Por Silvio Queiroz
A recente visita do Ministro Mauro Vieira há de ter sido um sinal, mas, para alguns dos principais parceiros do país no âmbito internacional, foi pouco. Depois dos oito anos de diplomacia africana nos dois governos do presidente Lula, a expectativa é de que o país continue assumindo funções nas iniciativas internacionais destinadas ao continente. Em particular, os amigos mais próximos esperam que o Brasil aceite compromissos mais sólidos, em especial com a formação de forças locais de segurança, capazes de fazer frente aos desafios de estabilização.
Foi esse, em linhas gerais, o recado trazido de Paris por um diplomata de alto escalão que visitou o país, na semana passada, no âmbito de uma agenda de consultas de alto nível destinadas a preparar um encontro em nível de chanceleres, no meio do ano. O que está em pauta é uma indisfarçada partilha de responsabilidades proposta — ou mais que isso — pelos parceiros europeus: com o Velho Continente em crise econômica, a expectativa é de que potências emergentes com pretensões globais se apresentem com mais frequência para as missões que, no mais das vezes, recaem sobre as antigas metrópoles coloniais.
Toma lá, dá cá
A convocação feita ao Brasil não é inédita nem gratuita. No caso dos franceses, em particular, tem a ver como os importantes acordos bilaterais no campo da defesa, firmados no âmbito de uma parceria estratégica que, a despeito da crise econômica de ambos os lados do Atlântico, inclui importantes empreitadas no terreno da defesa. É o caso da construção dos primeiros submarinos brasileiros com propulsão nuclear e da instalação de unidades de montagem de modernos helicópteros de assalto. Em um e outro caso, como frisou mais de uma vez o ex-presidente francês Nicolas Sarkozy, trata-se de capacitar o Brasil militarmente para que assuma um papel de maior protagonismo em tarefas nas quais os europeus, pelo passado colonial, enfrentam resistências.
Preço fixado
Nenhum emissário colocaria a questão dessa maneira, nem uma colocação do gênero seria aceita em Brasília. A verdade, porém, é que a convocação para que o país assuma com mais disposição a posição de fator de equilíbrio em processos de transição política, em particular na África, se relaciona com a envergadura internacional ensaiada nos anos Lula. Foi àquela altura que Sarkozy, em visita ao país, colocou em termos claros as razões de Estado da França para investir em programas de ordem estratégica para a capacitação militar do Brasil: se a Europa espera que o país assuma cada vez mais os desafios correspondentes à aspiração de integrar como membro permanente o Conselho de Segurança da ONU — pretensão que a França foi a primeira a endossar, entre os cinco membros permanentes do conselho —, é preciso dotar as Forças Armadas brasileiras dos meios requeridos para tal.
……….. Os países do Golfo da Guiné tem sérios problemas com a pirataria que coloca em risco o transporte de petróleo na região ….ataques a petroleiros junto ao tráfico de drogas e contrabando de armas,abastecimento e pesca ilegal….Angola, Camarôes,Rep.Dem. do Congo,Guiné Equatorial,Nigéria,Gabão e São Tomé e Principe são os países do Golfo que juntos produzem juntos mais de 5 milhões de barris de petróleo por dia com reservas comprovadas em cêrca de 50,4 milhôes de barris…essa quantidade de petróleo tem uma qualidade excepcional que é o baixo teor de enxofre e sua localização está entre 1200 e 2000 metros uma vez que a maioria das jazidas são “off-shore”…….outra razão é a importancia estratégica do Golfo da Guiné pela proximidade dos mercados da Europa e da América do Norte com o transporte é mais rápido e seguro resultando em menores custos em comparação com o Golfo Pérsico e sem passar por areas de estrangulamento de transporte como o estreito de Málaca e o Golfo de Suez……apesar de todas essas vantagens, no plano político o Moderno Estado Africano continuou sendo como, foi estabelecido,historicamente,feito para manter a exploração dos recursos naturais pelas principais potencias européias….. após a independencia são incapazes de aproveitar a renda do petróleo para a diversificação de suas economias e melhoria da condição de vida de suas populações…o Brasil tem o papel de liderança.nos esforços para a paz na região do Golfo buscando auxiliar alguns países da região a fortalecerem suas Marinhas doando ou vendendo equipamento militar ou ofertando vagas em suas academias militares e participando também de simulações de exercícios anti pirataria auxiliando até na criação da Marinha da Namíbia….Talvez por esse papel exercido pelo Brasil, a França “peça” para que nosso país cuide da Africa. enquanto ela como parte da OTAN, esteja querendo emparedar a Rússia…..ora,temos que cuidar dos nossos próprios interêsses!! fora dessa Brasil!!……….
Eu acho patético países,seja Europeus,usa,ou qualquer outro intervir na Africa,A África tem que começar a andar com suas próprias pernas e parar de ficar pedindo ajuda de todo mundo,se não vai ficar na situação de miséria e guerras pelo resto da vida,a França também tem que tomar vergonha na cara e parar de pedir aos outros para resolverem seus problemas,tem que acabar com este paternalismo com suas ex colonias,a colonização já acabou a mais de 50 anos,chega disso,e o Brasil tem muitos problemas aqui dentro e não tem que arranjar sarna para se coçar.
Concordo com Gilberto!
Como eu digo SEMPRE as FFAAs do Brasil são PARCAS perante o TAMANHO e o PESO GEOPOLÍTICO que o Brasil SEMPRE deveria ter tido e só o Presidente Lula falou isso em alto e bom som. E levou pau de todo lado por isso.
Tem de se RETIRAR o gasto dos inativos das contas militares e desnudar o que o Brasil REALMENTE GASTA com militares ATIVOS, a manutenção e insumos do equipamento atual, quanto se tem para treinar e para ATUAÇÃO OPERATIVA e quanto para INVESTIR em pesquisas e aquisição de novos equipamentos e sistemas…
Acabar com este conto da carochinha e assumir responsabilidades e principalmente PAGAR AS CONTAS…
Não há dúvidas de que a idéia é melhor estarem com o Brasil do que com China e Rússia … isso se não for tarde demais, alguém tem que dizer aos Africanos se aceitam as regras desse novo jogo desta forma a presentada no texto.
Um dos problemas é dinheiro coisa que o Brasil não tem para esbanjar e outra que não estamos preparados militarmente para isso, talvez mediocremente a médio e longo prazo nada que venha competir com Rússia e China .
De fato há uma ojeriza geral pela Grã Bretanha e os EUA, sabe né( ? ) … credibilidade zero e desconfiança total, lamentavelmente fizeram por merecer , principalmente a partir do fatídico ano de 1982 , apesar dos esforços a olhos vistos do Obama .
E o corredor Atlântico está cada vez mais quente .
Já que tal responsabilidade por parte do Brasil irá tirar um grande ônus dos europeus em geral, porque não repassar uma parte relevante destes gastos que os mesmos teriam em forma de compras militares (preferencialmente) mais palatáveis ? Uma sugestão à D. França … Estipule um preço simbólico ou doem o Siroco ao Brasil. Vocês são o primeiro mundo, deem o exemplo primeiro …. depois cobrem de nós …
Só os brasileiros é que não veem ou finge não ver esta realidade!
Essa coisa de parceria estratégica deve ser bem explicada,principalmente essa com a França, pois as vezes se passa a falsa ideia que os franceses estão nos fazendo um favor, oque não é verdade, tudo esta sendo pago , estamos comprando dos franceses !
Quanto as pretensões internacionais brasileiras elas devem existir independente de nosso pleito a membro permanente do conselho de segurança da ONU,eu mesmo duvido que a ONU faça uma reestruturação desse conselho sem que hajam mudanças drásticas na geopolítica mundial !
Também não podemos ter pretensões internacionais sem antes arrumarmos nossa casa,primeiro devemos dar exemplo !
César, não discordo do que tu diz mas o Brasil é uma potência regional, e está vergonhosamente se omitindo de suas responsabilidades como uma potência deste porte. Estãmos pagando e não temos nada da França de graça é claro, nem devemos ter. Mas mesmo um oceano hoje não é capaz de separar os problemas como antes e com certeza, os efeitos das guerras africanas já vão passaro o oceano e estarão aqui na no Brasil e América Latina. Que é a nossa área de responsabilidade primeira.
Líder regional?
O país se omite no combate ao narcotráfico, tráfico de armas, tráfico de seres humanos e lavagem de dinheiro. O país se omite nos deslizes dos aliados ideológicos, o caso venezuelano é vergonhoso. Em qual área o Brasil realiza algo em conjunto dos países da região? O Brasil está mais pra representante de turma, vai na reunião pra dar opinião e dar recado.
100% certo!
Adriano RCC , eu assim como você, não estou falando para o BRASIL fugir as suas responsabilidades, tanto que defendo as pretensões internacionais brasileira, mas devemos ser cautelosos para não embarcamos em nenhuma canoa furada que porventura estejam preparando para nós !
Mas se quisermos exerce uma influência mesmo que a nível regional devemos começar já, e não ficarmos só em retórica , vou pegar como exemplo as nossas fronteiras, elas estão abandonadas qualquer um entra e sai sem problema algum nesse país, veja o monte de chineses que circulam pelo país, e que chegam todos os dias ilegalmente !
César… Pois é! Tráfico de chines é o mais leve dos crimes que transitam por aqui. Realmante sentamos em um barril de pólvora, um sistema de gente frouxa e corrupta, isso incluo a maior parcela da sociedade brasileira, nao apenas certas pessoas ou políticas, mas sim grande parte do país simplesmente fecha os olhos para os perigos que se vizinham pensando que assim q o bixo vai embora, coisa cretina e infantil de um povo ultrapassado!
Temos que saber onde pisamos mesmo nos palcos de guerras internacionais, mas não dá pra fugir deles sempre como o Brasil tem feito. Vai ter de enfrentar como pode, se não a nossa moral que é baixíssima vai inexistir de vez!
A questão é que nunca saberemos exatamente o que consta nos acordos chamados de estrategicos. E ocorre que os paises europeus e EUA não são bem quistos no continente africano, apesar de terem investimentos por la. Como o brasil tem bom relacionamento com oriente medio e africa (ate pela historia e apoio reciproco, lingua, futebol, etc), estamos sendo requisitados para solucionar problemas por lá. O brasil é um dos poucos, senao me engano um dos 7, paises a obter representacao diplomatica com todos os paises do mundo, sem que diplomatas, oficiais e nossas tropas no haiti, libano, congo, etc, tenham sido acusadas de excessos e desrespeito (à relegiao por exemplo). Varios paises estao aproveitando isso para nos jogar em regioes hostis a eles. Agora, é logico que se o brasil quer fazer parte de do conselho de seguranca da onu, devera realmente participar de tarefas cada vez mais espinhosas. Concordo com vc Cesar em 2 pontos: de que nao havera reforma nas proximas 2 ou 3 decadas do conselho de seguranca; e que queremos maior presença no mundo mais nao fazemos nosso dever de casa. O surgimento do bando da asia é prova de que os emergentes não irao aceitar esperar pela eterna reforma do FMI.
Interessante como a 6ª/7ª maior economia do mundo não esta nem entre as vinte maiores (segundo consta na revista exame de 2014) potencias militares do mundo. E em se tratando de diplomacia, não acredito que a França cobre do brasil de forma tao assintosa assim não. Ate porque não devemos esquecer que somos uma das maiores economias do mundo.
Sim somos uma das maiores economias do mundo, mas estamos vivendo feito indigentes,imagine estamos vivendo um verdadeiro caos e ainda conseguimos ser uma das maiores economias mundiais, mas isso tudo irá se acabar, quando findarem as nossas commodities !
A corrupção ameaça o presente e o futuro de nosso país, se não houver uma distribuição de renda, em educação, transporte, estruturas o BRASIL ira ruir de vez !