São Paulo, 23 de março de 2021 – A Arábia Saudita fez nova proposta aos rebeldes houthis para encerrar o conflito armado que se estende desde 2015 no Iêmen. A oferta do chanceler Faisal bin Farhan é direcionada a todas as frentes de conflito no país vizinho e inclui a sugestão de supervisão política da ONU no processo. O confronto foi iniciado em 2015, durante a administração do democrata Barack Obama, que apoiou a ação do tradicional aliado no Oriente Médio contra os rebeldes. Porém, o posicionamento mudou com a chegada do também democrata Joe Biden à Casa Branca. Antony Blinken, Secretário de Estado dos Estados Unidos, tem demonstrado apoio ao fim do conflito desde o início do mandato de Biden.
A Arábia Saudita tenta negociar há meses uma pausa no conflito com o Iêmen, sem sucesso. “A proposta é mais uma de várias nos últimos meses. Ela veio precedida de uma intensificação dos bombardeios aéreos por parte da Arábia Saudita. É possível que seja resultado da pressão do governo Biden, que não apoia essa guerra. Há dúvidas se o cessar-fogo irá surtir efeito nessa nova tentativa”, afirma Gunther Rudzit, professor de Relações Internacionais da ESPM SP.
Para Gunther, os governos americano e saudita buscam sair do atoleiro do Iêmen para se concentrar em questões consideradas mais estratégicas com Síria, Iraque e Israel. “O foco dos dois governos deve se concentrar em pressionar o governo Al-Assad a negociar com os poucos grupos opositores que ainda restam na Síria, e em tentar eliminar de vez os alguns grupos do Estado Islâmico que ainda resistem na fronteira entre Síria e Iraque. Para os Estados Unidos, outra pauta importante é aumentar o número de países com relações diplomáticas normalizadas com Israel”, afirma. “Porém, os sauditas ainda não deverão dar esse passo almejado pelos americanos.”
O Iêmen está localizado em região estratégica e de tensão geopolítica, ao lado do estreito de Bab al-Mandab, que separa a África da Península Arábica e liga o Mar Vermelho ao Golfo de Aden. Do outro lado do estreito, a China instalou em 2017 sua primeira base militar no exterior, no Djibouti, que já contava com a única base permanente dos Estados Unidos no continente africano. Além de Estados Unidos e China, França, Espanha e Alemanha também têm presença militar no Djibouti.
FONTE: NOVA PR
Depois de seis anos de Guerra (e desde novembro de 2017 contra um bloqueio total do país imposto pela Arábia Saudita) a luta entre o governo do Iêmen apoiado pela Arábia Saudita os “rebeldes” Houthis xiitas apoiados pelo Irã, estes controlam boa parte do país (Oeste e Norte) inclusive a capital e o aeroporto de Sanaã.
O governo sunita refugiou-se a Arábia Saudita e a capital oficial foi deslocada para o sul na cidade de Aden.
A proposta da Arábia Saudita (depois de um mês de bombardeio contínuo sobre o Iêmen) é que os Rebeldes devolvam o aeroporto e “abram negociações políticas com o governo” sob a “supervisão” da ONU (leia-se USA e Arábia Saudita)…
ONU que sempre ignorou passivamente a tragédia do Iêmen suprimida em sua ação pela participação da Arábia Saudita e o apoio ativo dos EUA.
Resposta dos Houthis através do seu porta-voz , Mohamed Abdelsalam…
Não obrigado, esta “proposta” é a mesma que é feita a mais de um ano pelos Sauditas…
E a resposta é a mesma…Não…
Os Houthis estão envolvidos (e muito perto) de conquistar Marib uma cidade estratégica e ultima cidade controlada pelo governo no norte do país…
Os insurgentes Houthis não tem neste momento nenhum interesse em dar trégua e muito menos de abrir mão do já conquistado Aeroporto de Sanaã…
A tragédia Iemenita continua… Sem prazo para acabar…
Na verdade uma guerra de procuração entre o Irã e a Arábia Saudita com representantes locais (Houthis xiitas e o governo deposto sunita de Al-Hadi) e um conflito que começou ainda no governo de Barack Obama, atravessou todo o governo Trump e volta para o colo do governo de Joe Biden…