Por Sergio Vieira e Sylvio Guedes
Em debate realizado pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança (Abimde), Sami Hassuani, admitiu que o setor passa por um momento de “grandes incertezas”, devido ao contingenciamento feito pelo governo em todos os programas do setor.
Como ressaltou o senador Ricardo Ferraço, que sugeriu o debate, a área foi bastante incentivada pelo governo a partir da gestão do ex-ministro Nelson Jobim (2005-2011), mas agora sofre as fortes conseqüências da “irresponsabilidade fiscal em todas as áreas”.
— São centenas, milhares de empresas que acreditaram nesses projetos, e agora estão na mão. Esse é um setor, com a exceção dos grandes exportadores, que depende essencialmente de um cliente único: o governo — ressaltou o senador.
Cadeia produtiva
Hassuani confirmou que a cadeia produtiva ficou bem mais dinâmica a partir da prioridade dada pelo governo desde 2003. O setor caminhou “muito bem” até meados de 2013, mas as restrições fiscais criadas ameaçam o “muito do que foi desenvolvido nestes últimos anos”.
— A gestão do conhecimento não é como a área mineral ou petrolífera. Se há descontinuidade, impera a obsolescência tecnológica e a perda de mercado e de recursos humanos — alertou Hassuani, lembrando que “o conhecimento não volta e muitas empresas podem falir”.
Ele disse que as únicas companhias que não estão em crise são as grandes exportadoras, como a Embraer e a Avibras. Por isso, pediu ao Congresso Nacional que priorize a área na votação do Orçamento para o ano que vem.
“Livro Branco”
Ferraço afirmou que prepara, juntamente com a relatoria da política pública da Defesa para este ano, uma nova versão do “Livro Branco” desta área, a ser apresentado pelo Senado.
O senador se disse “assustado” com o fato do atraso em programas como o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron) e o Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub) não provocar indignação. Ele destacou também o papel de investimentos nessa área para a geração de empregos e renda, além do ganho em segurança pública.
— Se priorizarmos mais o combate ao tráfico e outros crimes já nas fronteiras, isso aliviará a carga nas grandes cidades — explicou Ferraço, lembrando que grande parte da droga vendida no Brasil é produzida fora.
Impacto no PIB
Ele defendeu um maior investimento do Brasil em defesa, comparando os gastos nacionais no setor (3,7% do produto interno bruto) com os da França (15% do PIB). Esse aumento traria bom retorno econômico, completou Said Hassuani, que mostrou aos senadores estudo da Fundação Instituto de Pesquisa Econômica (Fipe), ligada à Universidade de São Paulo, demonstrando o “impacto positivo” da cadeia produtiva do setor.
O estudo demonstra que a cada R$ 10 milhões investidos em alta tecnologia na área, há um impacto da ordem de R$ 18,6 milhões, com 175 empregos diretos. Em relação aos efeitos indiretos, haveria ganhos de R$ 33,4 milhões, com 352 novos postos de trabalho e um grande impacto no PIB.
— Cada real investido na Defesa gera R$ 10 em exportações. Isso é verificável — disse.
Ele ressaltou que o que mais “assustou” o ex-ministro da Fazenda Delfim Netto e os demais economistas que avalizaram o estudo foi o fato de se estar gastando bem mais no país em segurança privada do que na Defesa do país.
— Uma quantidade enorme de jovens fazendo a segurança de empresas, empresários e políticos, em vez de estarem alocados para o setor produtivo da economia — ressaltou, admitindo que tal só se dá devido à falência da segurança pública.
Legislação
Já o economista Renato Galvão, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), manifestou preocupação com o estado atual da Defesa, em especial com a estagnação nos programas Sisfron e Prosub.
Galvão sugeriu que o Congresso Nacional flexibilize algumas exigências que as empresas estatais precisam cumprir, que acabam por dificultar o dinamismo de sua atuação e a inserção nos mercados.
O economista considera “inevitável” que o setor também sofra com a crise, pois a Defesa “não pode e não deve” ser vista como algo descolado do restante do país. Lembrou que alguns dos grandes exemplos de sucesso da indústria bélica, como os tanques Urutu e Cascavel, nasceram de projetos simples porém muito bem concebidos e executados.
Ele não vê como certa a suposição de que a retomada dos investimentos gerará grandes ganhos em exportação, mas observou que o país exporta menos do que pode, por isso, e deveria olhar com “maior carinho” os mercados sul-americano e africano.
Segundo o Ministério da Defesa, o Brasil já ocupou o oitavo lugar no mercado mundial de produtos de defesa, que movimenta, por ano, cerca de US$ 1,5 trilhão.
— Esse é um mercado muito competitivo, e alguns grandes países têm diminuído seus orçamentos.
Galvão defendeu ainda o estabelecimento de parcerias inteligentes com outras nações, e que hoje sai bem mais barato importar diversos insumos do que produzi-los aqui.
— Quem alimenta a Defesa hoje é a indústria civil — afirmou.
FONTE: Senado Federal
Acelerações e desacelerações são partes do processo de desenvolvimento da indústria militar em todo lugar até nos EUA, O que falta ao Brasil é dar a área de Defesa um instrumento IMUNE as tesouras do Planejamento e Fazenda para permitir MANTER encomendas e processos tecnológicos militares INDEPENDENTEMENTE da situação do país.
Tem de ser uma fonte sólida e não muito grande que permita manter os projetos e compras prioritárias mas não deixe o governo tentado a não mais investir nos projetos das FFAA ou numa crise aguda ser tentado a sequestrar o dinheiro à bem das dificuldades da nação.
Como as FFAA do Chile tem os recursos da exploração do cobre, as FFAAs deveriam ter instrumento similar, Constituir fundo para épocas como a de hoje e evitar rupturas de desenvolvimento tecnológico.
O problema é que quer se criar uma indústria nacional de defesa voltada a atender o mercado nacional, e não o mercado regional e mundial… E uma empresa depender somente de compras e boa vontade do governo é um tanto quanto alto-destrutivo, haja visto o momento atual… Basta ver o momento atual e a história de empresas que seguiram esta linha…
A Embraer é um exemplo de empresa que percebeu isso a tempo e partiu para um mercado onde não ficaria dependente das compras do governo. Talvez por que fora privatizada e os então novos donos resolveram fazer algo que desse dinheiro e agregasse desenvolvimento e crescimento a empresa com “menos” dinheiro governamental…
Acelerações e desacelerações são partes do processo de desenvolvimento da indústria militar em todo lugar até nos EUA, O que falta ao Brasil é dar a área de Defesa um instrumento IMUNE as tesouras do Planejamento e Fazenda para permitir MANTER encomendas e processos tecnológicos militares INDEPENDENTEMENTE da situação do país.
Tem de ser uma fonte sólida e não muito grande que permita manter os projetos e compras prioritárias mas não deixe o governo tentado a não mais investir nos projetos das FFAA ou numa crise aguda ser tentado a sequestrar o dinheiro à bem das dificuldades da nação.
Como as FFAA do Chile tem os recursos da exploração do cobre, as FFAAs deveriam ter instrumento similar, Constituir fundo para épocas como a de hoje e evitar rupturas de desenvolvimento tecnológico.
O problema é que quer se criar uma indústria nacional de defesa voltada a atender o mercado nacional, e não o mercado regional e mundial… E uma empresa depender somente de compras e boa vontade do governo é um tanto quanto alto-destrutivo, haja visto o momento atual… Basta ver o momento atual e a história de empresas que seguiram esta linha…
A Embraer é um exemplo de empresa que percebeu isso a tempo e partiu para um mercado onde não ficaria dependente das compras do governo. Talvez por que fora privatizada e os então novos donos resolveram fazer algo que desse dinheiro e agregasse desenvolvimento e crescimento a empresa com “menos” dinheiro governamental…
O mais afetado no fim das contas é o EB…
Vai ter de esperar por um maior número de Guaranis, vai atrasar as próximas versões, incluindo a de reconhecimento, vai emperrar a compra de helicópteros de transporte e ataque, vão comprar poucos IA2 , vão ser afetados indiretamente pelo atraso do KC-390, o 4×4 novo também entra na conta, sabe-se lá quando vão comprar mais lotes de RBS 70 e Igla, ou o ASTROS 2020, as peças de artilharia são do tempo em que nem existia o guaraná pra se ter rolha e o SISFRON é capaz de virar lenda… É o rumo que pegamos com o corte de gastos…
se for feito nada corremos o risco de pedem tudo como foi no passado lá no início dos anos 90 tínhamos uma indústria de defesa de ponte razoável tínhamos alguns crientes e tudo foi praticamente pedido perdemos indústria mão de obras qualificadas e agora temos que corre atrás com políticas corretas poderíamos ter uma indústria próxima da coreana ou espanhola
O mais afetado no fim das contas é o EB…
Vai ter de esperar por um maior número de Guaranis, vai atrasar as próximas versões, incluindo a de reconhecimento, vai emperrar a compra de helicópteros de transporte e ataque, vão comprar poucos IA2 , vão ser afetados indiretamente pelo atraso do KC-390, o 4×4 novo também entra na conta, sabe-se lá quando vão comprar mais lotes de RBS 70 e Igla, ou o ASTROS 2020, as peças de artilharia são do tempo em que nem existia o guaraná pra se ter rolha e o SISFRON é capaz de virar lenda… É o rumo que pegamos com o corte de gastos…
……muitos.políticos (de qualquer linha ideológica) não tem a mínima idéia do que seja Defesa … ..conta-se nos dedos os que se empenham em prol das FFAAs….fica difícil lidar com esse tipo de gente…..mas faço fé que,apesar desse quadro, as coisas mudem pra melhor…………….
se for feito nada corremos o risco de pedem tudo como foi no passado lá no início dos anos 90 tínhamos uma indústria de defesa de ponte razoável tínhamos alguns crientes e tudo foi praticamente pedido perdemos indústria mão de obras qualificadas e agora temos que corre atrás com políticas corretas poderíamos ter uma indústria próxima da coreana ou espanhola
Desculpe pelos erros do comentário anterior,correção abaixo
Realmente triste…nem quis clicar na notícia, Wiltgrn,quais podem ser nossos maiores prejuízos na área da defesa?
Realmente triste,nem quis clicar na notícia…Wiltgen, quais podem ser nossos maiores prejuizos ma area da defes
Em tempos de crise é normal reduzir as encomendas, o que não pode é cessar… por exemplo a Helibrás em que o Brasil concordou em pagar uma bolada a mais para ter transferencia de tecnologia e fabricação nacional, conseguiu e o acordo estava sendo cumprido, de repente cessam as encomendas e a empresa se vê obrigada a dispensar pessoal altamente especializado que custaram caro para formar, logo após uns dois anos de jejum o governo retorna as encomendas e aí a empresa não tem gente apta para fornecer o equipamento… isso gera uma série de prejuízos, inconvenientes, incômodos, moléstias, etc… que tem que ser evitados mantendo uma encomenda mínima dos bens já contratados para que a empresa possa manter o seu pessoal.
O mesmo se dá com o Guarani, com o Astros 2020, com o KC-390, etc… Contrato feito tem que ser mantido, não pode haver essa de suspender os pedidos, no máximo aceitável é uma redução, caso contrário não compensa esses contratos com TOT, compensa muito mais comprar de prateleira mesmo pagando bem mais barato.
Vergonha deser brasileiro o dureza so vergonha
como disse um certo presidente frances., O BRASIL NAO E UM PAIS SERIO.
……muitos.políticos (de qualquer linha ideológica) não tem a mínima idéia do que seja Defesa … ..conta-se nos dedos os que se empenham em prol das FFAAs….fica difícil lidar com esse tipo de gente…..mas faço fé que,apesar desse quadro, as coisas mudem pra melhor…………….
Desculpe pelos erros do comentário anterior,correção abaixo
Realmente triste…nem quis clicar na notícia, Wiltgrn,quais podem ser nossos maiores prejuízos na área da defesa?
Realmente triste,nem quis clicar na notícia…Wiltgen, quais podem ser nossos maiores prejuizos ma area da defes
Em tempos de crise é normal reduzir as encomendas, o que não pode é cessar… por exemplo a Helibrás em que o Brasil concordou em pagar uma bolada a mais para ter transferencia de tecnologia e fabricação nacional, conseguiu e o acordo estava sendo cumprido, de repente cessam as encomendas e a empresa se vê obrigada a dispensar pessoal altamente especializado que custaram caro para formar, logo após uns dois anos de jejum o governo retorna as encomendas e aí a empresa não tem gente apta para fornecer o equipamento… isso gera uma série de prejuízos, inconvenientes, incômodos, moléstias, etc… que tem que ser evitados mantendo uma encomenda mínima dos bens já contratados para que a empresa possa manter o seu pessoal.
O mesmo se dá com o Guarani, com o Astros 2020, com o KC-390, etc… Contrato feito tem que ser mantido, não pode haver essa de suspender os pedidos, no máximo aceitável é uma redução, caso contrário não compensa esses contratos com TOT, compensa muito mais comprar de prateleira mesmo pagando bem mais barato.
A defesa no BRASIL tem que ser melhor tratada, a começar pela parte política,quem inviabiliza esse setor e o país como um todo são os políticos,sem investimento em educação,e com uma pesada carga tributária que não retorna em benefício do país fica tudo oneroso !
Outra coisa que me chamou a atenção foi o Sr. Said Hassuiani que foi ou é presidente da Avibras dizer que a mesma (Avibras) não esta em crise, se não esta saiu recentemente pois a meses atras estava cortando pessoal,por causa da crise da empresa !
Vergonha deser brasileiro o dureza so vergonha
como disse um certo presidente frances., O BRASIL NAO E UM PAIS SERIO.
A defesa no BRASIL tem que ser melhor tratada, a começar pela parte política,quem inviabiliza esse setor e o país como um todo são os políticos,sem investimento em educação,e com uma pesada carga tributária que não retorna em benefício do país fica tudo oneroso !
Outra coisa que me chamou a atenção foi o Sr. Said Hassuiani que foi ou é presidente da Avibras dizer que a mesma (Avibras) não esta em crise, se não esta saiu recentemente pois a meses atras estava cortando pessoal,por causa da crise da empresa !