China irá posicionar seu novo porta-aviões destinado a defender submarinos nucleares no mar do Sul da China.
“A informação do South China Morning sobre o lugar de posicionamento do novo porta-aviões chinês Shandong no mar do Sul da China pode ser classificada como esperada, porque o estacionamento deste navio numa das bases do mar do Sul da China, perto da base de submarinos nucleares chineses na ilha de Hainan, corresponde plenamente ao propósito de tais navios”, comunicou à Sputnik China o analista militar Vasily Kashin.
Segundo ele, o Shandong pode ser visto como uma modernização do projeto soviético 1143.5, representado agora pelo porta-aviões Admiral Kuznetsov ou pelo Varyag, que foi finalizado na China segundo o projeto 001, que previa sua modernização.
“Uma particularidade importante do projeto 1143.5 é que, ao contrário dos porta-aviões ocidentais, ele não se destinava a projeção de força em áreas afastadas do oceano mundial”, acrescentou Kashin.
Segundo comunicou o analista, o Kuznetsov e navios semelhantes deviam se tornar um elemento importante do sistema de segurança de submarinos nucleares em execução de missões de patrulhamento militar.
O porta-aviões soviético tinha objetivos específicos, por isso a composição do grupo de aviação embarcada foi também limitada. O navio foi também equipado com armamento de alta potência e com sistemas da defesa, mas as condições de instalação do equipamento militar e da guarnição não eram perfeitas, indica o analista.
“Os chineses descartaram a instalação de armamento de ataque e corrigiram vários erros soviéticos evidentes, mas o princípio se manteve o mesmo”, adiantou Kashin, acrescentando que o provável objetivo principal do porta-aviões chinês será a defesa de submarinos chineses com mísseis balísticos estacionados em Hainan.
Kashin acha possível que o novo porta-aviões expanda as capacidades da Marinha da China, provendo uma reação mais rápida em qualquer crise que surja na região, bem como poderá ser usado na diplomacia militar.
FONTE: Sputnik
NOTA DO EDITOR: Sabe-se que a indústria naval chinesa está à todo o vapor, mas até o momento não se tem imagens ou vídeos do porta aviões Shandong saindo sequer para os testes de mar. Todas as imagens mostram o novo porta aviões ainda em construção, portanto, somente após estar concluído, ter realizado seus testes de mar e comissionado, é que o Shandong poderá se deslocar para a área de atuação citada no texto.
Caros
NAEs podem ser de projeção de poder ou aumento da área de proteção do litoral, estendendo com mobilidade há grandes áreas de cobertura e sendo assim com um aporte de sistemas anti aéreos anti submarinos e anti navios associado a alas aéreas de asa fixa e rotativas. Pelo amor de Deus gente ele desempenha as duas funções e dependendo de sua configuração poderá desempenhar melhor A ou B. Simples Assim!!
André…
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acho que não compreendi bem então seu segundo paragrafo…onde você escreveu que os chineses protegerão seus submarinos e portanto farão o mesmo que ocidentais fazem !?
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Eduardo…
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a doutrina soviética subordinava o NAe que tinha características diferentes dos NAes dos EUA, ao SSBN que é o submarino com mísseis balísticos com ogivas nucleares e não à qualquer tipo de submarino como SSNs e SSGNs que possuem missões diferentes e também operam de forma diferente.
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Os SSBNs soviéticos operavam preferencialmente no Ártico, monitorado por forças da OTAN então era interessante ter um
NAe com uma ala aérea orientada para superioridade aérea e com um bom complemento de helicópteros anti submarinos
para dar proteção à eles que constituíam importante fração da força de dissuasão nuclear.
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Como os NAes chineses, ao menos os dois primeiros, não possuem/possuirão grande capacidade de ataque à alvos terrestres
nem possuem aeronaves de asa fixa de alarme aéreo antecipado entre outras limitações faz sentido que eles emulem a
doutrina soviética dando proteção aos poucos e valiosos SSBNs que estarão em uma certa área de patrulha, normalmente é necessário 3 para que ao menos um esteja em patrulha…não há necessidade de um SSBN ir muito longe já que os mísseis possuem alcance de milhares de kms.
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Isso não quer dizer que os NAes chineses não poderão cumprir outros papeis assim como o próprio NAe russo o “Kuznetov”
tem demonstrado e sim que proteger SSBNs poderá ser uma das funções.
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Acho que é mais ou menos isso…
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abraços aos 2
Mais vem cá, não é burrice deixar um porta aviões atrelados a proteção de submarinos, tendo em vista que os mesmos podem se proteger, ou como a russia fez colocou um S-400 para a proteção da base ?, tendo em vista que a china dispõe de tal tecnologia ? seria como limitar o porta aviões ? ou seja na verdade esse porta aviões está preparado para qualquer interferencia americana, dando mais poder de fogo na região, os submarinos são de autonomia suficientes para sumir no oceano.
Dalton, eu quis dizer que os porta-aviões dos Estados Unidos dominam uma área de seu interesse e não que eles protegem submarinos. Porta-avião é uma unidade de ataque em que seu principal emprego é o uso dos aviões, deixando que navios de escolta o proteja. O submarino usa a ocultação como defesa, é um lobo solitário. Projetar força sobre terra é feita por navios anfibios (destaquei no segundo parágrafo) e o transporte de provisões é feito por navios de abastecimento. Navios anfíbios e de abastecimento são unidades de apoio da esquadra. Geralmente quem apoia forças terrestre são as fragatas, mas concordo que o porta-avião tem meios para isso também.
Não publico essas informações como mera opinião Dalton, porque ja disse que não sou especialista no assunto, mas não sou leigo a ponto de aceitar qualquer informação. Eu uso fontes e tiro minhas conclusões. Por exemplo, para esse tema estou consultando um livro da marinha chamado “Poder Naval – a Marinha do Brasil” e guia de armas de guerra. Valeu!
O maior alvo móvel do pacífico. Isso aí e um bloco de isopor flutuando nos mares da no mesmo. Mas ao menos estão tentando implementar uma força de NAE.
André…
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os NAes ocidentais, melhor dizendo, dos EUA, não protegem submarinos…se assim fosse eles não se afastariam tanto das
bases de submarinos em missões de 7 meses…o USS George Bush encontra-se agora no Mediterrâneo o USS Carl Vinson
encontra-se nos confins do Pacífico e o USS Ronald Reagan é permanentemente baseado no Japão onde não há submarinos
balísticos (SSBNs).
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Os NAes dos EUA entre outras coisas projetam força sobre terra, eles levam a bordo 2 mil ou mais toneladas de munição, o peso de uma corveta /fragata leve como a brasileira “Barroso”e podem apoiar forças terrestres , enquanto que NAes como o “Kuznetsov” e o “Liaoning” foram concebidos em uma época em que não havia expertise na construção de NAes maiores e/ou
com catapultas…a URSS até planejou NAes de porte semelhante aos dos EUA, mas ficou-se apenas nos planos devido à deterioração da economia ao longo dos anos 80 e por fim com a dissolução da URSS.
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Os SSBNs chineses estão mais vulneráveis que os SSBNs dos EUA simplesmente porque os EUA e aliados estão mais próximos e vigilantes, Japão , Austrália o território americano de Guam são exemplos dessa proximidade e os EUA também
tem SSBNs no Atlântico enquanto os SSBNs chineses estão baseados todos em um só local e ao menos por enquanto são em número menor.
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A medida que os chineses forem progredindo, construirão NAes puros e não “tapa-buracos” baseados em doutrinas soviéticas da Guerra Fria.
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Quanto ao uso de portos franceses pelos alemães durante a guerra, não esquecer que eles também abrigaram a maior parte dos
submarinos alemães que causaram devastação nos primeiros anos de guerra, apenas algumas poucas unidades de superfície fizeram uso deles, como o Scharnhorts e o Gneisenau, que tornaram-se alvos preferenciais da aviação britânica mesmo protegidos pela força aérea alemã e para evitar que fossem destruídos montou-se uma das operações mais dramáticas da guerra, voltar à Alemanha debaixo das barbas dos britânicos pelo Canal da Mancha.
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abs
Sobre a nota do editor,
segundo alguns comentaristas, as previsões é que o CV-17 “Shandong” seja entregue a a PLAN entre 2018 e 2019. E estaria plenamente operacional entre 2020 e 2021.
Se estes prazos serão cumpridos, só o tempo dirá…
Similarmente, esse uso do porta-avião como guardião dos ssbns seria como a abelha rainha enviar seus “soldados” para proteger seu principal elemento / usar águias para proteger tubarões / o velho conceito de o ataque é a melhor defesa ou a superioridade aérea para defender sua principal dissuasão. É uma importância dada ao espaço aéreo e ao oceano tendo o controle de enormes áreas ao redor dos submarinos, onde a força-tarefa do porta-avião domina o setor considerado seja com fragatas, destróier ou helicópteros dos navios de defesa ou do próprio porta-avião – que por sua vez tem aviões específicos. Já que os porta-aviões não operam sozinhos, não se trata apenas do uso de seu principal navio mas de um conjunto de embarcações e aviões anti-submarino, anti-aéreo e anti-superfície.
Esse conceito de projeção de força é definido pela Marinha do Brasil para os fuzileiros, ou seja, projeção de força sobre terra. Então as pessoas, como o senhor Kashin, fazem confusão com as doutrinas e seus meios. De fato o porta-avião não se destina a projeção de força e sim do controle de área marítima, é por isso que os chineses usarão o porta-avião para proteger os submarinos: eles controlarão a área onde os submarinos se baseiam. Portanto, os chineses farão o mesmo que os ocidentais fazem.
Na Segunda Guerra Mundial os americanos tiveram que controlar as ilhas do Pacifico para que os japoneses não tivessem sua área de influência expandida. Houve até o uso de porta-aviões dos dois lados para esse fim durante uma batalha. Para vocês entenderem o que estou dizendo vou contextualizar:
na guerra exemplificada, os alemães controlaram a França dominando seus principais portos do lado ocidental do país, tanto que o Bismarck iria se dirigir para a França como refúgio e reparos depois da batalha que travou. Se tivesse que se dirigir até a Alemanha a situação do navio/tripulação seria mais dramática. Portanto, o controle de área garante um “porto seguro” para situações de emergência, logística e apoio de fogo, influência etc. Nem sempre quem informa (nossa mídia, sputnik…), pensa que sabe o que está informando.