“Berlin forneceu à Síria um total de 360 toneladas de produtos químicos. Esta informação foi divulgada segunda-feira pelo ministério da economia e de novas tecnologias da Alemanha. Até o ano de 2011, quando na Síria eclodiu a crise, este país era considerado um parceiro comercial como outro qualquer. Em junho de 2010 na Síria esteve uma delegação de homens de negocios alemães que estabeleceu contatos diretos com as companhias locais”, – revela Manuel Ochsenreiter.
“Naquela época nem se falava nada sobre “ditadura má” ou sobre “ditador”, ninguém afirmava também que não pudéssemos manter contatos de negócios com este país. Isto aconteceu inesperadamente, durante uma só noite. Foi em março de 2011, quando a política externa da Alemanha mudou em relação à Síria. A história de exportação de materiais químicos para a Síria é a história de relações comerciais normais que se transformaram em hipocrisia. A Alemanha é uma nação exportadora. Vivemos da nossa exportação, somos uma das maiores nações exportadoras do mundo e, como é natural, temos relações comerciais com muitos países.”
O governo alemão, que tinha aprovado outrora a exportação de materiais de uso duplo para a Síria, hoje critica esta transação como se tratasse de armas químicas já prontas. À luz disso parece estranho que praticamente ninguém está indignado com os contratos militares entre a Alemanha e Israel, – opina Manuel Ochsenrwiter.
“Não discutimos na Alemanha outras coisas, como, por exemplo, a exportação de submarinos mais modernos para Israel. Israel possui duas centenas de ogivas nucleares e nós sabemos onde elas se encontram e o quanto são perigosas. E estes submarinos são capazes de disparar os mísseis com ogivas. Trata-se de uma hipocrisia evidente, cujo valor financeiro é 17 mil euros.”
Na opinião de Manuel Ochsenreiter este estado de coisas é resultado da dependência da política externa da Alemanha. Em vez de atuar de acordo com os interesses do povo alemão, o governo orienta-se por Bruxelas e Washington,- conclui o jornalista.
Fonte: Voz da Rússia
E essas substâncias servem apenas para a fabricação de armas químicas? O Tabun, o primeiro gás dos nervos desenvolvido a partir de uma pesquisa para inseticida. E é justamente aí que a coisa complica. No final das contas, inseticidas e agrotóxicos em geral são na verdade armas químicas utilizadas por civis todos os dias, como diferenciar o componentes de um e de outro?
17 mil euros, o que ?! a ogiva ou submarino ?
2 lições que se tira do episódio:
1. Se a Alemanha forneceu material capaz de produzir armas químicas, isso quer dizer que ela também é capaz de produzir estas armas. A ONU deveria então proibir esse tipo de venda. Não foram 3 nem 4 quilos vendidos, foram 360 toneladas………………..
2. Na alegação da venda está que a Síria, por volta de 2010, vivia um momento de sobriedade e estabilidade, mas independente dos humores de um país, qualquer negócio envolvendo probabilidade ou possibilidade de produção de armas químicas deveria ser proibido, independe do país de destino, independente de qualquer estado de política, mais ou menos como se faz com armas nucleares.
Vejamos o exemplo do nosso submarino nuclear, que a França só nos entrega parte da tecnologia de construção do casco, mas nada do que se refere as características nucleares do submarino, que fica por conta e responsabilidade do nosso país.
RESUMO: proibir a nível mundial qualquer tipo de venda de substancias que possam vir a ser utilizadas no fabrico de armas químicas.