Por David Pugliese
O ministro da Defesa do Canadá, Harjit Sajjan, sugeriu a Boeing, empresa aeroespacial norte-americana que quer vender bilhões de dólares em aviões de combate para o Canadá, já não pode ser considerada uma parceira confiável.
Embora ele não tenha cancelado o plano do governo Liberal para comprar 18 caças Super Hornet da Boeing, Sajjan disse que a empresa norte-americana arranhou sua relação com o Canadá.
A Boeing se queixou ao governo dos EUA que a Bombardier estaria recebendo subsídios, que, por sua vez, lhe permitiram vender suas aeronaves C-Series, a preços abaixo do mercado.
A Boeing convenceu o Departamento de Comércio dos Estados Unidos e Comissão de Comércio Internacional a lançar uma investigação sobre a Bombardier.
“Não é o comportamento de um parceiro de confiança”, Sajjan disse a representantes da indústria quarta-feira na feira de defesa CANSEC em Ottawa.
Ele pediu que a Boeing retire a sua queixa. Sajjan disse que o Canadá exige “parceiros de confiança na indústria.”
Ministro dos Negócios Estrangeiros Chrystia Freeland também recentemente condenou a Boeing pelas suas ações. Mas a atitude de Sajjan em um fórum de perfil tão elevado é considerado por representantes da indústria como sem precedentes. Os liberais estão agora revendo se a proposta do caça Super Hornet deve continuar.
“Nós continuamos nossas discussões com o governo dos EUA”, disse Sajjan sobre as negociações para a aquisição dos caças.
O Canadá, no entanto, não fala mais com funcionários da Boeing. A compra dos caças Super Hornet, se for adiante, deverá custar entre US$ 5 bilhões a US$ 7 bilhões.
O Canadá ainda não assinou o acordo para adquirir o Super Hornets, que era esperado para ocorrer até o final do ano ou início do próximo ano.
Não está claro agora, quando esse acordo irá prosseguir ou se será cancelado se Boeing não retirar a queixa contra a Bombardier.
Outras empresas aeroespaciais estão prontas para oferecer ao Canadá novas aeronaves. Essas empresas incluem a Lockheed Martin com o F-35.
Sajjan disse que o Canadá tem tido um bom relacionamento com a Boeing ao longo de décadas, mas agora está revendo todos os contratos com essa empresa.
Na quarta-feira, durante a CANSEC, a equipe da Boeing destacou o compromisso de longo prazo da empresa com o Canadá.
A investigação dos EUA na Bombardier irá analisar a entrada de aeronaves comerciais no mercado dos EUA. “O mercado dos EUA é o mais aberto do mundo, mas devemos tomar medidas, se as nossas regras estão sendo quebradas”, disse o secretário americano de comércio, Wilbur Ross em um comunicado após a audição na reivindicação da Boeing.
TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO: DAN
FONTE: Ottawa Citizen
Rafael, comprovou-se que o governo do Canadá investiu 1 bilhão de dólares a fundo perdido no desenvolvimento do c series da Bombardier, cara. O coitado do nosso não está conceguindo nem honrar os compromissos da modernização do amx e do desenvolvimento do kc 390, que dirá impor sanções (e perder dinheiro fazendo isso, lógico) em um país tipo o Canadá (que facilmente arranjaria outro país onde conseguir commodities).
Com os EUA no entanto, a conversa é outra, espero francamente que justiça seja feita e eles tomem naba (retaliar comercialmente é besteira pra eles, os EUA são parceiros comerciais importantes demais pra isso), já é mais que tempo de pagarem pelos garimpos na Amazônia e subsídios ilegais (e ainda pagam de bonzinhos depois abrindo fronteiras pra quem tem curso superior de interesse).
A Embraer levou aquela multa por causa da propina na América central e a bombardie foi uma das que reclamou, agora tem que levar o troco.
Felipe,
O Brasil-Embraer venceu a disputa na OMC contra o Canadá-Bombardier, e foi autorizado a retaliar o Canadá em US$ 247,8 milhões em 2002.
Se o Brasil resolveu não retaliar, a culpa é do governo do PT que preferiu deixar para lá essa questão. Dá até para suspeitar desses 13 anos sem questionar o Canadá/Bombardier, dado o histórico desse governo em não proteger, de fato, os interesses nacionais. Só defendem em discursos. Não agem.
Felizmente, em 2016, o Brasil voltou a acionar a OMC.
TIRELESS, O caso todo é muito conveniente pra Embraer. E convenhamos, já não era sem tempo, há anos a Embraer tenta levar um processo contra esses subsídios absurdos a cabo e nunca consegue por conta do alcance limitado da OMC. Agora, com as instituições norte americanas entrando no jogo a conversa é outra inteiramente diferente, tanto que eles estão mexendo os pauzinhos tentando escapar. Tomara que se lasquem bonito (tipo os EUA no caso do algodão), basta o mercado em recessão, nossas empresas não precisam de concorrência desleal.
Já que se falou em capachismo, não vi demonstração maior disso quando o então governo brasileiro cedeu à Bolívia quando os ativos da petrobras no país andino foram “nacionalizados”. E isso porque segundo alguns a nossa diplomacia era “ativa e altiva”
Voltando aos caças, é tudo jogo de cena do governo canadense, que sabe que nesse caso assiste razão ao fabricante de Seattle.
Duvido que o Gripen tenha alguma chance no Canadá, já foi bastante polêmico a escolha do F-35 por ter só um motor na época, mas agora eles já estão no consórcio e já pagaram uma grana preta, o que pode acontecer é eles não comprarem o SH e partir para o plano original de comprar os F-35 mesmos
Tem gente que acha que não há vida inteligente fora dos EUA e que não há escolhas a não ser tornar-se capacho… Tsc tsc tsc…
É muita distorção ideológica!!!
Tudo jogo de cena no intuito de forçar a Boeing a retirar a queixa. Não creio que deixem de comprar o Super Hornet.
No mais a empresa norte-americana não é a primeira a se queixar dos subsídios pagos à Bombardier….
Poderiam comprar rafale, já que têm ligações com a França.
Ou typhoon ou ainda gripen.
O su 35 ou t50 seria uma cartada bem ousada…
Um.aliado americano comprando caças russos…
A proposta sueca é muito boa para eles.
Vai comprar caças aonde?
Na Índia?
Sendo de confiança ou não, nunca, jamais, em hipótese alguma o Canada comprará material bélico de grande porte, em outra nação que não seja nos EUA.
O Canadá é praticamente um estado dos EUA.
São povos irmãos.