O HOT BLADE (HB) é um Exercício Multinacional de Helicópteros, pertencente ao programa de treinamento de helicópteros (HTP – Helicopter Training Programme) da Agência Europeia de Defesa, que tem como finalidade permitir que as tripulações de helicópteros da Europa possam executar missões em um ambiente operacional quente, a grande altitude e empoeirado, simulando o desafio e as condições dinâmicas que as forças participantes poderão encontrar em um atual teatro de operações.
Devido às boas condições atmosféricas e geográficas que Portugal apresenta, este foi escolhido pela Agência Europeia de Defesa para receber este ano o HB, sendo a Força Aérea Portuguesa a responsável pelo planejamento e condução deste exercício.
O HB12 está acontecendo no Aeródromo de Manobra Nº1 em Maceda – Ovar, de 04 a 18 julho, e conta com a participação das Forças Armadas de Portugal, Áustria, Bélgica, Finlândia, Alemanha e Holanda. A Suécia e o Reino Unido participarão como observadores.
Missão
Apesar deste exercício estar centrado na realização de missões aéreas, em ambientes desafiantes, também foi desenvolvido para implementar a interoperabilidade entre as várias forças, estando programadas várias missões que visam alcançar este objetivo.
Durante o HB12 serão executadas as seguintes missões, que serão realizadas no norte e no interior de portugal:
- Assalto aéreo;
- Operações especiais;
- Transporte de carga aérea;
- Apoio aéreo Aproximado (em ambiente urbano e em situações de emergência);
- Proteção a veículos de ajuda humanitária;
- Operações de reconhecimento e segurança;
- Busca e salvamento em zonas de conflito;
- Resgate de altas individualidades;
- Extração de elementos militares e não militares;
- Evacuações médicas.
Cenário das operações
De acordo com a situação internacional, o cenário incorpora a tipologia dos atuais conflitos, onde o poder nacional, sistemas, ideologias, recursos, território e autonomia estão presentes. Este cenário de crise envolve três países fictícios, Landuka, Maracate e Kopami, caracterizados por terem ambientes permissivo, semi-permissivo e não permissivo, respetivamente. O cenário é caracterizado por gestão de crises, num contexto de imposição da paz.
Para a definição deste cenário, foi criado um território onde existe uma crise regional grave – a Península Idasse. Esta península está localizada na parte sul da Europa Ocidental, na Península Ibérica. Atualmente, está dividida em 3 países: República de Landuka, República de Maracate e República Popular de Kopami.
Com o fim da Segunda Guerra Mundial, esta península constituiu-se como a Iberia Socialista Unida (ISU). Esta união política marxista-leninista foi membro do Pacto de Varsóvia, de 1958 até ao início dos anos 70. Em novembro de 1972, após uma série de enormes manifestações no Porto e em Beja, e de uma grande pressão política do ocidente, a ISU foi dividida nestes três países. Landuka e Maracate adotaram um modelo social e político de inspiração ocidental, expressando a intenção de aderir à OTAN e à UE, enquanto Kopami manteve o modelo político socialista.
Para além desta divisão política, Idasse é também caracterizada por apresentar uma forte divisão étnica. A península está dividida em 4 grupos étnicos: Landukas, Maracates, Kopamis e Klorids. A distribuição geográfica étnica é, de um modo geral, coincidente com as fronteiras dos novos países. No entanto, algumas etnias ocupam territórios de outros países.
Assim, estes condicionamentos demográficos, determinam a existência de 2 áreas chaves:
- A região de Klorid, partilhada por Kopami e Maracate;
- A região de Aqua, também dividida por estes países, mas com uma composição étnica desequilibrada, com 20% de Kopamis e 80% de Maracates.
Devido ao aumento dos ataques do KLA, , na Região de Aqua, nos primeiros meses de 2012 e ao agravamento da situação humanitária na área, o CSNU solicitou ao Comitê Militar da UE (CMEU) para enviar uma “Task Force” para Maracate (Região de Aqua). Em abril de 2012, os militares da UE (EMUE) destacaram um “Battlegroup” para estabelecer uma cabeça de ponte na Região de Aqua (no território de Maracate), com a missão de assegurar as condições mínimas para a entrada de uma força europeia de maior envergadura.
Em junho de 2012, após a retirada do “Battlegroup”, uma Força Conjunta da UE foi destacada para a Região de Aqua – a Força da União Europeia da Região de Aqua (EUFOR Região de Aqua). Desde então, as principais áreas de preocupação são Sta. Margarida, Lamego e Guarda, onde se tem verificado, nos últimos meses, atividade do KLA.
Consequentemente, o CJTF enviou forças terrestres para Maracate, bem próximo das áreas críticas de Aqua. Adicionalmente, a UE enviou Forças do Componente Aéreo e Forças Terrestres de reserva para Landuka.
O Quartel-General da EUARFOR é em Lisboa (Landuka), nas instalações de Landuka. De acordo com a Resolução do Conselho de Segurança, as missões são:
- A manutenção das condições de segurança na Região de Aqua (Maracate) das atividades das Nações Unidas (campos de refugiados e outras atividades humanitárias);
- A vigilância e repressão da atividade dos grupos armados ilegais na Região de Aqua (Maracate);
- A vigilância e dissuasão de uma potencial violação territorial de Maracate (Região de Aqua) pelas forças militares de Kopami.
FONTE e FOTOS: Força Aérea Portuguesa (FAP)