Israel acaba de realizar com êxito o lançamento de dois mísseis na bacia do Mediterrâneo. Segundo fontes militares israelenses, o sistema de defesa antiaérea foi testado em um exercício conjunto com os EUA. Todavia, peritos qualificam o evento como uma “escalada da tensão em torno da Síria” ou até como “tentativa de experimentar a reação internacional, inclusive a das autoridades russas”.
Os disparos de mísseis, realizados da parte central do Mediterrâneo, foram detectados às 10h16 (hora de Moscou) por um radar estacionado em Armavir, sul da Rússia. A trajetória do vôo passou pela costa leste do mar Mediterrâneo. Os dois mísseis caíram a 300 metros do litoral. O ministro russo da Defesa, Serguei Choigu, informou logo o presidente e comandante em chefe das Forças Armadas, Vladimir Putin, sobre o incidente ocorrido.
“O sistema de alerta russo reagiu com perfeição”, anunciou a propósito Serguei Denissentsev, do Centro de Análise de Estratégias e Tecnologias:
“O sistema de vigilância e alerta se destina para informar a direção do país sobre o lançamento de mísseis e, sobre disparos de mísseis balísticos. Todavia, o complexo não é capaz de fixar lançamentos de mísseis balísticos tático-operacionais e táticos. Os EUA possuem um sistema de vigilância análogo. Os outros países e as potências nucleares, como Israel, a China, e a Grã-Bretanha, também dispõem de certos elementos de notificação que podem detectar disparos de mísseis.”
Entretanto, os peritos russos ficaram surpreendidos com a reação da comunidade mundial após ter surgido esta notícia. Durante algumas horas não foi possível saber quem fora o autor dos disparos. Tinha-se a impressão de ter sido apenas Moscou a detectar os lançamentos inesperados. A União Européia e a OTAN se esquivaram a fazer comentários. Paris e Roma também nada sabiam do acontecido. O Pentágono se apressou em declarar que “os navios norte-americanos no Mediterrâneo, perto da costa da Síria, não efetuaram tais lançamentos”.
Tel Aviv anunciou não possuir dados sobre disparos de mísseis. Mais tarde, contudo, o Ministério da Defesa israelense esclareceu que os mísseis “eram alvos para testes do sistema de defesa antimíssil e que os lançamentos foram realizados no quadro de exercícios conjuntos com os EUA”.
Fosse como fosse, tais exercícios parecem, neste momento, descabidos, podendo ser qualificados como uma escalada da tensão, afirma Evguenia Voyko, professora associada de Ciência Política Aplicada da Universidade junto do Governo da Federação da Rússia:
“A situação mantém-se extremamente tensa, podendo qualquer passo deste gênero vir a provocar ações de resposta. Por isso, estão a ser postas à prova não apenas a preparação informativa dos participantes do episódio, mas também a preparação psicológica emocional. Ora, resta saber até que ponto serão moderados os poderes sírios e russos, entre outros.”
A tensão regional veio agravar-se após o discurso proferido por Obama em 31 de agosto na Casa Branca. O líder dos EUA declarou que o seu país está pronto para efetuar um ataque à Síria em retaliação pelo suposto uso de armas químicas nos arredores de Damasco.
Os navios de guerra norte-americanos, incluindo quatro destroyers com os mísseis Tomahawk a bordo, já se aproximaram da fronteira síria no Mediterrâneo no mar Arábico, na expectativa do início de uma eventual operação militar. Por isso, qualquer disparo do gênero pode ser visto como um sinal para o início da guerra.
FONTE: Voz da Rússia
O tratado de não proliferação de armas nucleares, não diz que não se podem mudar as ogivas de 5 para 10, de 10 para 20, de 20 para 100 quilotons…só não produzem mais mísseis ou ogivas, numéricamente, falando. Isso é, eles os assinantes dizem que não produzem mais. Alguém acredita? E nóis aqui, vendo todo mundo “progredindo” em suas indústrias nacionais de defesa ou em suas parcerias, e nóis assistindo tudo, paradin paradin…Num mundo em que não se corre, quem anda fica para trás!!!!
Como eu gostaria que o meu país, fosse tão responsável com a sua defesa como o é Israel.
Israel nunca assinou o TNP , nunca assinou o tratado de limitação de alcance de mísseis. Israel se armou nuclearmente, enquanto que o Brasil abdicou de sua autodefesa, e hoje ainda tem idiotas que falam em assento permanente no CS da ONU.
A irresponsabilidade de Israel nesse caso foi absurda. Isso lá é hora de testar lançamento de míssil no Mediterrâneo. Depois acusam o país de se comportar como aquele irmão mais novo folgado e ainda aparecem defensores desse tipo de comportamento.
RobertoCR,
Isso não foi um simples teste, é para verificar o sistema de detecção sírio. Faz parte da guerra psicológica e da estratégia de defesa de Israel, que vai ser o primeiro a levar o troco após a ação contra a Síria.
FA
O rapaz, isso de guerra psicológica nem se discute. Do mesmo jeito que também pode servir de recado a todos sobre como anda a amizade entre os dois países. Não é preciso muito tino pra notar isso.
Do mesmo jeito que acho que este argumento de agressão a Israel também me parece um exagero. Quem tem estabilidade suficiente no Oriente Médio para realizar algo do tipo nesse momento? Eu acho que ninguém. Nem o Irã.
O que eu acho realmente sério foi a Arábia Saudita enviar um representante para “enquadrar” a Rússia algumas semanas atrás. Isso foi burrice.
Aliás, pra quem não sabe quem foi o “corajoso” que passou a mensagem ao Putin, seu nome é Príncipe Bandar bin Sultan. Tem entrevistas com ele no YouTube no programa do Larry King. E ele também aparece no documentário “Fahrenheit 9/11” de Michel Moore (era embaixador da Arábia Saudita na época), justificando porque os Bin Laden conseguiram permissão para sair “voando” dos EUA enquanto o espaço aéreo do país estava fechado. Vale a pena ver a cara-de-pau do homem. E disso poucos falam.
Aproveito para dar parabéns aos administradores do blog. Parece que finalmente estão surgindo canais na internet onde se avalia a arma pelo que ela é: um objeto político. Algo que deve ser tratado para além das descrições técnicas.
Abs