O Brasil pode sediar as negociações entre o governo colombiano e o ELN (Exército de Libertação Nacional), segunda maior guerrilha do país, disseram três fontes do governo brasileiro ao Valor.
O anúncio das conversas com o ELN foi feito anteontem pelo presidente Juan Manuel Santos, cinco dias antes de uma eleição presidencial em que ele corre o risco de sair derrotado.
Segundo as fontes, o Brasil vem acompanhando desde janeiro as conversas preliminares entre o governo Santos e a guerrilha. Mas a revelação feita por Santos surpreendeu o governo brasileiro, para quem o gesto se deu no contexto da eleição de domingo.
“As conversas ainda estão em uma fase muito preliminar, exploratória”, diz uma fonte. “O pessoal do ELN ainda tem que aceitar as mesmas condições que as Farc aceitaram (para que as negociações, de fato, comecem)”.
Ainda de acordo com essa fonte, o Brasil “desde o governo (Álvaro) Uribe” tem se colocado à disposição para ajudar em eventuais negociações com a guerrilha. “Nós sempre demos um jeito de participar com logística e outras coisas”, diz. “Mas ainda não houve definição de um local, e o convite tem que partir deles (colombianos).”
A paz com a guerrilha se converteu no principal tema de uma acirrada disputa eleitoral entre Santos e o opositor Óscar Iván Zuluaga.
O governo já realiza uma negociação formal com as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), sob a mediação de Cuba, Venezuela, Chile e Noruega. As conversas acontecem em Havana. Segundo as fontes, além de sediar os encontros entre Bogotá e ELN, o Brasil deve desempenhar um papel similar ao desses países.
“A missão do Brasil é criar um ambiente de confiança nas negociações”, afirma outra fonte. “O Brasil seria um terceiro de confiança. Não estamos nem de um lado nem de outro.”
Outro candidato a sediar as conversas é o Equador. Anteontem, o presidente Rafael Correa afirmou que já houve conversas preliminares em seu país e se disse disposto a acolher o diálogo.
A revista “Semana”, citando um comunicado divulgado pelo ELN, afirma que houve encontros entre membros do grupo guerrilheiro e do governo colombiano tanto no Equador como no Brasil desde janeiro. As fontes do governo brasileiro dizem desconhecer esses encontros.
Segundo a publicação, as negociações devem seguir os mesmos moldes das conversas com as Farc, com pontos que incluem temas como o agrário, participação política, reparo às vítimas, entre outros. Mas, à diferença do que ocorreu com as Farc, “a partir de agora essas conversas exploratórias deixam de ser secretas”, diz a revista. O comunicado do ELN diz que “as partes darão a conhecer periodicamente” avanços e resultados” dessas conversas.
Analistas colombianos veem um forte caráter eleitoreiro na divulgação feita por Santos anteontem. No primeiro turno, ele ficou três pontos percentuais atrás de Zuluaga (29% a 26%). Para domingo, as pesquisas não apontam tendência definida: há institutos que dão empate técnico, vitória para Santos e vitória para Zuluaga. O opositor é apoiado pelo ex-presidente Uribe, crítico ferrenho das negociações com as Farc.
FONTE: Valor Econômico, por Fabio Murakawa
Cruz Credo.
Que o Brasil ajude a Colômbia mandando pra lá STucano, Míssil e bala.
A história vai ser a mesma :
anistia, transformação em partidos políticos, ocupação de cargos públicos estratégicos e revanchismo imediato.
Não necessariamente nesta ordem .
PCC e CV do Rio também querem essa mamata, legal né ?