A Rússia começou a executar um projeto original. As empresas públicas Atomflot e Baltiyski Zavod assinaram um contrato para a construção de um novo quebra-gelos atômico. Em novembro do ano que vem, em São Petersburgo será iniciada a construção do maior e mais potente navio da sua classe.
Uma das grandes vantagens do novo quebra-gelos será a sua polivalência. Apesar das suas dimensões gigantes, mais de 170 metros de comprimento e 34 de boca, o navio será igualmente eficaz a abrir caminho aos navios na foz dos rios siberianos como nos percursos da Rota Marítima do Ártico. Segundo afirmou o vice-diretor-geral da Atomflot Konstantin Knyazevski, essas capacidades serão obtidas graças ao novo tipo de construção:
“Neste momento, nós temos em exploração dois tipos desses quebra-gelos. São os quebra-gelos de pequeno calado, como Taymyr e oVaygach, e os quebra-gelos que trabalham na Rota Marítima do Ártico, em águas abertas, que são os quebra-gelos de dois reatores da classe Arktika, com calados até aos 11 metros. A polivalência irá consistir em que este quebra-gelos poderá operar tanto em águas pouco profundas como em muito profundas. Ele poderá variar o calado em uma amplitude considerável usando o lastro líquido.”
Além disso, o quebra-gelos será equipado com um novo reator RITM-200 que é uma conceção do gabinete de projetos Afrikantov. Ele incorpora as tecnologias mais avançadas que aumentam consideravelmente a segurança da utilização da energia atômica, afirma o cientista nuclear Igor Ostretsov:
“O gabinete Afrikantov é um dos gabinetes de projetos mais qualificados da Rosatom que trabalha com reatores atômicos, especialmente na área dos transportes. A Rússia é o monopolista desta área a qual tem de ser mantida e desenvolvida. Os reatores de propulsão são aperfeiçoados, são utilizadas novas tecnologias e não há quaisquer dúvidas que o reator de propulsão deste quebra-gelos terá melhores indicadores de segurança que os utilizados anteriormente.”
O objetivo principal do quebra-gelos é a escolta de navios de grande porte pela Rota Marítima do Ártico. Além disso, o navio irá participar em operações de salvamento na bacia do Ártico e dar apoio a instalações petrolíferas. No entanto, na opinião do Professor Igor Ostretsov, há outra tarefa importante a desempenhar:
“ O quebra-gelos será usado nas atuais investigações da plataforma continental do Oceano Glacial Ártico. Um dos objetivos principais será demonstrar a prioridade da Rússia no Ártico. Se trata de um objetivo científico e prático.”
Apesar de a construção do quebra-gelos só se iniciar dentro de um ano, neste momento já se discute o nome a atribuir ao gigante. De acordo com Konstantin Knyazevski, os colaboradores da frota atômica consideram que ele se deve chamar de Arktika em honra do seu famoso predecessor que foi o primeiro navio de superfície do mundo a atingir o Polo Norte.
FONTE: A Voz da Rússia