O governo do Reino Unido lançou sua Estratégia Aérea de Combate no Farnborough International Air Show de 2018 com o objetivo de fornecer a próxima geração, um sistema aérea de combate capaz até 2035.
Ameaças em evolução
Nosso mundo é mais complexo e incerto do que nunca. Os futuros sistemas aéreo de combate precisarão operar efetivamente nos ambientes mais disputados, congestionados e complexos, onde velocidade e agilidade serão essenciais.
Qualquer futuro sistema aéreo de combate precisará ser altamente capaz, flexível, atualizável, conectado e acessível, garantindo que ele possa atender às incertezas enfrentadas pelas forças aéreas nas próximas décadas.
Um novo sistema aéreo de combate
O governo do Reino Unido junto com o Ministério da Defesa, a Royal Air Force e dos parceiros do setor, BAE Systems, MBDA, Rolls-Royce e Leonardo, estão trabalhando para desenvolver tecnologias que apoiem a capacidade de combate do Reino Unido hoje e no futuro.
As principais contribuições dos parceiros do setor são:
BAE Systems – sistemas avançados de combate a ar e integração
Rolls-Royce – sistemas avançados de energia e propulsão
Leonardo – sensores avançados, eletrônica e aviônica
MBDA – sistemas avançados de armas
Conceito de sistema aéreo de combate do futuro
Em Farnborough International Air Show 2018, um modelo de conceito de caça da próxima geração foi revelado, mostrando as principais tecnologias que serão importantes no futuro. O conceito fornece uma indicação dos tipos de tecnologias que estão sendo desenvolvidos para fornecer as melhores capacidades do mundo para o futuro.
Sabe-se que o futuro ambiente operacional será contestado, congestionado e complexo. Um futuro sistema de combate precisará ser capaz, flexível, atualizável, conectado e acessível para garantir um sistema que atenda às demandas do ambiente operacional, tanto conhecido como desconhecido.
Capaz
Um caça do futuro deve ser capaz de sobreviver aos ambientes de combate mais desafiadores, o que significa que a faixa de carga útil, velocidade e manobrabilidade serão fundamentais. Esperamos que a aeronave seja equipada com uma variedade de sensores, incluindo sensores de frequência de rádio, eletro-ópticos ativos e passivos e medidas avançadas de suporte eletrônico para detectar e interceptar ameaças.
O caça provavelmente funcionará com armas cinéticas e não-cinéticas. A integração de armas de energia dirigida a laser para autodefesa e uso dentro de combate visual é também altamente provável. A capacidade de implantar e gerenciar veículos aéreos não tripulados (UAV) lançados por meio de um compartimento de carga flexível permite que o sistema aborde ambientes perigosos de Negação de Área Anti-acesso.
Flexível
As forças aéreas do futuro precisarão de uma aeronave de combate que seja altamente flexível e possa ser aplicada a uma ampla variedade de operações militares. Os operadores terão a capacidade de adaptar rapidamente o sistema para executar novas funções ou alterar seu desempenho.
Dependendo da missão, adições de “ajuste de papel” como tanques de combustível conformais, dispensers de armas, dispensers para lançamento de UAV, sensores modulares, sistemas de fotografia oblíqua de longo alcance para reconhecimento e armas com energia dirigida a laser poderiam estar disponíveis.
A adaptabilidade será incorporada ao design do caça, com arquiteturas de sistemas que suportam uma abordagem ‘plug and play’, integrando facilmente novos algoritmos e hardware. O sistema aéreo de combate também oferecerá suporte a ‘autonomia escalonável’ para fornecer vários modos de operação não tripulada, e as decisões de um piloto, auxiliarão quando o voo tripulado estiver sendo conduzido. Esses recursos são dinamicamente reconfiguráveis e servem para melhorar a capacidade de sobrevivência, a disponibilidade, a resiliência cibernética e as opções táticas.
Conectado
Para fornecer vantagem significativa de informações e eficácia da missão, o futuro sistema aéreo de combate atuará como um “multiplicador de forças”, interoperando com uma ampla gama de outras plataformas e serviços civis e militares nos domínios aéreo, terrestre, marítimo, espacial e cibernético, como sistemas não tripulados.
O comando e o controle de outros sistemas, como UAVs, serão habilitados a partir de um cockpit virtual totalmente personalizável, com avançadas interfaces homem-máquina, incluindo rastreamento ocular e controles baseados em gestos, oferecendo gerenciamento de missão intuitivo e sofisticado. Usando uma abordagem virtual semelhante, tanto o planejamento da missão no solo quanto o comando remoto de aeronaves não tripuladas podem ser aprimorados, garantindo uma compreensão rápida e eficaz do espaço de batalha.
Atualizável
O FCAS (Future Combat Aier System) será rápido e economicamente acessível, mantendo a vantagem operacional e a liberdade de ação em um ambiente de ameaças em rápida evolução.
As interfaces físicas devem, portanto, ser fortes, leves, numerosas e produzidas de maneira acessível. Isso será obtido por meio de especialização em fabricação de camadas de aditivos, tecnologia de junção e fixação, “travamento geométrico” e materiais pouco observáveis. É provável que a montagem robótica e cobótica desempenhe um papel significativo.
Acessível
Técnicas avançadas de manufatura desempenharão um papel significativo na redução do custo unitário de produção de um FCAS, e serão um facilitador essencial de flexibilidade e capacidade de atualização. Por exemplo, os custos de suporte em serviço podem ser reduzidos usando robótica adaptada na fabricação para reabastecer, rearmar, ajustar a função e reparar.
Exoesqueletos, telas vestíveis e computação para fornecer instruções com as mãos livres, orientação e publicações técnicas poderiam reduzir ainda mais os custos de suporte em serviço ajudando a melhorar a flexibilidade de recursos, melhorar a qualidade do trabalho e a velocidade com que as tarefas são executadas. O uso de inteligência artificial e análise de dados na saúde dos caças e dados relacionados à missão melhorará a disponibilidade da aeronave, bem como aumentará a probabilidade de sucesso da missão. Os custos de treinamento podem ser reduzidos significativamente usando o cockpit virtual e o sistema de planejamento de missão virtual como resultado de seu baixo custo, flexibilidade e extrema portabilidade.
Economia, habilidades e benefícios tecnológicos
A indústria aeronáutica militar do Reino Unido forneceu consistentemente benefícios econômicos significativos para a nação, exportando aeronaves e desenhos inteiros, bem como fornecendo suporte, manutenção e atualização para forças aéreas no exterior.
O sucesso das exportações da aeronave de treinamento Hawk Jet é um bom exemplo. Mais de 1.000 aeronaves foram construídas ou estão em ordem, demonstrando um retorno muito significativo para o governo do Reino Unido a partir de seu investimento inicial de £ 900 milhões. Em 2013, as exportações de aviões Hawk geraram um retorno de £ 11,5 bilhões para o governo do Reino Unido. Ao longo do tempo, o programa Typhoon deverá gerar um retorno de £ 28,2 bilhões de um investimento inicial do governo de £ 15,2 bilhões.
TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO: DAN
Some-se a todas essas propostas inovadoras aventadas no projeto sueco/britanico as armas a laser, que são um caminho de evolução natural para o combate aéreo do futuro; armas estas que hoje já não mais soam um despaltério como a pouco tempo atrás, graças ao desenvolvimento de geradores miniaturizados de alta potência como o apresentado pela Eletrodynamics Associates com capacidade para incríveis 2,5 MW e mais incrível ainda pesando apenas 200 kg, ou seja, perfeitamente aplicável a um caça de médio porte… dentro de pouquíssimo tempo veremos armas a laser verdadeiramente eficazes montadas e aviões de combate
costume não fizerem suas besteiras de estilo (vide o TSR2) agravado pelo fato do atual lider dos Labours ser Jeremy Corbyn, jurássico representante do trabalhismo sindical que julgava-se extinto desde os anos 80 após a ofensiva de Margareth Thatcher contra os então poderosos sindicatos britânicos, é uma notícia excelente visto que coloca o Reino Unido de volta ao papel de player de peso no mercado. E tal como previsto a liderança britânica na Europa no que tange à furtividade, cristalizada em protótipos como o BAe Replica e o BAe Taranis assim como o trabalho no programa do F-35 na condição de parceiro nível 1, faz aqui toda a diferença
Outrossim, caso a associação com a SAAB vá para a frente ainda haverá a vantagem da empresa sueca poder agregar ao projeto a capacidade de desenvolvimento dentro dos custos estipulados o que inclusive levou a Boeing a associar-se a ela para competir no T-X da USAF.
Assim, a união da expertise tecnológica de ambos (GB e Suécia) pode levar ao desenvolvimento de um vetor muito capaz que já nasce com um mercado cativo considerável visto a necessidade de substituir os Typhoon na RAF e os Gripens na Flyvapnet. E some-se a isso um mercado externo potencialmente considerável tendo em vista a base de usuários do Typhoon e do Gripen como Arábia Saudita, Qatar, Kuwait, Tailândia e quem sabe o Brasil.
Enquanto isso França e Alemanha não saíram do esboço, talvez pelo fato dos franceses ainda estarem elaborando os requisitos e pensando em como empurrarão os mesmos goela abaixo dos alemães.