Os Estados Unidos irão conceder ao Brasil o status de “aliado preferencial fora da Otan” durante a visita oficial do presidente Jair Bolsonaro na próxima semana, uma condição que permitirá ao país entrar em uma lista com acesso especial a políticas de cooperação, transferência de tecnologia e recursos na área de defesa, disseram à Reuters fontes com conhecimento do assunto.
O acordo que levou à decisão norte-americana de elevar o status do Brasil para “aliado preferencial fora da Otan” (MNNA, na sigla em inglês para “major non-NATO ally”) foi negociado desde o início do ano.
Atualmente, 17 países possuem esse status. O Brasil será apenas o segundo país da América do Sul a receber a designação. A Argentina, o primeiro, está na lista desde 1998, mas nos últimos anos não tem sido beneficiada pelo acordo. No ano passado, a Colômbia se juntou à Otan como parceira global.
O anúncio oficial deverá ser feito durante o encontro de Bolsonaro com o presidente norte-americano, Donald Trump, na terça-feira, última parte da visita de três dias do presidente brasileiro aos Estados Unidos. A Casa Branca não quis comentar.
De acordo com uma das fontes, a designação, dada apenas pelos Estados Unidos, e não pelos demais países do Organização do Tratado do Atlântico Norte, vai além da retórica e traz benefícios reais ao país no acesso a tecnologia de defesa, cooperação e recursos e até mesmo ao enorme mercado americano na área.
Entre as possibilidades que se abrem para o país está, por exemplo, acesso preferencial para compra de equipamentos com isenção de taxas, dentro da lei de exportação de armas dos Estados Unidos. Também terá preferência para programas de cooperação e treinamento, a receber gratuitamente ou a preço de custo equipamentos que as Forças Armadas não usam mais ou têm em excesso, e poderá participar de licitações.
Oficialmente, a Casa Branca e o Palácio do Planalto não comentam o assunto. Na quarta-feira, em um café da manhã com alguns jornalistas convidados, Bolsonaro afirmou que esperava fechar o acordo.
O novo status como aliado estratégico facilitará a transferência de tecnologia no momento em que a indústria aeroespacial brasileira está tentando criar uma nova relação com os Estados Unidos depois da planejada associação entre a Embraer e a Boeing.
No ano passado, o governo Trump embarcou em uma política de exportação de armas que visa ajudar as empresas de defesa norte-americanas para competir melhor contra os fabricantes russos e chineses.
Ainda na visita, os dois governos devem anunciar o acordo de salvaguardas para uso comercial da base de Alcântara, em uma solução para um imbróglio de quase 20 anos. O acordo prevê que os Estados Unidos possam usar a base para o lançamento de foguetes, mas não impede o acesso dos brasileiros ao local, apenas protege a tecnologia norte-americana de acesso restrito, de acordo com fontes que acompanharam o assunto.
A expectativa do governo brasileiro é conseguir trazer para o país uma parte dos 300 bilhões de dólares investidos anualmente no lançamento de satélites atraindo empresas norte-americanas interessadas nos custos menores dos lançamentos feitos em Alcântara.
Sem considerar a nova designação do Brasil, o aprofundamento das relações tem sido uma prioridade para militares norte-americanos.
“Há uma tremenda oportunidade para melhorar e fortalecer nossa parceria com o Brasil”, disse o chefe do Comando Sul dos EUA, almirante Craig Faller, à Reuters em uma entrevista no início desta semana, sem abordar a possível nova designação.Faller disse que estava procurando maneiras “pragmáticas e práticas” de aprofundar os laços. Isso poderia incluir maior compartilhamento de informações e inteligência, participação mais robusta em exercícios militares e mais intercâmbios educacionais, disse ele.
A maior cooperação ocorre quando a administração Trump aumenta a pressão sobre o governo socialista de Nicolás Maduro na Venezuela para que realize eleições livres e trabalha em estreita colaboração com Colômbia e Brasil para enfrentar a crescente crise política e econômica do país vizinho.
As Forças Armadas brasileiras e norte-americanas têm cooperado desde a Segunda Guerra Mundial, quando o Brasil foi o único país da América Latina a enviar tropas para lutar com os aliados na Europa.
Os laços esfriaram em 1977, quando a administração do então presidente dos EUA, Jimmy Carter, impôs um embargo de armas dos EUA sobre devido a violações de direitos pelo governo militar do Brasil.
FONTE: Reuters
Construir é só querer, ter vontade. Temos boas ideias e não temos equipamentos para concretiza-las.
Quando necessitamos de algum sensor ou material especifico que complemente nossa necessidade de criação, temos barreiras de acesso e fornecimento. Acompanhei casos verídicos, onde foram prometidos esses “complementos” e na ocasião a coisa não fluiu. Na época o ministro Nelson Jobim teve que usar a sua imposição junto ao congenere norte-americano, para fazer valer o acordo assinado. Queira ao não queira, isso atrapalhou o andamento de projetos, mas ao mesmo tempo nos obrigou a pesquisar mais e dar novas soluções. Criamos know how diferenciado. A nossa sorte é não estar em conflitos, então a lentidão não atrapalhou.
Mas… o que eu espero é que nesse novo “status” possamos ter alguma melhor acessibilidade.
Me lembro da lei de reserva de informática, no início dos anos 80. Tínhamos o silício, não soubemos aproveitar as chances que haviam de comercializá-lo. Criou-se a reserva e a areia ficou no solo. Em contrapartida, o desenvolvimento na Califórnia foi estupendo….Já era grande. Devemos aproveitar todas as boas chances, negociá-las e tirarmos os benefícios que pudermos e não sermos apenas o “rato que ruge”. Osvaldo Lemos.
Prezados,
O ideal é sempre adquirir meios por construção, principalmente se for feito no Brasil.
Nesta hipótese, teremos meios planejados e construídos de acordo com as especificações estabelecidas pela MB e para o TO de nossa força naval. Além de gerar conhecimento e empregos dentro de nosso território.
Por outro lado, sabemos que os recursos são limitados e não se conseguirá construir todos os meios necessários, em tempo hábil.
Por este motivo, faz-se necessário adquirir meios através das chamadas “compras de oportunidade “. Eles complementam os meuos adquiridos por construção.
As compras de oportunidade seguem parâmetros que se iniciam com o binômio necessidade-oportunidade. Havendo necessidade, se analisa a oportunidade.
Em.seguida, se analisa as condições do meio oferecido e sua vida útil residual.
Atendendo aos requisitos estabelecidos pela MB, o meio é adquirido.
Quanto ao tema da matéria trazida pelo Wiltgen, no momento, não há previsão de aquisição de qualquer navio excedente da USN.
Grande abraço
Chora esquerdalha!
Reclama com Fidel
Gostaria de saber pq o meu comentário não foi aprovado. Só pq, na minha opinião, vamos orar capacho dos EUA? Onde está a democracia da página?
MODERAÇÃO: Seu comentário foi excluído por conter palavrão e não quanto a sua opinião. Educação também é base da Democracia.
Não sejamos hipócritas, não é por conta desta indicação de parceiro dos EUA que o Brasil que o Brasil não desenvolverá sua indústria de defesa.
Não existe interesse da classe política, não existe interesse da sociedade. Precisamos equipar nossa Forças armadas, então acredito que temos sim que aproveitar as oportunidades que estão surgindo .
E os fãs boy soltam rojões……
Quando tem gente que nasce para ser empregado……..
Enquanto outros fãs boys choram… Né!?
Padilha ou Guilherme existe possibilidade de vir navios usados
para MB?
Acredito que nesse momento, não venha!
Creio que é melhor ser aliado dos EUA, da Grã Bretanha e de Israel do que da Venezuela, Cuba e Nicarágua…
Novo porta-aviões e ospreys a vista…. rssrsrsr
Sem chance Bruno…?
Que ótima notícia. É uma boa solução para o Brasil se aproximar da indústria dos países da OTAN, aproximar nossas poucas empresas da área ao que existe de melhor nesses países, pois tendo um status superior a coisa tende a mudar um pouco, é algo mais estável.
Os países membros da OTAN e parceiros tendem a ter indústria de defesa forte, principalmente os aliados dos EUA.
15/03/19 – sexta-feira, btarde, discordo da adesão do Brasil ao MNNA, só trará vantagem para os USA, poderão e deverão empurrar para o Brasil uma parte das armas que eles retiram de seus arsenais e transferem para Sierra Nevada, teremos vários equipamentos com tecnologias ultrapassadas, mas, que para nós são equipamentos de qualidade, e, com estas aquisições ficamos dependentes dos USA, e, deixamos de investir em uma estrutura de produção de equipamentos mais modernos. O barato pode ser muito caro para nós, nunca ou em poucas ocasiões teremos tecnologia militar ”Made in Brazil”. Devemos pensar bem.
Vovozao,
Os EUA podem “empurrar” qualquer coisa, cabe a nós aceitarmos (e pagarmos) ou não.
Abs,
Adeus Base Industrial de Defesa no Brasil. Compras de material de segunda mão e sem as características necessárias para as necessidades da área operacional do continente.