte do que nunca” visto ter amargado nesse conflito enorme desgaste e baixas muito pesadas. Isso sem falar nos constantes ataques que vem sofrendo da aviação israelense, que simplesmente não deixa seus comboios de armas movimentar-se livremente pela Síria. E não custa lembrar que os russos, que têm recebido preciosas informações de inteligência de Telaviv, não têm mexido uma palha para impedir tais ataques;
– De igual forma o papel da Rússia tem claramente superestimado pela mídia de viés antiocidente. A verdade é que apenas e tão somente o governo de Moscou veio em socorro de um aliado para evitar de ser simplesmente expulsa do Oriente Médio. Não custa lembrar do impacto negativo que seria a perda do porto de Tartus. A verdade é que o grosso do combate ao DAESH deu-se no Iraque e foi executado pelas forças iraquianas e pela coalizão liderada pelos EUA. Ademais não custa lembrar que o pós-guerra promete muito trabalho aos russos para conter e expulsar a dupla Irã/Hezbolah da Síria.
– Por fim a independência do Curdistão iraquiano, que já nasce muito ligado aos EUA e Israel, é apenas questão de tempo. E contra isso não há nada que Iraque ou Turquia possam fazer, em especial essa última por ser membro da OTAN.
Israel apostou todas as suas fichas na queda de Al Assad. E perdeu. Agora terá de conviver com o Hezbollah mais forte que nunca, e com a presença ostensiva do Irã, até o Mediterrâneo. Sem falar na Russia, que tornou-se player relevante, autêntico game changer.
Se Israel / EUA insistirem no apoio aos curdos (o que deve acontecer) terão de se confrontar, inevitavelmente, com uma coalisão formada por Síria / Turquia / Irã / Iraque + Russia + Hezbollah. Sinceramente, vejo escassas chances de sucesso, apesar da credulidade de alguns.
Vingança de Israel vira muitas bombas nucleares em cima do Iran e da Síria do Egito até mesmo ensina Arábia Saudita também não são confiável esta loucura arabens quere impor sua fé mentirosa força vai acabar Israel vai destruir eles armas nuclear .
O texto é extremamente alarmista. Superestima a capacidade russa de minar os interesses dos EUA na região ao mesmo tempo em que ignora que para o Kremlin não interessa que a Síria pós guerra civil se torne um protetorado iraniano e extensão do quintal do Hezbolah. Ademais também ignora a profundidade da aliança entre EUA e Israel, a única democracia da região.
Por fim não custa lembrar não apenas o destino dos que atacaram o território israelense como também onde estão as armas nucleares da região. Os aiatolás seriam loucos o suficiente para começar algo que termine com Teerã transformada em um aterro radioativo?