Comprados por Saddam Hussein, blindados Cascavel e lançadores de foguetes Astros II serão modernizados pelo Exército iraquiano
O Exército do Iraque vai priorizar a modernização da frota remanescente dos blindados Cascavel e do lançador de foguetes Astros II. Ambos os produtos foram fornecidos às forças de Saddam Hussein entre os anos 70 e 90 pelas empresas Engesa, já extinta, e Avibras Aeroespacial, de São José dos Campos.
A Avibras entregou ao Ministério da Defesa, há duas semanas, o primeiro lote da sexta geração do Astros, a série 2020, que poderá ser armada com mísseis de cruzeiro, em desenvolvimento, que terão 300 quilômetros de alcance. Não há detalhes sobre a iniciativa, decidida pelo premiê – e também ministro da Defesa – iraquiano, o xiita Nuri al-Maliki.
Os recursos necessários sairão do remanejamento dos créditos do Fundo Especial de Recuperação, aberto há 10 anos pelos EUA, estimado entre US$ 17,5 bilhões e US$ 20 bilhões.
O projeto cobre material de origem variada. A última unidade a utilizar o blindado brasileiro Cascavel EE9 foi a Guarda Republicana, tropa de elite de Saddam – que era cliente da indústria militar de 32 países. O arquivo da antiga Carteira de Comércio Exterior, a Cacex, registra a exportação para o Iraque de 363 unidades do Cascavel.
Armado com canhão de 90 milímetros, o veículo de tração 6×6 foi empregado para missões armadas de reconhecimento, escolta dos grupos de tanques pesados e durante o conflito de 2003, como artilharia móvel em apoio à infantaria leve. O Exército de Bagdá utilizou também o Urutu EE11, outro blindado 6×6 da Engesa, para transporte de tropas.
Foram adquiridos 148 deles – todos destruídos ou perdidos em batalha – desde a guerra contra o Irã, entre 1980 e 1988, o mesmo destino de cerca de 90% dos modelos EE9. O inventário americano feito em 2013 considera a frota restante do Cascavel em 35 blindados. Poucos estão em condição de uso.
O programa de modernização deve ser entregue ao consórcio dos EUA que executou a revitalização do carro para a Colômbia, trocando motor, o câmbio, e toda a eletrônica de bordo, aumentando o poder de fogo. O caso do lançador múltiplo de foguetes de saturação Astros II é mais complexo.
O Iraque recebeu 66 carretas lançadoras, o equivalente a 10 baterias completas do sistema. As primeiras foram entregues há pouco menos de 30 anos, bem a tempo de serem empregadas para enfrentar a ofensiva iraniana em Faw, península no sul do país. No começo da Guerra do Golfo, em janeiro de 1991, quase todas as carretas estavam disponíveis– embora os estoques de foguetes com raio de ação de 9 a 70 quilômetros fosse muito limitado.
A última encomenda feita pelo comando militar iraquiano foi retida no Porto de Santos pela Avibras, por falta de pagamento – um calote estimado em US$ 100 milhões. As forças da coalização Astros uma preferencial. O resultado disso é que teriam sobrevivido 40 rampas até a invasão de 2003. Depois, pouco mais de 20.
A Avibras ainda não foi procurada. Uma atualização do sistema é possível mas depende da conservação do material. Envolveria conjunto propulsor, computadores de tiro e a compatibilização com novas munições.
363 blindados Cascavel foram comprados pelo Iraque no passado, e 35 ainda estão em condições de uso.
FONTE: Estado de São Paulo
Historicamente a invasão do Iraque resultou num fracasso reconhecido até pelos norte americanos (o mesmo na Libia), tiraram um tirano do poder por causa de armas quimicas que não existiam e deixaram uma infinidade de tiranos se aproveitarem da situação anos depois, hoje não é territorio de ninguém, explodem bombas diariamente nos centros urbanos, milicias diversas mandam em cada local matando e escravizando inocentes.
A discussão correta aqui, senhores, é a questão do afamado End User. Oras, se não podemos revender nossos M2000 estocados em Anápolis por questões End User (e por que eles acabaram até a bagaça também), por que agora vemos material de origem brasileira, ainda em linha, no caso do Astros, receber propostas de modernização com fundos USA para empresas USA, e tudo bem? O que diz o Direito Internacional e qual a formatação desses contratos, fechados há mais de 30 anos atrás, quando o mundo era bem diferente (ô, Michael Jackson que o diga). Por que End User de material brasileiro não há ou não vale? Como é isso mesmo?
Se realmente os Estados Unidos botarem grana pra restaurar o Astros e o resto do que sobrou do armamento brasileiro vendido ao Iraque, significa ao menos respeito pela eficácia destas armas. O que é irônico é o fato de que enquanto os Estados Unidos tentam salvar antigos Astros, sua fabrica, a Avibrás no Brasil, mete-se numa crise de difícil saída por irresponsabilidades do Governo Federal….Será o Brasil um país sério?…..
A tipo se pagarem bem q mal isso tem…será bom p indústria armada br.e aproveita ja pede denovo com juros correção o que o governo iraque deve p nois ..concorda?
Carlos b. Crispim , se pensarmos assim , que o Brasil armou um ditador , nossa industria de defesa nunca irá sair do lugar , pois os Estados Unidos , armaram o Iraque para invadir o Irã , e até lá o Irã era aliado dos americanos que os armaram e muito bem por sinal. Temos que pensar maior , uma industria de defesa forte são vários cientistas trabalhando , mão de obra qualificada , gerando divisas para nosso país.” Brasil Acima de Tudo” .
Tão mal que desejam recuperar esse equipamentos para usar de novo!! Quem dera que todo material militar tivesse essa qualidade 🙂
Tomara que vingue a reforma do Astros pela Avibrás.
Nossa, pensei que não tinha sobrado nada disso depois da “Tempestade no Deserto” !!! Li em algum lugar que era prioridade da USAF detonar as baterias ASTROS de Sadan Russein logo nas primeiras missões de interdição aérea, só se eles esconderam algumas.
Nós quem teríamos que realizar estas modernizações.
O Brasil armou um ditador, foi co-responsável pela morte de milhares de pessoas e em certa época o Brasil foi o 3º produtor mundial de armas, mas ainda tem gente que condena os EUA pelos mesmo motivos! É sempre “os outros” que são maus e perversos, nós somos vítimas dusamericanus capitalistas que qerem dominar o mundo..
São dois lados, não existe essa de inocente, em nenhum deles…
co-responsável? assim como o dono da Taurus é co-autor do crime toda vez que alguém é baleado?
e os americanos querem mesmo dominar o mundo, não é questão de opinião, é fato, um governante americano mataria até própria mãe para defender os interesses deles. Inclusive te mataria para defender os interesses deles.
Armas não fazem ditadores talvez os ajudem a manter sem no poder que faz um ditador é o seu caráter ou dizendo melhor a faltar dele.
Se o Tio Sam liberar a verba pra eles… eles recuperam os Astros principalmente! Agora a Arábia Saudita usa e gosta muito dos Astros II, eles não vão gostar muito de verem sendo usados Astros Iraquias usados contra os sunitas, pois sabe o poder de fogo que eles tem.
“todos destruídos” tamos mal na fita…