Os governos do Brasil e dos Estados Unidos assinaram ontem em Miami o Acordo de Pesquisa, Desenvolvimento, Teste e Avaliação (RDT&E). A assinatura faz parte da visita do presidente Jair Bolsonaro aos Estados Unidos.
Ele representa a próxima etapa após a designação do Brasil como Aliado Preferencial Extra Otan em março do ano passado. A ideia é ampliar o mercado de defesa americano para maior cooperação com o Brasil.
“Assinamos um acordo histórico hoje, que abrirá caminho para compartilhamento ainda maior de experiências e informações. Trabalhamos muito próximos das nossas nações aliadas”, disse o almirante da Marinha dos Estados Unidos, Craig Faller.
A partir do RDT&E, Brasil e Estados Unidos desenvolverão projetos conjuntos na área de defesa. Os acordos decorrentes desses projetos devem seguir as regras estabelecidas neste texto inicial assinado ontem. Esses projetos promoverão desenvolvimento de produtos tecnológicos do setor de defesa.
A ideia é ampliar a participação da indústria brasileira de defesa privada e pública no mercado americano. A partir do acordo, o Brasil poderá ter acesso a um fundo do governo americano de quase US$ 100 bilhões, conforme informou o Valor.
O acordo foi assinado pelo Ministério da Defesa brasileiro e o Departamento de Defesa dos EUA durante a visita do presidente Jair Bolsonaro à sede do Comando Sul dos Estados Unidos.
Após a reunião, o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, classificou o evento como “um acordo inédito com os Estados Unidos, que poucos países têm”.
Também estiveram na sede do Comando Sul, o chefe do Estado Maior Conjunto das Forças Armadas do Brasil, tenente-brigadeiro Botelho, os ministros das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, de Minas e Energia, Bento Albuquerque, e do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, além do encarregado de Negócios da Embaixada do Brasil, Nestor Forster, o assessor internacional da Presidência da República Filipe Martins e o deputado Eduardo Bolsonaro.
Em um encontro na noite de sábado, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse ao lado do presidente Jair Bolsonaro, que não faria promessas sobre impor novas tarifas a produtos brasileiros. A afirmação foi feita em resposta a uma pergunta de um jornalista americano sobre a possibilidade de os Estados Unidos imporem novas tarifas ao aço e ao alumínio brasileiros.
“Nós temos um relacionamento muito bom. A amizade provavelmente está mais forte agora do que nunca”, respondeu Trump. O repórter então reiterou o questionamento, perguntando se ele se comprometeria a não impor mais tarifas. “Eu não faço promessas”, respondeu. Os dois presidentes jantaram no resort de Mar-a-Lago em Palm Beach, na Flórida.
Antes do jantar, os dois presidentes posaram para fotos e responderam a breves perguntas dos jornalistas. “Ele está fazendo um trabalho fantástico, um grande trabalho”, afirmou Trump, referindo-se a Bolsonaro.
“O Brasil o ama, e os Estados Unidos também o amam.”
Bolsonaro respondeu que havia se inspirado em alguns aspectos de Trump. Bolsonaro voltou a reclamar do preço dos combustíveis. Ao lado do ex-piloto Emerson Fittipaldi, afirmou que o governo já baixou cinco vezes neste ano o preço do combustível, mas a redução não tem chegado ao consumidor.
“Pela quinta vez no ano baixamos os preços dos combustíveis. A última foi de 5% na refinaria. Sabe quanto baixou na ponta? Zero. Esse é o Brasil. Quando eu falo de quem é a responsabilidade o pessoal faz a listinha, assina 15/20 personalidades para dar uma pancada em mim.”
A declaração foi divulgada no Twitter pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente.
Bolsonaro e Fittipaldi participaram de um almoço em uma churrascaria em Miami e a conversa foi gravada em um vídeo, exposto na rede social.
Neste ano, Bolsonaro já entrou em conflito com governadores ao vinculá-los à alta do preço do combustível. Segundo o presidente, o ICMS cobrado pelos Estados encarece o combustível vendido ao consumidor. Em fevereiro, 23 governadores reagiram à proposta do presidente de encaminhar um projeto ao Congresso para alterar a forma de cobrança do ICMS que incide sobre a gasolina e o diesel. A crítica foi registrada em carta.
FONTE: Valor Econômico
Com este acordo + o acordo na área nuclear, posso dizer que se o Brasil retomar a sua grandeza, não será difícil de estarmos operando não só submarinos nucleares, como também um “Nuclear Aircraft Carrier”.
Quem sabe?