Por Victor Barreira
A empresa estatal ucraniana Ukrinmash, parte do conglomerado Ukroboronprom, está propondo uma versão do seu projeto 58250 corvette para o programa de aquisição de corvetas da classe Tamandaré da Marinha do Brasil.
A proposta da empresa conhecida como corveta projeto 58300 ‘Amazonas’, é uma versão do Projeto Ucraniano de linha de base 58280 do Centro de Construção Naval do Estado de Pesquisa baseado em Nikolayev (Mykolaiv), adaptado para atender às exigências brasileiras.
A Ukrinmash se uniu ao estaleiro estatal brasileiro Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro (AMRJ) em sua tentativa de ganhar o projeto de quatro navios da classe Tamandaré, que tem um orçamento atual de 2 bilhões de reais (USD 518,5 milhões).
Ukrinmash disse a Jane que, se selecionado, está pronto para entregar o navio como propriedade intelectual à Marinha do Brasil.
Outras empresas participantes da proposta ucraniana incluem a Atlas Elektronik, a Rohde & Schwarz, a Thales, a Leonardo, a Zeppelin, a Caterpillar, a Chernomorsky Shipbuilding Yard, a Transas, a State Research & Design Shipbuilding Center, a China Precision Machinery Import and Export Corporation, a Mykolayiv Shipyard, Zorya-Mashproekt, Complexo de Pesquisa e Desenvolvimento de Turbinas a Gás e Escritório de Design do Estado de Yuzhnoye.
A Ukrinmash está propondo o sistema de gerenciamento de combate da série Thales Nederland TACTICOS (CMS) para a corveta.
As principais características do projeto incluem um deslocamento total de 2.650 toneladas, um comprimento de 112 m, boca de 13,5 m, um alcance de até 4.000 milhas náuticas a 14 nós, uma velocidade máxima de 30 nós, bem como um hangar e um convoo para apoiar as operações de um helicóptero de tamanho médio até 11 toneladas, com uma tripulação de 110 militares e permanência no mar de até 30 dias.
A oferta de armamentos e sesores inclui dois lançadores de mísseis quadrúplos superfície-superfície, um lançador vertical para mísseis anti-aéreos, um canhão de 76 mm, dois canhões de 35 mm, dois lançadores de torpedos triplos de 324 mm, duas estações com metralhadoras de 12,7 mm, lançadores de decoys, radares de vigilância 3D de médio alcance e longo alcance, sonares montados no casco e rebocados, um sistema de passadiço integrado, um radar diretor de tiro, equipamentos de comunicação, navegação e guerra eletrônica, um radar identificador de alvos de longo alcance e câmeras de vigilância eletro-ópticas.
TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO: DAN
FONTE: Jane’s 360
Não escolheria o Ukrânia nessa parceria, se no momento do programa espacial, onde as circuntancias eram um pouco mais estaveis pra eles, faliram com acordo.
Agora do jeito que eles estão jamais, é só pra levar calote de novo.
Eu prefiro navios maiores e com maior deslocamento.
Mas não podemos esquecer que os sensores e armamentos PESAM muito na escolha.
Algumas empresas podem oferecer um navio um pouco maior, porém menos armado.
Pelo que foi divulgado eu acredito que nem todos estão oferecendo Sonares Rebocados. Isso é um diferencial importante.
Também o número de mísseis anti-navio pode ser 4 ou 8. O número de mísseis antiaéreos também pode ser maior ou menor dependendo da proposta.
O radar oferecido pode ter capacidade maior ou menor.
Enfim, não é somente o porte do navio que conta.
Além, claro, dos custos, tots, garantias de manutenção por mais ou menos anos, etc.
Desde o. Começo torço pelas Saab/ Damen, entretanto como já falei temos vários fatores que nos não podemos avaliar por não termos as propostas a mão, porém, os Ucranianos tem um fator muito favorável, os navios serão construídos no Arsenal, eles ( os comandantes poderão ficar olhando a evolução da construção) sem precisarem se deslocar do Distrito Naval.
Parece que a MB deve começar a reconsiderar as propostas da Turquia/Ucrânia e Índia pois as opções tradicionais tendem a ficar muito caras, fora do orçamento da MB. O que vai mandar é mais uma vez o custo das propostas.
Luiz Padilha, parabéns pela matéria. Você poderia montar um comparativo entre as propostas ofertadas por cada empresa acima referida para a futura corveta classe Tamandaré? Se muito trabalhoso, que seja um comparativo das principais características! Abs!
Diego, entenda que não temos acesso às propostas REAIS, salvo alguns inputs que as empresas deram. Tem muito mais coisas envolvidas. Vamos aguardar dia 27 de agosto e aí então poderemos fazer algo mais crível do que especular com concorrentes que nem serão relacionados na short-list. Com 3 selecionados podemos fazer um comparativo com as empresas que terão chances.
Gostei muito da proposta ucraniana.
Minha favorita é a proposta da Bae com a Type 31.
Mas se o fator Preço for um complicador para a MB, a proposta ucraniana tem uma boa chance de estar na ShortList.
Eles devem ter um ótimo equilíbrio entre capacidades e CUSTOS.
DOIS 35 mm Millenium CIWS é muito top. Muito melhor que somente 1 canhão de 40 mm.
8 mísseis anti-navio é o mínimo que um navio de guerra deveria possuir em minha opinião.
Odeio o detalhamento da MB para somente 4 mísseis anti-navio e acredito que algumas propostas se limitarão em 4, portanto enxergo esses 8 mísseis como mais um diferencial.
E o fato de possuir sonar de casco e sonar rebocado, também é outro diferencial.
O offset do Cruzador Slava é muito criticado, mas temos que saber em quais condições o navio viria.
Se for totalmente acabado e funcionando é um navio com altíssimo poder de fogo que somente EUA, Rússia e China possuem equivalentes.
E se o navio for terminado com Sensores e Armamentos europeus (Thales, etc.)?
Impressionante a Gama de sensores. Seria um navio e tanto, fosse este o escolhido… Mas penso que a MB será mais conservadora, e tenderá para um sistema ocidental.
Pra mim, observando tudo o que já foi divulgado, entram fortes na concorrência italianos e suecos/holandeses, sendo que estes últimos aparentemente trazem a proposta mais consistente.
Eles querem também nos oferece o cruzador inacabado Ukrayina.
Eduardo Ramos,
Os problemas de oferecerem um vaso como esse, começam no fato de que ele não se enquadra em qualquer necessidade de momento da MB. A seguir, há o custo para termina-lo, o que implica em tempo e dinheiro; duas coisas que o País não tem…
Enfim, entendo que esse cruzador seria um desperdício de recursos, considerando o momento que a MB vive. Precisamos, isso sim, é recompor as unidades de superfície ao mesmo tempo em que se constitui um meio de renovação tecnológica da MB; o que é coisa para vasos novos…
Não há como afirmar nada sobre o cruzador, tanto pode ser um erro colossal, como pode ser um passo espetacular, tudo dependerá das condições: 1) o navio tem condições de navegar? 2) virá o navio e seu projeto? Se as respostas forem sim, tem uma terceira pergunta: 3) pelo estado do navio, existe a possibilidade de “ocidentalizá-lo” ou teremos que bater na porta da Rússia?
Claro que só quem poderia responder esses questionamentos seria uma comissão da MB que avaliaria a belonave; uma coisa eu sei, se for bem conduzido, a vinda desse cruzador poderá dar um salto em conhecimento para nossa indústria naval militar, muita engenharia reversa, iria alçar não só a MB como a industria num patamar que nunca tivemos.
Frederico,
Eis o que já se sabe sobre esse navio:
– é antigo
– está incompleto
Só isso já determina um custo astronômico para torna-lo utilizável. E sabe-se lá em que condições navegará…
Concordo com você em parte, é antigo e está incompleto. Quanto ao custo, não há como afirmar isso, tudo irá depender. Por exemplo, do casco, se está íntegro ( acredito que sim, pois nunca “empurrou”água salgada); os sistemas poderão ser modernizados ou não; podemos tirar os sistemas russos ou podemos colocar sistemas ocidentais. Enfim, tais afirmações são prematuras. Outra questão, como os ucranianos querem se livrar desse cruzador, nada impede que seja oferecido um valor muito baixo pelo navio e seu projeto, um milhão de dólares por exemplo, para eles será lucro, não a serventia nenhuma para eles aquele navio, tudo é questão de oportunidade, por isso acho leviano qualquer afirmação.
Vamos supor uma hipótese; diante da proposta ucraniana, a MB resolve enviar uma comissão para inspecionar o navio, essa comissão entende ser possível revitalizar o cruzador (as respostas foram positivas), se informa o almirantado. Com a resposta da comissão, a MB oferece um milhão no navio e seu projeto, os ucranianos, por óbvio, irão aceitar, para se livrarem do navio. A partir daí se cria um orçamento preliminar, algo em torno de 250 milhões para deixá-lo novo (e ele é de fato “0 km”), para gastos em três a quatro anos. Pergunto, qual a possibilidade de aquisição de um cruzador por 251 milhões, possibilidade zero; além disso, há a questão do ganho tecnológico na construção de navios militares de alta tonelagem, capacidade que nossa industria não tem, isso com muita engenharia reversa.
Logo, afirmar que é uma péssima aquisição, no meu entender, acho leviano, como disse no início, tudo dependerá de como será conduzido.
Cordial abraço.
Quando a MB e a DEFESA viveram um momento bom ? Nunca , no Brasil com Desenvolvimento ou sem , com crescimento ou Recessão , as Castas Corporativistas sempre viveram em um Mar de Rosas , somente o brasileiro comum ainda não se deu conta disto , bastará um pequeno crescimento e nossas Castas avançarão nas Riquezas Geradas , mas é só ler os comentários aqui , onde todos se preocupam com os Gastos Necessários , mas aos Gastos e Dinheiro jogado Fora e Subtraído por nossas Castas lideradas pelo Judiciário e somente muito de longe seguido pelos Políticos e Militares também , não devemos esquecer disto, não há preocupação , até porque não sabem ou não querem fazer o diagnóstico certo !
Bem isso, ao que parece Italianos e Britânicos ofereceram navios mais capazes, até acima do que a MB pediu, mas com um preço maior do que a MB pode pagar, creio que a Saab/Damen foi mais esperta, percebeu que o fator preço ia fazer a diferença e apresentou uma proposta mais conservadora e que o bolso da MB com muito esforço pode pagar