Por Daniel Kosinski
No último dia 8 de setembro, um pequeno contingente de 245 fuzileiros navais dos Estados Unidos e da Suécia concluiu três semanas de treinamento de operações anfíbias no Báltico, em arquipélagos localizados nas proximidades de Estocolmo.
Intitulada Archipelago Endeavor, essa operação antecede o exercício “Trident Juncture 2018”, que será realizado durante duas semanas em outubro e novembro no extremo norte da Noruega, próximo à sua fronteira com a Rússia. Realizando operações “no ar, no mar e na terra”, ele reunirá aproximadamente 40 mil militares, 120 aviões, 70 navios e até 10.000 veículos de todos os 29 países integrantes da OTAN, da Suécia e da Finlândia, “parceiras” da Aliança Atlântica.
Segundo uma porta voz da organização, o seu objetivo será exercitar a sua habilidade para “operar em conjunto e defender as nossas populações e territórios”, no que serão os seus “maiores
exercícios” em mais de uma década, ou mesmo desde o fim da Guerra Fria.
Com efeito, as duas operações acontecem em um contexto recente de militarização da Escandinávia. Nesse sentido, destaca-se a solicitação, pelo governo da Noruega, da duplicação do contingente rotativo de fuzileiros navais norte-americanos em treino no ártico do país para 700 militares, movimento descrito pelo Ministério das Relações Exteriores da Rússia como uma “manobra ofensiva” com “natureza claramente antirussa” e, também, um “ataque” dos Estados Unidos contra a Noruega. Por sua vez, em maio, os governos finlandês e sueco assinaram um documento com os Estados Unidos com vistas a “construir uma relação de segurança” por meio da realização conjunta de exercícios e treinamentos.
Além disso, nos últimos anos, outros países no entorno do mar Báltico, como a Polônia e os três pequenos Estados bálticos, também têm reforçado a sua participação na OTAN e solicitado o aumento da presença dos seus militares nos seus territórios. No caso polonês, ressalta-se a recente proposta feita pelo seu Ministério da Defesa ao governo Trump para a instalação permanente de uma grande base militar norte-americana no seu território, cujos custos seriam pagos integralmente pela Polônia.
Essas ações têm como pano de fundo a interferência da Rússia na Ucrânia e a sua anexação de fato da Crimeia, em 2014.
FONTE: Boletim Geocorrente