A executiva falou sobre os planos da empresa após a definição da concorrência FX-2, da qual participou com sua aeronave F-18 Super Hornet.
Como a Boeing avalia a sua participação na FIDAE o mercado aeroespacial sul-americano e brasileiro?
O propósito de nossa presença aqui na FIDAE é justamente mostrar aqueles produtos com a marca Boeing que as pessoas não associam com nosso nome, tido como sinônimo de avião.
Estamos demonstrando o novo helicóptero AH-6I, uma evolução dos modelos da MD Helicopters (escolhido pela Arábia Saudita e por mais um cliente ainda não revelado), um tipo leve bem armado e equipado com recursos de aviônica sofisticados.Também estamos trazendo a Santiago Sistemas de Gerenciamento de Controle Aéreo, de Logística Aeroportuária, etc.
Quanto a América do Sul, a consideramos um mercado estratégico, tanto que completamos dois anos do escritório permanente no Brasil, viemos para ficar. Na primeira semana de junho vamos inaugurar as instalações do Centro de Pesquisa e Tecnologia da Boeing no Brasil, localizado no Parque Tecnológico de São José dos Campos.
Ali vamos desenvolver algumas importantes linhas de pesquisa, como por exemplo, biocombustíveis, um enorme potencial brasileiro com vantagens competitivas óbvias, considerando que já existe uma cultura instalada para o biodiesel e o etanol (o álcool automotivo). Isso inclui também os biomateriais alternativos.
Também temos pesquisas nas áreas de ciências de voo e muitas outras importantes tecnologias que, por uma série de motivos, ainda não conseguiram sair do campo acadêmico. Com nosso apoio, esperamos trazer essas novas conquistas para a indústria aeroespacial”.
Acompanhamos recentemente os testes embarcados do sistema Boeing/Insitu Scan. O que a senhora pode nos dizer sobre as possibilidades desse sistema VANT na concorrência aberta pela Marinha do Brasil?
Sobre o Scan Eagle, pensamos que a demonstração do sistema em alto mar foi bem sucedida, no entanto, esta é uma concorrência e a Marinha só deverá se pronunciar sobre o vencedor após encerrar os testes de avaliação de todos os modelos.
O que posso dizer é que os militares brasileiros ficaram muito bem impressionados com a tecnologia que usamos e a forma segura como o Scan Eagle retornou ao navio para ser recuperado, e sua capacidade comprovada de obter informação valiosa que pode salvar muitas vidas e ajudar a defender o patrimônio do País.
O que a Boeing pode oferecer aos seus parceiros e quais os resultados mais recentes da empresa no Brasil?
A experiência da Boeing hoje coincide com as aspirações do Brasil em sua busca por competitividade global. Nós somos uma empresa de tecnologia, veja o exemplo do novo 787, introduzimos nele técnicas construtivas e de materiais revolucionárias.
Trabalhamos o conceito Boeing Maritime Surveillance Aircraft (MSA), que oferece capacidades de patrulha marítima, guerra antissubmarina e anti-superfície dimensionada para emprego tanto em aeronaves de maior porte como um P-8 Poseidon, como por um jato executivo de menor tamanho e alcance. As possibilidades de trabalho conjunto são inúmeras.
Na aviação comercial brasileira, temos tido muito sucesso com a Gol Linhas Aéreas, 5ª maior operadora de Boeing 737 no mundo. A empresa colocou um pedido firme para 60 aeronaves 737-Max, e a TAM, é sempre bom lembrar, utiliza os Boeing 777 nos seus voos internacionais.
Com a anunciada decisão da Azul Linhas Aéreas de oferecer voos internacionais, abre-se a possibilidade de, futuramente, atendermos a mais um cliente brasileiro.
FONTE : infodefensa.com
NOTA do EDITOR : Entrevista feita pelo Jornalista Roberto Caiafa