É uma guerra sem que um único tiro fosse disparado, não houve luta em alto-mar, mas nas salas de reuniões corporativas de dois empreiteiros da defesa.
Por um lado está o Grupo Saab da Suécia, uma empresa de defesa focada em estabelecer uma unidade de construção de submarinos. Por outro lado, a ThyssenKrupp da Alemanha, tentando dominar a indústria de construção de submarinos no norte da Europa.
No mais recente desenvolvimento, os suecos foram atraindo os funcionários da ThyssenKrupp para o seu lado, o que levou os alemães a oferecer-lhes um bônus igual ao salário de um mês para ficar, de acordo com um artigo na Suécia edição do The Local transcrita abaixo:
” Thyssen Krupp já disse que vai pagar salário de um mês extra, em uma tentativa de conter o sangramento. Cerca de 40 membros da equipe já passaram para a Saab. O jornal local Sydöstran informou que a empresa fez a oferta a todos os 900 funcionários em Karlskrona e Malmö.
Relatórios locais disseram que a rotatividade de pessoal, estaria preocupando a Thyssen Krupp, pois colocaria em risco a sua capacidade de entregar a tempo.
No mês passado, o diário de negócios Dagens Industri informou que cerca de 200 funcionários da Kockums, haviam manifestado interesse em trabalhar para empreiteiros da defesa sueca Saab, que diz querer montar rapidamente uma unidade para construção de submarinos depois da preocupação contínua da Suécia, com o plano a longo prazo de cessar toda a produção da Kockums.”
O problema com a ThyssenKrupp começou em 2005, quando a empresa de defesa alemã comprou o estaleiro Kockums Karkskrona, no sul da Suécia, onde durante séculos os navios para a marinha sueca foram construídos. Kockums tinha sido um concorrente direto da ThyssenKrupp, e rapidamente se tornou óbvio que eles tinham adquirido a empresa sueca, não para expandir sua capacidade, mas para eliminar um concorrente.
“A compra de Kockums não estava destinada a consolidar a indústria naval e criação de sinergias, mas se livrar de um concorrente”, disse uma fonte alemã não identificada ao The Local.
As coisas começaram a esquentar em 2011, quando o CEO da ThyssenKrupp Hans Christoph Atzpodien, não permitiu que o Kockums criasse um projeto de construção de dois submarinos para Cingapura, apesar de a empresa sueca teve um relacionamento comercial de longo prazo com aquele país. No ano passado, cancelou um acordo entre o estaleiro sueco e a Austrália através da compra de Tecnologias Navais da Austrália, e afirmou que “poderia fazer o mesmo trabalho que o Kockums.”
Para adicionar insulto à injúria, a empresa alemã no ano passado, decidiu livrar-se do antigo nome sueco e alterá-lo para o título oficial alemão ThyssenKrupp Marine Systems (TKMS).
Foi mais ou menos nesse ponto que funcionários do governo sueco começaram a ficar preocupados.
“As capacidades de construção de submarinos são essenciais para as nossas forças armadas e da nossa capacidade de nos defender”, disse Allan Widman, um membro do parlamento e porta-voz de defesa do Partido Liberal. Ao longo das últimas semanas, houve rumores de que o Grupo Saab estaria interessado em comprar o Kockums, trazendo de volta para as mãos da Suécia, mas nem os suecos nem os alemães estão comentando.
Agora é olhar se o Grupo Saab está planejando estabelecer uma divisão de construção de submarino próprio, e está recrutando trabalhadores suecos da ThyssenKrupp para ir trabalhar para eles. Até o momento, 200 funcionários da ThyssenKrupp foram para o Grupo Saab, e ainda existem mais interessados.
Para parar o sangramento, os alemães fizeram a oferta de bônus, com a condição de que pelo menos 40 por cento de seus empregados ficar.
FONTE: Digital Journal
TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO: Defesa Aérea & Naval
Mais ou menos, os alemães são confiáveis sim, só depende de qual governo esteja negociando com eles, o Brasil infelizmente é um desastre na política externa e atualmente não é confiável, mas no passado o acordo nuclear com a Alemanha deu bons frutos, temos a usina Angra 2 plenamente operacional e equipamentos totalmente entregues para Angra 3, nós é que fazemos lambaça e estragamos tudo, se não fosse as besteiras e atrsos já contaríamos com 5 usinas nucleares operando plenamente, talvez até submarinos.
os alemães venderam para o Brasil um método de enriquecer urânio totalmente sem eficácia. A MB teve que ralar para fazer centrifugas por conta própria.
A politica externa brasileira só tem de ser confiável ao povo brasileiro. Não somos colonia para ser “confiável”, porque na prática isso é não afetar os interesses do ocidente, mas o ocidente não está nem aí para nossos interesses.
Esse é operigode compra de empresa nacionais por empresas estrangeiras, que em gramde parte é pra controlar o desenvolvimento local de tecnologias e ou pra acabar com uma possivel concorrente. Que este fato na Suécia sirva de lição pra nós brasileiros, pois alguns países são menos confiáveis que outros!!!
Elison, bom dia. Essa lição já foi aprendida pelo país. Dentre vários exemplos, destaco o fato de uma importante indústria química antes nacional, fabricante de um composto necessário aos propelentes de foguetes, anos atrás foi comprada por um conglomerado alemão, se não me engano, e em seguida teve as atividades encerradas. O capenga programa espacial brasileiro, quando precisou do composto, não o encontrou no mercado interno, teve de recorrer ao exterior e o seu pedido foi negado, sofrendo (mais) atrasos e tendo de desenvolver alternativa custosa.
Enfim, este quadro é um dos motivo das alterações no arcabouço legal do setor de defesa: proteger a indústria nacional, reduzir a dependência externa e fortalecer o frágil e abstrato conceito, ultimamente surrado, do que vem a ser soberania.
Obs.: o bravo povo sueco já tinha se apercebido disso faz décadas.
Em complementação, cabe ao Brasil de fato demonstrar ter aprendido as duras lições do passado não se deixando enredar por armadilhas estrangeiras.
Foi uma imensa sacanagem dos alemães nessa hein!!! Os europeus não podem confiar na Alemanha. Por esses fatos é que a Inglaterra jamais aceitaria uma forças armadas europeias, pois com certeza iria ser uma fachada para o tão sonhado “exército germanico europeu”. Não digo que toda a Alemanha pense assim, mas o alto escalão de poder germanico simmmm!
Um outro fato que podemos antever é a entrada da SAAB como parceiro e ou observador no PROSUB este ano ainda. As relações militares-tecnológicas de Brasil-Suécia vão ir muito além do Gripen!.. Que ótimo!
Adriano, em relação aos caças tudo bem essa parceria com os suécos, mas paremos por aí . Já temos a França nos submarinos e muito provavelmente os italianos nas fragatas, isso sem contar as viaturas blindadas da Iveco que já temos com eles e pelo andar das coisas teremos os russos nos sistemas antiaéreos. Essa coisa de ficar aliado em tudo somente com um país é fria.
Mario. Positivo, ti entendo mas que as relações Brasil-Suécia sem dúvidas vão ir além do Gripen E, e acho bom! Vai ser uma parceiro que pode ser escolhidos em muitos outro planos, como um sistema anti aéreo da própria SAAB que o Brasil já adquiriu pra ser usado na copa. Porém não deve ser tudo Suécia, Russia, EUA, etc… Melhor é um pouco de cada.
A vitória no FX2 empolgou os suecos!