MUNIQUE (Reuters) – Os Estados Unidos redobraram neste sábado uma antiga demanda para que Alemanha e outros países da Europa gastem mais com defesa, dizendo que a incapacidade deles de atender a meta da Otan de 2 por cento em gastos militares estava minando a aliança do Atlântico (Otan).
“Quando até mesmo um aliado falha em fazer sua parte, isso afeta toda a nossa capacidade de vir ao resgate de outros”, disse o vice-presidente norte-americano Mike Pense na Conferência de Segurança de Munique, enquanto assegurava aos aliados da Otan o apoio incondicional de Washington.
O ministro alemão das Relações Exteriores Sigmar Gabriel disse que a Alemanha segue comprometida em atingir a meta da Otan, mas que seria difícil aumentar rapidamente o seu orçamento com defesa em 25 bilhões de euros que seriam necessários. A Alemanha gasta atualmente cerca de 1,2 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) nas Forças Armadas.
Ele pediu por uma abordagem mais ampla que também fale sobre os riscos de segurança, como as mudanças climáticas, e disse que a Alemanha deveria obter crédito pelos 30 a 40 bilhões de euros que está gastando para integrar mais de um milhão de refugiados, muitos dos quais foram deslocados como resultado de intervenções militares que falharam no passado.
O Secretário-Geral de Segurança da Otan Jens Stoltenberg disse na Conferência que a Europa precisa integrar melhor sua fragmentada indústria de defesa, mas que isso continuava sendo um desafio político para países buscando proteger suas próprias indústrias e empregos.
A Comissária da Indústria da UE, Elzbieta Bienkowska, disse a portas fechadas que “devemos construir progressivamente uma união de defesa na Europa”, segundo um dos presentes.
Os militares da UE operam 19 tipos de veículos blindados de combate à infantaria, em comparação com um dos EUA, enquanto 25 bilhões de euros de gastos com defesa são desperdiçados a cada ano, segundo dados da Comissão Europeia.
Gabriel também questionou a sabedoria de fixar a meta de gastos militares da Otan ao PIB, observando que a Grécia atingiu a meta, mas estava tendo problemas para pagar suas pensões.
O ministro francês das Relações Exteriores Jean-Marc Ayrault disse que era importante focar o aumento das despesas em necessidades de equipamento, em vez de pensões militares.
(Reportagem de Andrea Shalal)