A enorme explosão no porto de Beirute neste mês matou e feriu muitos. Também mergulhou o Líbano em uma crise política ainda mais profunda. O Hezbollah, enquanto isso, continua a exercer amplo poder, alcançando quase todas as áreas da vida no Líbano. O governo libanês está se mostrando incapaz de lidar com o desastre. O país tem um sistema de compartilhamento de poder político religioso que permitiu que as redes sectárias prosperassem.
A organização xiita Hezbollah, financiada pelo Irã, em particular, tem o Líbano sob controle. Os líderes do Hezbollah são conhecidos por exercer pelo menos um certo grau de controle sobre o porto, apesar das alegações em contrário. É aqui que explodiram cerca de 2.750 toneladas de nitrato de amônio.
No Dia de Al-Quds – a última sexta-feira do Ramadã – o Hezbollah mostra seu poderio militar com um enorme desfile anual. Milhares de apoiadores se reúnem para o comício seguinte em um subúrbio de Beirute. O Dia de Al-Quds foi iniciado pelo ex-aiatolá Khomeini do Irã em 1979 como um dia para todos os muçulmanos se posicionarem contra Israel. É concebido como um dia de raiva e vingança. O líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, geralmente se dirige às multidões por meio de mensagem de vídeo, ele não pode comparecer pessoalmente por medo de ser atacado por Israel. Então, ele alcança seus apoiadores de uma enorme tela de vídeo, emitindo denúncias ferozes contra Israel.
Nasrallah e sua poderosa milícia armada pelo Irã ameaçam não apenas Israel, mas também os Estados Unidos. Desde que a guerra na Síria foi decidida, com militantes do Hezbollah ajudando a manter o regime do presidente Bashar al-Assad no poder, a influência do grupo na região cresceu. O Hezbollah aumentou habilmente seu poder político e militar nos últimos anos, tornando-se um estado dentro do estado. Mas existe uma resistência crescente. As forças da sociedade civil estão tentando superar os antigos conflitos religiosos e usar meios democráticos para encontrar um novo rumo.
TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO: DAN
FONTE: DW