Por: Matheus Mendes
Julho foi bastante movimentado na política britânica. O principal acontecimento foi a definição da sucessora de David Cameron como primeiro-ministro e líder do Partido Conservador em Westminster, ficando pela segunda vez na história o cargo sob o comando de uma mulher, Theresa May. Somado a isso, foi publicado no início do mês, após 7 anos, o “Inquérito Chilcot” sobre a participação britânica na Guerra do Iraque em 2003 e, também, a votação da renovação do Sistema Trident, agendada pelo ex-primeiro-ministro e asseverado pela nova encarregada com uma vitória esmagadora pela continuação do armamento nuclear.
A aprovação da renovação do sistema de dissuasão nuclear Trident chamou a atenção por alguns aspectos: primeiro, a coesão dos Tories (conservadores) ao quase que unanimemente votarem a favor do “novo” Trident; segundo, a clara divisão da oposição (Labour), pois enquanto Jeremy Corbyn e alguns seguidores votaram contra o Trident, a maioria, incluindo a principal concorrente à liderança do partido, Angela Eagle, votou junto com os governistas; por fim, o Partido Nacional Escocês (SNP, sigla em inglês) demonstra cada vez menos alinhamento com os interesses de Londres e votou quase que majoritariamente contra a renovação do programa, sobretudo porque fica baseado na Escócia, algo que, no entendimento do partido, é contra o interesse do povo escocês.
O “sinal verde” do Parlamento define que o processo de renovação de mais de £30 bi (cerca de R$130 bi) seja iniciado para que esteja concluído até o final da próxima década, quando a atual classe de submarinos balísticos Vanguard sairá de operação do centro econômico.
O que fica aparente é a forma com a qual os Tories estão lidando com as crises enfrentadas desde 2008 e como o Labour está desgastado e desunido num momento tão importante ao país.
As acusações contra Tony Blair, ex-primeiro-ministro britânico pelo partido, devido aos relatórios sobre a invasão ao Iraque e a dificuldade em definir uma nova liderança demonstram a fragilidade em questão. Além disso, há a crescente insatisfação do SNP a Londres pelas constantes decisões contrárias a seus interesses. Com a renovação do Trident confirmada e o cenário do Brexit praticamente certo, o comportamento da economia britânica será a chave para o futuro do país.
FONTE: Boletim Geocorrente
perfeito! troquei as bolas. muda o sujeito apenas.
David Cameron era do Partido Conservador Leonardo. Imagino que você estivesse pensando em Tony Blair e Gordon Brown.
E se você tem alguma dúvida sobre a incompetência e o anacronismo do trabalhismo clássico, basta lembrar o estrago que eles fizeram no país antes de Margareth Thatcher assumir…
O trabalhismo inglês de Cameron é o neoliberalismo enrustido na conciliação de classses. É a melhor arma do capital ou faz governo de direita ou dá golpe. simples assim!
HMS_TIRELESS os escoceses veem a base dos Vangard como pintar um alvo atomico sobre sua cabeça, sobre o Jeremy Corbin não passa de um idiota, tanto que ate os eleitores trabalistas não gostam muito dele
Duas observações:
– Líder dos Trabalhistas Jeremy Corbyn votou contra a renovação do dispositivo nuclear britânico. Esse fato somado a outros (Sua amizade com o Hamas e o Hezbollah, o corpo mole que fez na campanha para que o Reino Unido permanecesse na UE e o seu desejo de retomar o trabalhismo clássico, caracterizado por estatizações em massa e todo poder aos sindicatos) mostra que ele completamente inapto para exercer o cargo de Primeiro-Ministro;
– A presença dos SSBNs britânicos na Escócia permite a geração e a manutenção ali de empregos altamente qualificados e ainda assim o SNP tem votado contra. Vai entender….