“Não podemos falar dos caças agora… Você não pode dar um contrato desse para um país em que você não confia”, disse uma fonte do alto escalão do governo brasileiro à Reuters; assunto não será discutido com o secretário de Estado norte-americano John Kerry, nesta terça-feira,
Por Anthony Boadle e Alonso Soto
BRASÍLIA, 12 Ago (Reuters) – A esperança dos Estados Unidos de alcançarem um cobiçado acordo de 4 bilhões de dólares para vender 36 caças ao Brasil sofreu um revés com as revelações recentes de que os norte-americanos espionaram comunicações da Internet brasileira.
Quando o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, sentar-se para conversar com autoridades brasileiras em Brasília na terça-feira para preparar uma visita de Estado da presidente Dilma Rousseff à Casa Branca, a venda dos jatos não estará na agenda, disse uma fonte.
“Não podemos falar dos caças agora… Você não pode dar um contrato desse para um país em que você não confia”, disse uma fonte do alto escalão do governo brasileiro à Reuters sob condição de anonimato devido à sensibilidade da questão.
A autoridade disse que a visita de um dia de Kerry ao Brasil estará concentrada em restabelecer a confiança entre Washington e Brasília, abalada com as revelações sobre espionagem que geraram um grande alvoroço político no maior parceiro comercial dos Estados Unidos na América do Sul.
A Embaixada dos Estados Unidos em Brasília não quis comentar o impacto do caso de espionagem sobre a possível compra de caças norte-americanos.
“Acreditamos que a oferta da Boeing é a melhor oferta disponível aos brasileiros e ela tem o apoio total do governo norte-americano”, disse um porta-voz da missão diplomática norte-americana em Brasília.
No mês passado, o jornal O Globo publicou documentos vazados pelo ex-prestador de serviços da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA) Edward Snowden que revelaram a vigilância das comunicações eletrônicas no Brasil e em outros países latino-americanos.
Irritados, senadores brasileiros questionaram a visita de Dilma a Washington em outubro e criticaram a possibilidade de assinar o contrato com os EUA para a renovação da frota de caças da Força Aérea Brasileira (FAB).
A Boeing, com o caça F-18 Super Hornet, concorre com a francesa Dassault, com o caça Rafale, e a sueca Saab, com o Gripen NG, pelo contrato avaliado em pelo menos 4 bilhões de dólares, além de prováveis encomendas futuras que podem ampliar o valor do contrato ao longo dos anos.
O contrato para fornecimento de caças para a FAB se tornou um prêmio cobiçado para as empresas de defesa, no momento em que os Estados Unidos e muitos países europeus reduzem seus orçamentos militares.
F-18 ERA FAVORITO
Uma porta-voz da Boeing se recusou a comentar sobre o estágio atual da oferta, mas disse que o eventual contrato com o Brasil é uma boa oportunidade de negócios para a fabricante de aviões norte-americana.
O Brasil tem debatido a substituição de seus defasados caças de combate há mais de uma década, num processo que passou por três presidentes. Dilma parecia estar próxima de uma decisão mais cedo neste ano, com a Boeing aparecendo como clara favorita depois de a Força Aérea norte-americana comprar 20 aviões de ataque leve da Embraer para uso no Afeganistão.
Dilma adiou uma decisão sobre os caças por conta da desaceleração econômica e da deterioração da situação fiscal do país. O orçamento do Ministério da Defesa foi reduzido em 3,7 bilhões de reais em maio e novamente em 920 milhões de reais no mês passado.
A onda de manifestações que tomou as ruas do país em junho, impulsionadas por uma ampla frustração com a qualidade dos serviços públicos e corrupção, colocou os gastos governamentais sob os holofotes e ajudou a diminuir as chances de uma grande compra, como a de caças de combate.
“Não espero que a presidente decida sobre os contratos dos caças neste ano, e ano que vem é ano de eleição, então isso pode ter que esperar até 2015”, disse uma outra autoridade governamental envolvida na política de defesa.
O Ministério da Defesa, no entanto, ainda espera que Dilma assine o acordo para a compra de novos caças antes do fim deste ano.
A Força Aérea Brasileira pressionou o governo a tomar uma decisão ao anunciar publicamente que os caças atualmente usados pelo país, os Mirage 2000, de fabricação francesa e que defendem Brasília, estarão obsoletos e não poderão mais ser usados depois do último dia deste ano.
O escândalo de monitoramento da Internet, revelado por Snowden, afetou as relações entre EUA e Brasil justamente no momento em que elas caminhavam bem sob o governo Dilma.
Os laços entre os dois países eram complicados durante o mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que aproximou o Brasil de governos de esquerda da América Latina e do Irã.
A visita de Estado de Dilma aos EUA em 23 de outubro é a única do tipo que o presidente norte-americano, Barack Obama, está oferecendo a um líder estrangeiro neste ano, um indicativo da importância que seu governo dá a uma aproximação com o maior país da América Latina.
Autoridades brasileiras afirmam que jamais consideraram cancelar a visita de Dilma e que acreditam que as relações entre os dois países são fortes o bastante para deixar o caso de espionagem para trás.
Mas o governo brasileiro quer uma explicação melhor do que a que obteve até agora sobre o que a NSA queria e qual a amplitude da vigilância norte-americana sobre as comunicações brasileiras, disseram as autoridades.
FONTE: Reuters
Se você fosse um agente do governo dos EUA e tivesse que decidir sobre a venda de equipamentos de alta tecnologia para um governo, constituído de indivíduos com um passado “nada comum”, com “transferência de tecnologia” , sabendo que eles poderiam usar os equipamentos contra o seu governo, você mesmo assim, fecharia o negocio?
Claro que não, o Brasil perdeu a confiança dos EUA, por ter se alinhado com IRA, Venezuela, entre outros e acordos comerciais com Rússia e China.
Além de ser submetido a espionagem no nível governamental, por que o governo esta visivelmente inclinado a um padrão de socialismo.
Vai ficar difícil para o Brasil daqui para a frente, reivindicar qualquer coisa.
O Brasil tem que decidir qual lado ficar , se fica com os EUA ou com os Russos. Agora ficar em cima do muro, não. Vamos de russos, e independente do lado, tem que ficar com olho bem aberto por que espionagem existe e sempre vai existir. Os militares tem que se unir e cobrar melhores condições de trabalho por que o que está em jogo é a vida de uma nação que sempre foi e sempre será cobiçada por outras nações.
James,
Uma única pergunta fica ecoando na minha cabeça desde o início deste processo. O porque da subserviência dos militares com o sucateamento das forças. Isto interessa a quem? Não basta o exemplo dos argentinos?
Cancela tudo e vamos de SU 35…
A Embraer , se quiser pode usar turbinas inglesas Rolls & Royce , aviônicos Israelenses da Elbit , aliás bem melhores que os dos EUA. Quanto aos demais produtos, certamente pode-se optar por produtos Europeus. As opções são várias. Isto sem contar com as opções Russas Chinesas , Coreanas e etc. O Brasil tem meios para viver por si só, se quiser, e tem mais, basta não permitir mais a venda de nióbio para o s EUA. Fazer embargo contra um país do porte do Brasil, é pràticamente inócuo. Mas nada disto irá acontecer, pois como alguém já disse, falta ” vergonha ao povo brasileiro ” , os políticos não são piores, nem melhores que o resto do povo.
Aurélio,
Você acha que em represália americana os ingleses nos vão fornecer turbinas? Que os israelenses aviônicos? Demais produtos da Europa? Fala sério.
Não temos condições nem a curto e a médio prazo de descolar dos americanos. Não fizemos o dever de casa nos anos 80. Veja o que a nossa classe política e sem visão de futuro fez. Este pessoal tem olhos para no máximo quatro anos (período que eles querem sugar o que for possível quando estão no poder).
A única visão de futuro foi implantada em 01 de janeiro de 2003, A República Bolivariana Brasileira. Esta se não ficarmos espertos em 2014 …
Os anti-americanos fiquem espertos. Quem deveria ser uma nação séria é o Brasil. Mais oportunidades que eles nos deram, perdi a conta. Em relação a espionagem quem fica com a janela aberta de roupas intimas somos nós. Eles fazem exatamente o que devem fazer, colher informações (isto não é novo, é só ler a Bíblia – Nm 13), nós é que devíamos guardar e proteger nossas informações e a nação.
Não precisamos de sabotadores americanos. Somos talvez um dos únicos povos que se auto-sabotam (é só lembrar do VLS, falta satélite próprio, cal de pá no programa nuclear, aparelhamento das forças, FX, NENHUMA montadora nacional, etc.).
Outro detalhe importante, vamos brincar de proibir remessa de lucro das empresas americanas por 10 anos. Bacana. Recebemos em troca o impedimento de receber aviônicos, turbinas e outros componentes. resultado: Embraer fechada e falida. Se temos a Embraer porque eles permitem. Simples assim.
Vamos fazer o dever de casa primeiro, ser um país sério, depois quem sabe saímos da condição de serviçais. No mais, neste momento é: sim senhor, não senhor.
Vergonha! Vergonha! Vergonha! E covardia dos nossos governantes em tomar uma decisão! Todos os outros países em nosso entorno estão se modernizando e os outros BRICS só dão notícias de seus sucessos e nós…nada! Sempre é uma crise e outras desculpas que não deixam nada se concretizar! Onde estão nossos governantes! A FAB virou uma força de transporte de luxo! Vergonha! Vergonha! Vergonha! Isso é o que dá deixar essas decisões nas mãos de leigos, de quem não entende nada do assunto e só toma decisões políticas!
Se esta visita realmente se concretizar, será a prova cabal de que este governo além de corrupto, é hipócrita e capacho dos EUA. Quanto a amplitude da espionagem ela foi total, geral e irrestrita, pois os satélites de comunicações usados pelo ” Brasil ” são controlados pelos EUA. Já que o governo federal não têm coragem de fazer uma retaliaçãozinha, do tipo: empresas americanas não poderão fazer remessas de lucro por pelo menos 10 anos. Que ao menos cancele esta visita e a compra dos caças americanos.
Essa visita de Dilma aos EUA representa o quanto o Brasil é um país desmoralizado e a continua humilhação a um pais que nos ver e o é uma república de bananas;muito mas agora,em que a espionagem deitou e rolou e continua rolando e essa presidenta vai lá,receber as falsas de um presidente que não respeita o povo brasileiro.É UMA VERGONHA NACIONAL SEM LIMITES !
Mauricio. Concordo.
Aliás, frotas de Sukhois -35 para a FAB e em Anápolis uma frota de Sukhoi – T50 seriam muito mais vantajosos do que qualquer coisa fabricada no Ocidente. Sem falar em Sukhoi – 34 para a MB.
A maior vantagem seria a Rússia em todos os aspectos que vai desde comerciais até a mísseis anti- aéreos.
Más a lógica será EUA para o programa FX-II.
Até porque o Brasil não tem o “querer” em suas decisões, más sim o “poder”, ou seja, se os EUA deixarem, podemos isso ou aquilo e caso eles não permitam, não podemos absolutamente NADA.
Mais uma desculpa para não acabar com essa novela os franceses e suecos votaram contra o brasil no OMC . Agora os americanos nos espionam a única solução a vista é encerrar essa chatice e comprar caças russos associados a uma grande empreiteira para construir hangares novos para FAB como aconteceu no caso da MB .