As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) afirmaram nesta sexta-feira ter um suposto militar americano em poder, o qual estaria sequestrado desde o último dia 20 de junho, e ofereceram sua libertação ao governo colombiano como um “gesto” relacionado às conversas de paz realizadas em Cuba.
“Apesar do direito que nos assiste para manter o soldado Kevin Scott como prisioneiro de guerra, tomamos a decisão política de libertá-lo como um gesto que se inscreve dentro do ambiente das conversas que se antecipam em Havana com o governo colombiano”, afirmou as Farc em um comunicado publicado em sua página de internet e assinado pelo comando do grupo guerrilheiro.
Para a libertação, as Farc pediram a formação de uma comissão humanitária com a presença do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), da ex-senadora Piedad Córdoba e de um delegado “da comunidade de Saint Egídio”.
O documento acrescenta que a “captura” de Scott Sutay ocorreu no último dia 20 de julho no município de El Retorno, no departamento de Guaviare.
No comunicado, o comando do grupo guerrilheiro acrescenta que o militar nasceu em Nova York, “segundo o passaporte No. 488667176, expedido em 03 de fevereiro de 2012, que o mesmo levava no momento em que foi detido por unidades guerrilheiras”.
De acordo com as Farc, Scott assegurou ter sido membro das Forças Armadas dos Estados Unidos desde o 17 de novembro de 2009 até o 22 de março de 2013.
Nesse tempo, segundo as Farc, ele participou da guerra do Afeganistão entre os anos 2010 e 2011, onde atuava na função de especialista em antiexplosivos e desarme de minas como integrante da companhia 541 ST do batalhão 54 TN de engenharia.
Assinalam, além disso, que o soldado americano entrou na Colômbia no dia 8 de junho de 2013, seguindo a rota México, Honduras, Costa Rica, Nicarágua, Panamá, Bogotá, San José do Guaviare, “sede da base militar do Barrancón, onde é conhecida a presença de militares norte-americanos”.
De acordo com as Farc, “a captura do soldado Kevin evidencia a ativa participação de militares e mercenários norte-americanos em operações de contra insurgência no terreno”.
Desde o último novembro, o governo colombiano e as Farc realizam negociações de paz em Havana com a intenção de pôr fim ao conflito armado interno que já dura mais de meio século.
FONTE: EFE via Terra