No último dia de participação brasileira na Maple Flag, a Força Aérea Brasileira (FAB) coordenou pela primeira vez as missões de transporte e reabastecimento em voo do exercício.
Como líder da aviação de transporte (transport commander), a tripulação do Primeiro Grupo de Transporte de Tropa teve que efetuar todo o planejamento das aeronaves de transporte presentes no exercício: um C-130 do Brasil, dois do Reino Unido e outro da Nova Zelândia, além de um C-160 da França.
Os brasileiros tiveram que realizar a coordenação de horários e rotas entre as aeronaves de transporte e as demais que compõem o pacote da missão. O pacote é composto por missões de defesa aérea, guerra eletrônica, asas rotativas, missões de interdição e ataques. A principal dificuldade é desconflitar rotas e alvos. Além disso, o planejamento também engloba a coordenação da escolta às aeronaves de transporte feita por caças CF-18 canadenses e Mirage 2000 franceses.
Para o Capitão Aviador Bruno Rocha, participante da missão, atividades como esta são uma oportunidade testar as capacidades ao máximo. “Aqui nesta operação, tivemos a oportunidade de participar de um voo em ambiente simulado muito próximo do real. Pudemos conhecer as técnicas e táticas de combate de outras nações e verificamos as capacidades do sistema de autodefesa do C-130 da FAB”, disse.
Para executar a missão de sustentação ao combate, as aeronaves de transporte tiveram que realizar o lançamento de carga em duas áreas diferentes, com o objetivo de ressuprir a tropa infiltrada em terreno inimigo.
Durante o voo, as aeronaves de transporte tiveram que realizar manobras evazivas para despitar os radares do inimigo, através do lançamento de chaff. Mesmo com o grande número de ameaças, artilharias antiaéreas no terreno e caças inimigos, as aeronaves de transporte alcançaram o objetivo de ressuprir a tropa e retornar em segurança.
“Pessoalmente, foi um aprendizado muito grande. Com o sucesso da missão de hoje, mostramos que a aviação militar brasileira tem condições de participar de missões conjuntas com forças aliadas, por exemplo a OTAN”, afirma o Capitão Aviador Cristiano Link, coordenador da missão de transporte.