O Kremlin considerou prematuro o anúncio de França de que Vladimir Putin e Joe Biden tinham concordado com a realização de uma cimeira, proposta por Emmanuel Macron para discutirem a crise da Ucrânia.
O porta-voz do Governo russo, Dmitri Peskov, sublinhou que “existe um entendimento de que se deve continuar com o diálogo”. As declarações ocorrem numa altura em que a Rússia decidiu prolongar os exercícios militares na Bielorrússia. Estima-se que mais 30.000 soldados russos estejam naquele país, que faz fronteira com a Ucrânia.
O Palácio do Eliseu tinha anunciado que Putin e Biden tinham concordado “em princípio” com uma cimeira após várias conversas telefônicas entre o presidente francês e os presidentes dos Estados Unidos e da Rússia.
O chefe da diplomacia da Casa Branca, Antony Blinken, e o ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Sergey Lavrov, vão ter uma reunião bilateral na próxima quinta-feira.
Enquanto isso, Emmanuel Macron irá trabalhar com todas as partes envolvidas no conflito.
Vladimir Putin continua, acusando o Governo ucraniano de provocar o aumento das hostilidades no leste da Ucrânia, acusações refutadas pelas autoridades de Kiev.
O Kremlin emitiu um comunicado onde reafirma a vontade de intensificar os esforços para se encontrar uma solução diplomática entre os ministros dos Negócios Estrangeiros e os Conselheiros políticos dos líderes dos países. “Estas reuniões ajudam a restabelecer o cessar-fogo e asseguram o progresso na resolução do conflito em Donbass”, conclui o Kremlin.
Nos últimos dias, tem-se assistido a um aumento dos confrontos entre o exército ucraniano e as milícias pró-russas no leste da Ucrânia.
O Ocidente receia que essa escalada da violência possa ser utilizado como pretexto pela Rússia, que reuniu cerca 150.000 soldados nas fronteiras da Ucrânia, de acordo com as informações divulgadas pela administração de Joe Biden. Entretanto, continua a evacuação de Donbass, iniciada na sexta-feira pelos separatistas pró-russos. Dezenas de pessoas foram já levadas para a região russa de Rostov.
Os líderes dos insurgentes declararam uma mobilização militar total, apelando aos homens da região que pegassem em armas para se defenderem das alegadas agressões das forças de Kiev.