Um teste de míssil envolvendo sistema de dissuasão nuclear Trident da Grã-Bretanha terminou em fracasso ao largo da costa da Flórida no ano passado, disse um funcionário do Departamento de Defesa dos EUA (DoD), com conhecimento direto do incidente, à CNN na segunda-feira.
O funcionário disse à CNN que o incidente, que aconteceu em junho do ano passado em uma área ao largo da costa da Flórida, usado pelos EUA e o Reino Unido para testes de mísseis, não envolveu o uso de uma ogiva nuclear.
O jornal britânico Sunday Times informou que o míssil se desviou em direção à costa dos EUA, mas a autoridade dos EUA disse à CNN que essa trajetória foi parte de uma sequência de auto-destruição automática. O funcionário disse ainda que o míssil foi desviado para o oceano, um procedimento automático quando a eletrônica do míssil detecta uma anomalia.
Um mês após o teste, o parlamento do Reino Unido aprovou a renovação do programa dos quatro submarinos nucleares da classe Trident, a um custo de £ 40 bilhões. Sem saber do fracasso, os membros da Câmara dos Comuns votaram por 472 votos a 117, a favor da renovação.
No domingo, a primeira-ministra britânica, Theresa May foi convidada quatro vezes durante uma entrevista com o correspondente da BBC, Andrew Marr, a mostrar se ela sabia da falha do míssil antes da votação. May se recusou a responder.
Governo desafiado em reportagem da CNN
Forçado a fazer uma declaração sobre a controvérsia na Câmara dos Comuns na segunda-feira, o secretário de Defesa Michael Fallon disse que tinha “confiança absoluta” no Trident, mas se recusou a dar “detalhes operacionais” sobre o teste.
A CNN publicou esta história, Mary Creagh, do Partido Trabalhista, exigiu saber por que ele não daria mais detalhes. Citando a história de CNN, ela disse: “O Secretário de Estado nos aconselhou a não acreditar em tudo que lemos nos jornais de domingo, mas devemos acreditar que o funcionário (dos EUA) que, enquanto eu estiva sentada aqui debatendo, confirmou à CNN que o míssil foi auto-destruído na costa da Flórida? E se for esse o caso, por que é que o parlamento britânico, e o público, são os últimos a saberem?”. Fallon, mais uma vez se recusou a dar “detalhes operacionais”.
May sob o fogo
A recusa do governo do Reino Unido em discutir o fracasso do lançamento do míssil, provocou críticas dos adversários do programa de dissuasão nuclear do Reino Unido. O primeiro-ministro da Escócia, Nicola Sturgeon, usou o twitter para questionar: “Esta é uma questão extremamente grave e deve haver a divulgação completa do que aconteceu, quem sabia o que/quando e porquê da Câmara dos Comuns (House of Commons) não estar sabendo”.
Mais cedo, na segunda-feira, um porta-voz de May disse que foi informado sobre o teste do míssil Trident quando ela assumiu a nova função. O primeiro-ministro e o secretário de Defesa, são rotineiramente informados sobre os testes e seus resultados, disse o porta-voz de aos repórteres.
Este teste foi realizado em junho (2016), durante o governo do último primeiro-ministro (David Cameron). Ao tomar posse do atual cargo de primeira-ministra, ela foi informada sobre uma série de questões nucleares, incluindo este teste, onde o submarino e a tripulação foram testados e certificados com sucesso”.
FONTE: CNN
TRADUÇÃO E ADAPATAÇÃO: DAN
O míssil é americano, portanto acho difícil que o governo americano aprovasse um vazamento de informações sobre o mau
funcionamento de um de seus mísseis ainda mais um “Trident”. Vazamentos de informações ocorrem , vide o “Snowden”
por exemplo.
A Escócia nunca quis a base de Faslane da Royal Navy. Aliás a maioria dos escoceses querem sua independência. Qualquer motivo é motivo, ainda mais com um insucesso desses. Sabemos que testse frustrados são comuns com mísseis ainda mais com as tecnologias incorporadas e a complexidade instaladz, mas os americanos são muito bons em destruir seus parceiros com vazamentos seletivos, aliás vazamentos seletivos são uma arma muito usada pelos yanques.
Então o público e a câmara têm de saber cada detalhe? Por que Cameron não informou?
Estão pegando no pé dela por causa do Brexit…